Padre Ocimar Francatto: Os dogmas sobre a Virgem Maria
Publicado em: 21/05/2020


Olá amigos e amigas!

Sejam todos e todas bem vindos e bem vindas a mais uma reflexão semanal da nossa Sagrada Liturgia.

Queria refletir com vocês OS DOGMAS SOBRE A VIRGEM MARIA .

O que é um Dogma?

Dogma é uma verdade ou um fato que é declarado objeto de fé; ou seja, é revelado por Deus de modo explícito ou implícito, e solenemente definido pelo Magistério da Igreja, ou proposto como revelado pela Tradição imutável da Igreja.

Os dogmas devem ser acreditados com fé divina, porque fazem parte do depósito da revelação.

Eles devem ser recebidos e conservados no mesmo sentido que os compreendeu e professou e ainda professa a fé da Igreja.

Negar alguns deles é o mesmo que negar a própria fé, porque equivale a autoridade de Deus que os revelou.

Os dogmas marianos são:

MARIA, MÃE DE DEUS

Decorrente do Evangelho: Lc 1, 43: “Donde vem que a MÃE DO MEU SENHOR venha me visitar?”.

Definido como dogma no Concílio de Éfeso (431).

Reafirmado pelo papa Pio XI na Encíclica “Lux Veritatis” (1931).

Este é o mais importante de todos os dogmas marianos. É a raiz e fundamento da singularíssima dignidade da Virgem Maria.  É aquele que define seu próprio ser na economia da Salvação (História da Salvação). Maria, como Mãe Deus, é ainda Mãe das pessoas. Como é Mãe de Deus Redentor, de Cristo que é cabeça, é Mãe também dos membros.

Celebrado liturgicamente no dia 01 de janeiro.

MARIA, VIRGEM MÃE

Decorrente do Evangelho:

  • “Eis que a VIRGEM conceberá e dará à luz um filho e o chamarão com o nome de Emanuel” (Mateus 1,23).
  • “No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma VIRGEM desposada com um varão chamado José, da casa de Davi; e o nome da VIRGEM era Maria” (Lucas 1, 26).
  • “O anjo respondeu: ‘O Espírito Santo virá sobre ti, e o PODER DO ALTÍSSIMO VAI TE COBRIR COM A SUA SOMBRA; por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus’” (Lucas 1, 35-36).

O dogma foi definido no Concílio de Latrão (649).

Este dogma atesta a Virgindade de Maria ANTES da concepção (conceição), NA concepção, DURANTE e APÓS o nascimento do Filho de Deu

Virgem no momento da concepção: porque se torna Mãe de Deus por obra do Espírito Santo, sem conhecer nenhum homem (Lucas 1, 34-35).

Virgem no parto: uma vez que o nascimento do Filho de Deus consagrou sua virgindade.

Virgindade após o nascimento de Jesus: porque nunca conheceu homem algum.

Viveu casta e virginalmente com o esposo José.

A Virgindade perpétua de Maria é doutrina universal desde a época mais remota. É doutrina contida no Novo Testamento e deve ser mantida como fé divina e professada pela Igreja Universal.

Não tem um dia litúrgico para celebrar este dogma, mas Maria é sempre lembrada como a “Virgem Maria”.

MARIA, IMACULADA

Decorrente da Tradição da Igreja.

Festa celebrada pela primeira vez pelo povo em 1140, em Lyon.

Textos:

  • Gênesis 3,15 – mulher que esmagaria a cabeça.
  • Lucas 1,28 – “Cheia de graça”.

O dogma foi se formando lentamente. O Papa Pio IX, em 08 de dezembro de 1854, declara dogma em documento “Ineffabilis Deus”.

O dogma diz que a Virgem Maria foi concebida sem o pecado original, do qual foi conservada imune, em vista dos méritos futuros de seu Filho Redentor. Maria foi, assim, primícia da redenção.

Celebrado liturgicamente no dia 08 de dezembro.

MARIA, ASSUNTA AO CÉU EM CORPO E ALMA

Decorrente da Tradição da Igreja.

O dogma não fala se Maria morreu ou não (adormecida). A morte é consequência do pecado.

Começa a ser formado no século III. No século VII, os fiéis do Oriente e do Ocidente já acreditavam tranquilamente na Assunção de Maria. Em 1950, o Papa Pio XII, em 1º de novembro no Documento “Munificentissimus Deus”, definiu o dogma depois de consultar os responsáveis do mundo católico.

Textos:

  • João 14,3, “E depois que eu tiver ido e preparado um lugar para vós, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também”, é muito amplo.
  • Salmo 45,10, “Filhas de reis estão entre as tuas prediletas; a rainha está à tua direita, vestida com ouro de Ofir” e Cântico dos Cânticos 3,6, “Que é isto que sobe pelo deserto como leve coluna de fumaça, exalando incenso e mirra e toda espécie de pó aromático”; 8,5, “Quem é esta que sobe do deserto, apoiada no meu amado?” são interpretados.

Maria É elevada: o sujeito da ação e da própria oração é o próprio Cristo. Isso aconteceu porque foi humilhada.

Não pode haver a introdução de Deus na história de cada pessoa sem o alargamento progressivo dos limites para permitir o advento desse Outro.

Celebrado liturgicamente no dia 15 de agosto. Se a data cair durante a semana é celebrado no Domingo seguinte.

“Muita gente se habilitou a pensar em Maria como santinha milagrosa, que consegue tudo o que pedimos por seu intermédio. Isto é lindo, é verdade para muita gente, mas Maria vai muito, além disso. Ela tem valor exatamente por não haver jamais pedido milagre para si mesma. Todas as vezes que o milagre chegou até ela, foi para os outros: seu Filho foi para os outros.

Para ela veio o sofrimento e uma espada de dor. É claro que vieram muitas alegrias, mas Maria pagou caro em matéria de sofrimento pelo milagre que foi seu Filho. Nazaré, Belém, Egito, Cafarnaum, Jerusalém, pobreza, viuvez, sofrimento do Filho, morte, saudade... TUDO ISSO QUALIFICA MARIA.”

(Pe. Zezinho: Revista Milícia da Imaculada)

Até mais...

 

Pe. Ocimar Francatto