Como realizar a Procissão das Oferendas da Celebração Eucarísica de modo Mistagógico
Publicado em: 01/08/2019


COMO REALIZAR A PROCISSÃO DAS OFERENDAS DA CELEBRAÇÃO
EUCARÍSTICA DE MODO MISTAGÓGICO - Parte II

Olá amigos e amigas!

Como é bom estarmos juntos mais uma vez para refletirmos sobre a nossa Sagrada Liturgia.

Depois de refletirmos sobre o que a Igreja tem a dizer sobre a Procissão das oferendas na celebração Eucarística, vamos agora então refletir: COMO REALIZAR A PROCISSÃO DAS OFERENDAS DA CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA DE MODO MISTAGÓGICO. Faremos a Parte II.

O PÃO E O VINHO

No início da Liturgia Eucarística são levados pra o altar o pão e o vinho, que se converterão em Corpo e Sangue de Jesus (Instrução Geral sobre o Missal Romano, 73).

Seguindo o exemplo de Cristo, a Igreja sempre utilizou pão e vinho com água para celebrar o banquete eucarístico (IGMR 319).

Estas foram as espécies que Jesus tomou na última ceia e disse que seriam o seu Corpo e o seu Sangue (Mt 26,26-28; Mc 14, 22-25; Lc 22, 19-20; Jo 6, 51-68; 1Cor 11, 23-25).

Pão e vinho são o núcleo essencial absolutamente necessário para o sacramento da Eucaristia.

O pão

  • acalma a fome;
  • aponta para o trabalho;
  • lembra a corporeidade humana;
  • garante a subsistência;
  • compartilhado, expressa fraternidade;
  • pode significar a entrega;
  • salienta a cotidianidade;
  • Cristo o identificou com seu Corpo;
  • comendo-o, unimo-nos a Cristo.

O vinho

  • apaga a sede;
  • produz alegria;
  • lembra a vitalidade animada;
  • enche de inspiração;
  • compartilhado, fala da amizade e aliança;
  • pode significar o sacrifício, dá ênfase à festividade;
  • Cristo o identificou com seu Sangue;
  • bebendo-o, unimo-nos a Cristo.

O pão e o vinho representam a biunidade que somos “corpo-espírito”. Na Eucaristia, onde temos o pão e o vinho compartilhados, Cristo une estes dois momentos num só: vida, participação em seu sacrifício pascal, alegria, alimento, fraternidade, na sua própria Pessoa. Por isso eles não podem ser substituídos, pois foram os elementos tomados pelo próprio Jesus e que são símbolos relacionados com sua própria pessoa: Pão da vida, o grão que morre e dá fruto e a verdadeira videira.

O pão e o vinho simbolizam toda a nossa realidade: “fruto da terra, fruto da videira, e do trabalho humano”. Toda nossa realidade está presente ali, até as forças cósmicas, força da natureza. Está presente o sofrimento e a dor: trabalho de quem não ganha o suficiente, o desemprego. Está presente o futuro, a escatologia: sociedade nova que vai aparecendo nos sinais da comunidade.        

Podemos ainda dizer que o pão representa a fragmentação do mundo e o vinho o sofrimento e a ânsia de toda a humanidade.

Quando, pois se levam as oferendas ao altar, é levada a nossa vida, o nosso trabalho, as nossas realizações, unidos a Cristo. Podemos dizer que, de certa maneira – no mistério – nós nos colocamos com Cristo sobre o altar, para sermos transformados em Cristo e por Cristo sermos apresentados ao Pai. 

Dos bens que Deus nos deu separamos para Ele pão e vinho, matéria do sacrifício Eucarístico, que nos serão devolvidos em Corpo e Sangue de Jesus Cristo. Cristo toma a nossa humanidade para dar-nos sua divindade. Deus necessita de nós para realizar o sacramento. A preparação das oferendas não é um rito separado da Oração Eucarística. É o mesmo rito: “Liturgia Eucarística”. O mesmo pão e vinho que apresentamos são devolvidos como Corpo e Sangue de Cristo.

A verdade do sinal exige que a matéria da celebração Eucarística pareça realmente um alimento (IGMR 321). Desta forma o pão para a celebração da Eucaristia deve ser de trigo sem mistura, recém-feito e ázimo conforme antiga tradição da Igreja latina (IGMR 320). E o vinho deve ser de uva, natural e puro, isto é, sem mistura de substâncias estranhas (IGMR 322).

Cuide-se atentamente que o pão e o vinho destinados à Eucaristia sejam conservados em perfeito estado, isto é: que o vinho não azede, nem o pão se corrompa ou se torne demasiado duro, difícil de partir (IGMR 323). Dar preferência a materiais que não se quebrem e nem se alterem facilmente (IGMR 329).

Até mais...

 

Padre Ocimar Francatto