9º Domingo do Tempo Comum
Publicado em: 28/05/2016


“DIZE UMA PALAVRA E O MEU SERVO FICARÁ CURADO”

 

Leituras: Primeiro Livro dos Reis 8,41-43; Salmo 116 (117), 1.2; Gálatas 1, 1-2.6-10; e Lucas 7, 1-10.

 

COR LITÚRGICA: VERDE

Animador: Na Eucaristia somos convidados a viver a humildade do centurião romano, que diz: “Senhor, não sou digno de que entreis em minha casa” (Lc 7, 6). Muitas pessoas pensam que viver a humildade é diminuir a dignidade pessoal. Dai nos lembramos a palavra de Jesus: “Bem-aventurados os mansos (humildes) porque herdarão a terra” (Mt 5, 4).

 

1. Situando-nos

Que bom estarmos reunidos novamente. O que está acontecendo aqui é obra de Deus, pois é Ele que reúne. “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo”, dissemos nós há pouco, na abertura da celebração.

Estamos precisamente no início do mês de junho, mês de muitas festas: na próxima sexta-feira – dia 03, celebramos a solenidade do Sagrado Coração de Jesus, depois teremos as festas juninas, pelas quais admiramos e celebramos alguns irmãos nossos especialmente santificados pelo Espírito do Senhor: Santo Antônio, São João, São Pedro e São Paulo.

Hoje, especialmente hoje, como todos os domingos, é festa. Grande festa, pois é domingo, dia semanal em que celebramos a Páscoa do Senhor e nossa Páscoa. Como, aliás, diz uma das orações do Missal: “Senhor, Pai santo, é nosso dever e salvação dar-vos graças e bendizer-vos, porque, neste domingo festivo, nos acolhestes em vossa cada.

Hoje, vossa família, reunida para escutar vossa Palavra e repartir o Pão consagrado, recorda a ressurreição do Senhor, na esperança de ver o dia sem ocaso, quando a humanidade inteira repousará junto de vós. Então, contemplaremos vossa face e louvaremos sem fim vossa misericórdia” (Prefácio dos Domingos do Tempo Comum, IX).

O Senhor nos falou, há pouco, quando foram proclamadas as Escrituras. Permaneçamos ainda atentos, meditando, contemplando, deixando que sua Palavra continue ressoando aos nossos ouvidos e aquecendo nosso coração. Deixemo-nos conduzir pelo seu ensinamento.

 

2. Recordando a Palavra

Para entender o que a Palavra hoje nos diz, primeiro nos situemos, brevemente, de acordo com as informações do evangelista Lucas. Jesus vivia em Nazaré. Depois de estar com João Batista (Lc 3,21ss), ele retorna para junto de seus conterrâneos (Lc 4,16), que o expulsaram (Lc 4,29-30).

Então ele se desloca para Cafarnaum (Lc 5,31), onde começa a atuar. Sua fama foi se espalhando por todos os lugares da região (Lc 4,37). Em seguida, passa a pregar o reino de Deus nas sinagogas da Judeia (Lc 4,44).

A atividade de Jesus era intensa e já enfrentava resistências por parte das autoridades judaicas (cf. Lc 5,1 6,11). Ele escolhe uma equipe de trabalho, os doze apóstolos (Lc 16, 12-16).

Com eles desce a uma planície para estar com um grande número de discípulos e uma grande multidão que vinha para ouvir Jesus e ser curados de suas enfermidades. A esse povo todo Jesus pronuncia o célebre sermão da planície (Lc 6, 20-49).

Depois de tudo isso, eis que vemos Jesus atuando de novo em Cafarnaum. É aí que aparece a figura de um oficial romano, portanto não judeu, mas conhecedor da fama de Jesus. Ele tinha um empregado a quem estimava muito e que estava gravemente doente, à beira da morte.

O oficial parecia ser gente boa, pois tinha até colaborado com os judeus na construção de sinagogas, tanto que alguns velhos judeus atenderam prontamente a um pedido seu, no sentido de insistir com Jesus para ir salvar o doente. Jesus atendeu o pedido prontamente.

Vejam a humildade do oficial! Jesus, antes de chegar à casa do militar, encontrou alguns amigos dele que lhe transmitiram este recado: “Por favor, Jesus não precisa se incomodar comigo! Não sou digno que o Senhor entre na minha casa. Tanto é que nem fui me encontrar pessoalmente com o Senhor. Acredito que basta apenas uma palavra sua para o meu empregado ficar curado. Basta isso! Eu sou militar, eu sei o que uma palavra é capaz de fazer, quando a gente tem poder de mandar!” (Lc 7,6-8).

Diz o Evangelho que, “ao ouvir isso, Jesus ficou admirado”, a ponto de comentar diante da multidão que o seguia: “Eu vos digo que nem mesmo em Israel encontrei uma fé tão grande!” (v.9). Resultado: “Aqueles que tinham sido enviados voltaram para a casa do centurião e encontraram o servo em perfeita saúde” (v.10).

Um oficial romano, portanto não judeu, sabendo da fama de Jesus, põe toda a confiança em Jesus, solicita-lhe humildemente uma ajuda em favor do empregado! Isto faz lembrar aquela oração que o rei Salomão fez em favor do estrangeiro, tendo ouvido falar do teu nome, de tua mão poderosa e do teu braço forte, quando ele vier rezar no teu Templo, escuta-o!” (cf. 1Rs 8,41-43).

O apóstolo Paulo, mais tarde, bem depois que Jesus morreu e ressuscitou, testemunha que não está aí para agradar a quem quer que seja, mas simplesmente a Cristo. Para Paulo, a palavra de Cristo é tudo e por isso se fez servo de Cristo.

 

3. Atualizando a Palavra

A Palavra nos coloca hoje frente a uma fé admirada e elogiada por Jesus. Que fé? “A fé que não conhece fronteiras nem raças. Jesus Cristo e o Pai que ele veio revelar são os mesmos em qualquer parte do mundo. Pode acontecer que, como aconteceu com Jesus, encontremos mais fé fora que dentro de ambientes religiosos. Isso nos deve manter em atitude humilde e respeitosa. O respeito é devido também a quem não crê ou professa a nossa mesma fé. Temos em comum a mesma fé no Senhor morto e ressuscitado por nós, mas cada povo deve expressar a própria fé a partir de sua cultura e realidade” (J. Bortolini. Roteiros homiléticos, p. 612).

“Os que moram mais perto da igreja não são necessariamente os que possuem mais fé. Muitos cristãos tratam a religião como tradição de família ou forma de aparecer, mas no fundo do seu coração não acreditam, não dão crédito a Deus. Dirigem-se por seu próprio nariz, sem deixar Deus se intrometer nos seus negócios. Decidem por conta própria o que lhes convém, Deus e religião à parte. E mesmo quando estão em apuros, só rezam por interesse próprio. Diferente é a fé do oficial romano pagão, que usa a magnífica imagem tirada da vida militar para reconhecer o poder de Jesus e lhe pedir pela vida de seu empregado. Este pagão reconheceu em Jesus a presença do ‘Deus da vida’ (J. Konings. Liturgia dominical, p. 418).

Então poderíamos perguntar e nos questionar: “Será que também hoje se encontra tamanha fé entre os que não pertencem oficialmente à Igreja, mas talvez no coração estão mais próximos de Jesus do que nós? Não apenas os pagãos que ainda não ouviram o Evangelho ..., mas os pagãos de nossas selvas de pedra, de nossa sociedade, que abafou o Evangelho a tal ponto que, apesar dos muitos templos, ele já não chega ao ouvido das pessoas.

Tal que se diz ateu, talvez porque nunca encontrou verdadeiro cristianismo, ou tal que vive dissoluto, por ter sido educado assim; ou então, tal que busca Deus com o coração irrequieto de Santo Agostinho... todos esses não receberão maior elogio de Deus do que os cristãos acomodados?” (Ibid., p.418-419).

Graças a Deus que sua Palavra hoje nos faz tomar consciência disso. É muito bom para todos nós, cristãos, discípulos e discípulas de um Mestre muito especial, Jesus Cristo. É bom e libertador, porque nos ajuda a descobrir a riqueza dos outros, o modo como Deus se manifesta e, todo o universo humano. É bom e libertador, porque aprendemos a dar mais valor a esse modo único no qual Deus se dá a conhecer em Jesus Cristo.

Que o Espírito Santo de Deus, e seu santo modo de operar, nos iluminem para sermos humildes e termos a admirável fé que teve o oficial romano, não judeu, portanto pagão, que generoso e solidário com os outros, foi capaz de ver, no ser divinamente humano, Jesus de Nazaré, a presença perfeita do Deus solidário, o Deus da vida.

 

4. Ligando a Palavra com a ação eucarística

Não é à toa que, há pouco, concluímos os ritos iniciais desta nossa celebração com esta oração: “Ó Deus, cuja providência jamais falha, nós vos suplicamos humildemente: afastai de nós o que é nocivo, e concedei-nos tudo o que for útil”. Em outras palavras, que Deus nos ajude a limpar de nós tudo o que nos impede de ver mais longe, à luz da Palavra.

Enfim, depois de proclamarmos o mistério máximo de nossa fé – “Anunciamos, Senhor, a vossa morte, e proclamamos a vossa ressurreição!” e entrarmos em comunhão com este mistério pela sagrada comunhão, então o sacerdote conclui com esta oração que se articula perfeitamente como Evangelho de hoje: “Ó Deus, governai pelo vosso Espírito aos que nutris com o Corpo e o Sangue do vosso Filho. Dai-nos proclamar nossa fé não somente com palavras, mas também na verdade de nossas ações”. Toda a assembleia dá o seu assentimento, dizendo: ‘Amém’.

Que esta Eucaristia nos ajude a termos, sim, a fé do oficial romano, amorosamente acolhida por Jesus, uma fé que não conhece fronteiras. Amém!

 

PRECES DOS FIÉIS

Presidente: Ao Deus da vida, que pede e espera nossa humildade, é que vamos elevar nossas preces.

1. Senhor, que tua Igreja coloque mais sua confiança em Cristo do que nas leis. Peçamos:

Todos: Senhor, ajude-nos ser humildes.

2. Senhor, que os governantes possam olhar com mais carinho nosso povo pobre e humilde. Peçamos:

3. Senhor, que nossa comunidade possa ter Cristo como centro de sua vida, preparando a cada dia o encontro que teremos com Ele na eternidade. Peçamos:

4. Senhor, que os pobres e necessitados possam sentir sempre a tua presença.

5. Rezemos pelo bom êxito da celebração dos 40 anos da nossa diocese de Limeira, que acontecerá dia 26 de junho no Estádio do Limeirão, peçamos...

(Outras intenções)

Presidente: Senhor, Deus de amor, envia-nos o teu Espírito para que possamos realizar na vida o que acabamos de te pedir. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

 

III. LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:

Presidente: Confiados, ó Deus, no vosso amor de pai, acorremos ao altar com nossas oferendas; dai-nos, por vossa graça, ser purificados pela Eucaristia que celebramos. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

 

ORAÇÃO PÓS-COMUNHÃO:

Presidente: Ó Deus, governai pelo Espírito aos que nutris com o Corpo e o Sangue do vosso Filho. Dai-nos proclamar nossa fé não somente em palavras, mas também na verdade de nossas ações, para que mereçamos entrar no reino dos céus. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

 

V. RITOS FINAIS

AGENDA DO BISPO DIOCESANO:

Dia 28/05 – sábado

Missa Jubilar de 25 anos da paróquia Nossa Senhora Aparecida, Cosmópolis, Pe. Robson Monteiro, às 19h00.

Dia 29/05 – domingo

Assunto: Missa e Crisma na Quase-Paróquia Santa Teresinha, Araras, Pe. Marcos Neves, às 10h00.

Dia 30, 31 maio e 01 e 02 de junho – Atualização do Clero de Limeira, em São Pedro, SP.

DIA 03 – sexta-feira: Reunião – Pascom do Regional Sul1 – na residência episcopal em Limeira, às 09h00 com almoço.

DIA 04 – sábado: Encontro da Pascom – sub-região – Campinas das 08h00 até 16h00 – comunidade Bom Jesus – Limeira; e Conferência Laudato Si – Campus PUC I – Campinas – 09h00; Assunto: Crisma – Santo Antônio - Cordeirópolis – padre Valdinei – 19h00.

DIA 05 – domingo: Crisma na paróquia São Luís Gonzaga, Americana; e Encontro Pascom SP1 Ribeirão Preto, SP.

DIA 07/08/09 – Assembleia dos Bispos Sul1 - Aparecida

DIA 10 – sexta-feira: Missa – São Vito – Americana – 19h30min – Pe. Alexandre Lucente.

Dia 11 – Sábado – Crisma na paróquia São Francisco de Assis, Pirassununga, SP, Pe. Luís Casimiro Jr. Às 18h00

Dia 12 – Domingo: Crisma na Paróquia N. Sra. da Assunção, Porto Ferreira, Pe. Felipe Negro, às 09h00; e Crisma na paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos, Pirassununga, Pe. Vinícius Alves, às16h00.

 

BÊNÇÃO E DESPEDIDA:

Presidente: (Dá a bênção e despede todos).