A procissão da preparação das oferendas da Celebração Eucarística... Parte II
Publicado em: 18/07/2019


Olá amigos e amigas!

Que bom é estarmos juntos para continuarmos nossa reflexão sobre a Sagrada Liturgia.

Vamos dar prosseguimento com a reflexão sobre a PROCISSÃO DA PREPARAÇÃO DAS OFERENDAS. Vamos continuar ouvindo o que os documentos da Igreja dizem sobre esta procissão.

O QUE NOS DIZ A IGREJA

DOCUMENTOS DA CNBB

1. DOCUMENTO 2

O documento fala da “Pastoral da Eucaristia – subsídios.”

Expressão da “koinonia”- comunhão de pessoas capazes de efetivamente colocar em comum o que são e o que possuem para distribuir conforme as necessidades dos irmãos e para atender às necessidades da própria comunidade (Romanos 12, 1-2) a apresentação das oferendas não pode ser reduzida a um transporte (simples ou mais solene) do pão e o vinho e da água para mesa do altar. De quando em quando deve-se dar largas à criatividade para significar liturgicamente a partilha entre os irmãos, lembrando a advertência de Paulo: “Mal vos podes à mesa, cada um se apressa a tomar sua própria refeição; e enquanto uns têm fome, outros se fartam...” (1Corintios 11, 20).

Tão-somente e recolher a “coleta” não educa os fiéis para a dimensão sacrifical da vida na sua totalidade e deste gesto em particular. Promover a entrega e gêneros em benefício dos necessitados e da igreja poderá ser uma forma de despertar a generosidade dos fiéis para com os irmãos e educar para uma consciência eclesial.

Parte integrante da Eucaristia, a oferta tem um sentido profundamente evangélico de ação de graças pelos dons, de generosidade na partilha, de fé confiante na providência, de fraternidade pela atenção às necessidades alheias. Com efeito, a destinação dos bens em benefício das necessidades da comunidade é condição para que a assembléia tenha significação cristã (cf. Efésios 4,28). Por isso a prestação de contas sobre a aplicação de rendas “da coleta” é um dever para com a comunidade.

Se quisermos que os cristãos compreendam o valor de sua colaboração, uma catequese mistagógica (iniciação à significação dos gestos e ritos) deste momento da celebração se faz necessário. É sobre estas oferendas, expressão da vida fraterna e de fé que se faz a “oração sobre as oferendas”.

O canto processional justifica-se quando as oferendas não se encontram sobre o altar desde o início da celebração. Aliás, isto não deve acontecer, sob pena de esvaziar o rito de apresentação das mesmas.

N.B. É preciso que se reveja o conteúdo dos cantos para evitar que se refiram exclusivamente ao pão e ao vinho e passem e evidenciar o sentido da “coleta” de bens para serem distribuídos entre os irmãos e atender às necessidades do culto. (2.4.1)

2. DOCUMENTO 43

O documento fala da “Animação litúrgica no Brasil – elementos de pastoral litúrgica”.

No início da Liturgia eucarística são levadas ao altar as oferendas, que se converterão no Corpo e Sangue de Cristo (289).

No conjunto da celebração, após a Liturgia da Palavra e antes de iniciar a Oração Eucarística, a preparação das oferendas representa um momento de pausa, de descanso para a assembléia, um momento visual. Por isso, convém tomar tempo necessário de maneira que a Oração eucarística, a seguir, tenha um destaque melhor, como retomada do diálogo (290).

Preparem-se a mesa dignamente e trazem as oferendas. Neste momento, o sacerdote pode assentar-se. É conveniente que membros da própria assembléia participem da preparação desta mesa e levem em procissão as oferendas do pão e do vinho para o sacrifício eucarístico. “Embora os fiéis já não tragam de casa, como outrora, o pão e o vinho destinados à Liturgia, o ritual de levá-los ao altar conserva a mesma força e significado espiritual” (Instrução Geral sobre o Missal Romano 73) (291).

“Também são recebidos o dinheiro ou outros donativos oferecidos pelos fiéis para os pobres ou para a igreja ou recolhidos no recinto da mesma; serão, no entanto, colocados em lugar conveniente, fora da mesa eucarística” (Instrução Geral sobre o Missal Romano 73). Onde for possível, pode ser mais expressivo que todos possam aproximar-se para depositar a sua oferta em um lugar adequado. As oferendas da assembléia fazem parte da ação litúrgica. Por isso não devem ser abolidas (292).

Em certas ocasiões a procissão tornar-se-á mais expressiva se levar também junto do altar ofertas simbólicas alusivas à comemoração realizada naquele dia ou algum aspecto da vida da comunidade. Os cristãos, outrora, para expressar a sua participação no sacrifício eucarístico, eram muito sensíveis à oferta do pão, do vinho e de dádivas para os pobres. Hoje, uma nova sensibilidade simbólica nos faz atentos ao fato de que o pão e o vinho, que o Senhor usou na Ceia, são frutos da terra e do trabalho de homens e mulheres. Portanto, outros frutos e instrumentos do mesmo trabalho podem ser aqui apresentados (293).

O ofertório verdadeiro realiza-se na Oração Eucarística, após a Narrativa da Instituição ou Consagração, no momento da oblação do Corpo e Sangue de Cristo. “Por ela a Igreja, em particular, a assembleia reunida oferece ao Pai, no Espírito Santo, a hóstia imaculada; ela deseja, porém, que os fiéis não apenas ofereçam a hóstia imaculada, mas aprendam a oferecer a si mesmos, e se aperfeiçoarem, cada vez mais, pela mediação de Cristo, na união com Deus e com o próximo, para que finalmente Deus seja tudo em todos” (Instrução Geral sobre o Missal Romano 79f) (294).

A oferenda apresentada na hora da apresentação das oferendas é, ao nível do simbólico, uma antecipação daquela oblação e deve significar as pessoas entregando-se a Deus através de suas ofertas “em” Cristo. Oferecer os frutos da terra e do trabalho, que de Deus recebemos, é um gesto de amor, uma maneira de reconhecer que ele é nosso Pai (295).

O canto do ofertório, se houver, acompanha a procissão das oferendas e se prolonga pelo menos até que os dons tenham sido colocados sobre o altar (Instrução Geral sobre o Missal Romano 74). O canto não deve necessariamente falar de ofertas, mas pode recordar a vida do povo de modo condizente com o ato litúrgico ou simplesmente harmonizar-se com a celebração do mistério do dia de acordo com a tradição (296).

O ofertório pode ser momento propício para valorizar gestos da assembleia. Onde expressões corporais forem bem aceitas poderão ser admitidas na procissão das ofertas (297).

Até mais...