Como realizar procissão com o evangelho de maneira mistagógica - Parte II
Publicado em: 14/06/2019


Olá amigos e amigas!

Mais uma vez nos encontramos para a reflexão da nossa Sagrada Liturgia.

Hoje vamos continuar refletido COMO REALIZAR A PROCISSÃO COM O EVANGELHO DE MANEIRA MISTAGÓGICA. Faremos a Parte II

O AMBÃO, LUGAR DA PALAVRA

“A dignidade da palavra de Deus requer na igreja um lugar condigno de onde possa ser anunciada e para onde se volte espontaneamente a atenção dos fiéis no momento da liturgia da Palavra” (Instrução Geral sobre o Missal Romano, 309; OLM 32).

Quando olhamos certos ambãos de nossas igrejas temos uma grande tristeza: quanta pobreza, quanto despreparo das equipes em arrumar este local de onde a palavra de Deus será anunciada!

Tem que ser majestoso, porém, simples, um ambão que fosse como que um ostensório da Palavra de Deus. Encontramos isso no Missal Romano (IGMR 309), repetida e ampliada no Ordo Lectionum Missae (Elenconto das Leituras na Missa) (OLM 32-34).

Pelo seu esplendor proclama que ele é o lugar de onde Deus continua a falar a seu povo.

A PROCISSÃO DO EVANGELHO

Deveria ser a mais festiva e a mais alegre, pois as outras procissões rituais têm por finalidade satisfazer uma necessidade prática (formar a assembléia, levar as oferendas ao altar, receber a comunhão). A procissão do Evangelho tem por primeira e principal finalidade a glorificação do Cristo na sua Palavra e a aclamação da sua presença.

A proclamação da Palavra de Deus atinge seu ponto culminante no Evangelho (IGMR 60), por isso sua proclamação foi cercada desde a antiguidade de uma solenidade particular.

O padre (diácono), de pé diante do altar, levanta o Evangeliário e o mostra a assembléia significando a apresentação do Salvador quando Ele começou a se manifestar às multidões. Pois o Evangelho representa o Cristo.

Na procissão de entrada o uso das velas e do incenso honram o presidente (in persona Christi), agora tem o mesmo motivo: o Evangeliário que é o “sinal do Cristo”. O sacerdote e o Evangeliário representam Jesus Cristo.

VELAS

A luz presta honra à dignidade do Evangelho e, através dele, venera o Cristo. Simboliza o próprio Cristo que o evangelho proclama “luz do mundo” (João 1, 4-9). Lembra, sobretudo no círio pascal, a Ressurreição do Cristo. É à luz do ressuscitado que se proclama o Evangelho. Significa, ainda, a espera do Dia eterno em que a Igreja será transfigurada pela luz do Cordeiro (Apocalipse 21, 23).

Reflete também a fragilidade humana, sua vida curta, solitária e finita. Simboliza o amor que se consome, ajudando, iluminando os outros. A cera é a materialidade humana; o fogo é a espiritualidade humana. É uma unidade pessoal “matéria e espírito”. A cera se consome, desaparece para dela brotar a luz, símbolo da vida de quem crê na Boa-Nova do Senhor. O cristão se entrega, se gasta por ela.

Acompanhar com a luz da existência o anúncio da Palavra, consumindo-nos por ela, iluminando aqueles que conosco convivem. A cera entrega-se ao fogo para alimentá-lo. Alimentamo-nos do fogo do Evangelho e do amor de Deus, iluminando os irmãos com a luz da fé.

Até mais...

 

Pe. Ocimar Francatto