Catequese Litúrgica com Pe. Ocimar Francatto: Oração Eucarística IV
Publicado em: 26/11/2020


Estamos refletindo sobre as nossas Orações Eucarísticas, que se encontram no Missal Romano. Hoje vamos refletir sobre a ORAÇÃO EUCARÍSTICA IV.

O texto desta Oração Eucarística não fazia parte do projeto inicial das novas anáforas. No início eram só três anáforas: a Oração Eucarística II, com um cunho da anáfora de Hipólito, a Oração Eucarística III, como reconstrução do Canon Romano; por fim, a anáfora de São Basílio.

A Oração Eucarística IV, inspirada na Tradição Oriental, começa com um breve hino de louvor no qual se fala da glória de Deus: tudo o que foi criado celebra a Deus e o homem, é feito voz de toda a criatura, é intérprete do louvor cósmico. 

O homem é o sacerdote do universo. Este tema leva o do “Santo” e depois inicia as narrações das obras de Deus, a partir da criação, para chegar à economia do Antigo Testamento (História da Salvação), à economia da aliança.

Fala do pecado homem e a oração diz que Deus não abandona o homem no poder do pecado, mas veio ao encontro de todos.

Comemora-se a renovação da aliança com toda a economia do Antigo Testamento, narrando a vinda de Cristo no mundo e a sua obra para o homem. 

Indica a vida de Cristo e o homem deve aprender a viver não mais para si mesmo, mas para Cristo, que por ele morreu e ressuscitou. 

Da ação de graças passa à primeira epiclese, construída como de costume, e da epiclese se entra na narração da instituição através da citação de João 13, 1: “Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”, que é a introdução joanina da última ceia.

No fim da anáfora temos as intercessões, nas quais esta oração abre ao vasto horizonte: se reza para a luz dos problemas e das necessidades do mundo inteiro para a qual se suplica a Deus. 

A epiclese da Oração Eucarística IV tem o tema da unidade.

O prefácio forma uma unidade com o restante do texto, de tal modo que substituí-lo por outro prefácio significa mutilar o texto.

“Possui um prefácio imutável e apresenta um resumo mais completo da história da salvação. Pode ser usada quando a missa não possui prefácio próprio, bem como nos domingos de tempo comum. Não se pode inserir nesta oração, devido à sua estrutura, uma fórmula especial, por um defunto” (Instrução Geral sobre o Missal Romano, 365d).

Pode-se concluir que a reforma litúrgica de Paulo VI escolheu, de forma programática, o dado teológico e litúrgico: a Eucaristia é o Sacramento da unidade.