12º Domingo do Tempo Comum
Publicado em: 17/06/2016


“E vós, quem dizeis que eu sou?”

 

Leituras: Zacarias 12, 10-11; 13,1; Salmo 62 (63), 2abcd.2e-4.5-6.8-9; Gálatas 3, 26-29; e Lucas 9, 18-24.

 

COR LITÚRGICA: VERDE

Animador: Celebramos o Mistério Pascal de Cristo que nos convida a carregar a nossa cruz com fé e esperança. Vamos pedir ao Pai que nos fortaleça na missão de evangelizar a todas as pessoas, para que vivam com dignidade e semeando sua história com sabedoria e paz. Rezemos de um modo especial por nossa Diocese de Limeira que está completando 40 anos de evangelização dia 26/06/2016.

1. Situando-nos brevemente

Continuamos o itinerário no caminho de Jesus, que hoje nos coloca uma exigência a mais: dizer quem é Jesus. Não bastam, porém, definições teóricas; é preciso mostrar na prática, ou seja, renunciar a si mesmo, tomar a cruz, definir-se por Cristo, fazendo d’Ele o sinal de referência e de nossa identidade espiritual.

É preciso seguir Cristo, aderir a seu projeto, comprometer-se com o sentido da vida e do destino do universo. Em comunidade de fé, celebramos a nossa páscoa dominical, renovando nossa adesão a Cristo e sempre mais nos revestindo d’Ele.

 

2. Recordando a Palavra

O texto do Evangelho, proposto pela liturgia de hoje, mostra que a verdadeira revelação de Jesus como Messias ocorreu no sofrimento e na paixão. Após a narrativa da multiplicação dos pães (cf. 9, 10-17), os discípulos confessam Jesus como Messias através de Pedro.

Essa profissão de fé começa a prepara-los para o difícil caminho do sofrimento em Jerusalém. Antes da vitória final pela ressurreição, Cristo, como Servo Sofredor, passa pela paixão e morte humilhante na cruz. “O Filho do Homem deve sofrer muito ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia” (9,22). Esse anúncio da paixão aparece também Lc 9,44 e 18,31.

Aos olhos do povo, Jesus realiza uma missão comparável à de João Batista, Elias ou algum, dos antigos profetas, talvez Amós ou Jeremias. Ele, porém, mediante a vida e a missão, revela-se como o Messias e Filho de Deus, realizando plenamente as antigas promessas proféticas.

Aos discípulos haviam sido revelados os segredos do Reino de Deus. Por isso, espera-se deles uma adesão profunda de vida e missão com Cristo. Em nome dos discípulos, Pedro professa a fé, proclamando Jesus como o “Cristo de Deus” (9,20). Mas Ele, o Messias (Cristo, em grego) é “o Filho do Homem”, que deve passar por sofrimento, rejeição, morte na cruz e ressurreição. Assim, o Messias ou o Cristo é o homem ungido, escolhido por Deus para realizar seu projeto de salvação.

Jesus recomenda não tornar público o reconhecimento de sua missão como Messias. Havia a esperança da chegada de alguém que libertasse o povo da opressão do império romano e restaurasse a realeza de Israel. Portanto, a proclamação de Jesus como Messias podia ser interpretada de forma errônea, estando sujeito à punição de morte pelos romanos.

Somente após a Páscoa de Jesus, sua morte e ressurreição, os discípulos proclamam claramente que Ele é o Messias (cf. At 2,36), que se identifica com a missão do Servo Sofredor, descrita pelo profeta em Is 52, 13-53,12. Ele assume a forma de servo e torna-se semelhante ao ser humano, humilhando-se até a morte de cruz (cf. Fl 2, 7-8). É o modelo a ser seguido, pois doa a vida por amor até fim. É sinal de esperança porque a última etapa de seu caminho de libertação é a ressurreição, a vida plena.

Os (as) discípulas (as) são chamados a seguir o caminho de Jesus até a cruz para compreender o mistério pascal, a morte e a ressurreição de seu mestre: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me” (9,23). A fidelidade de Jesus, que culmina na entrega da vida por amor, deve ser a referência diária dos (as) discípulos (as).

A condição para segui-lo é a renúncia, a libertação dos interesses individuais. Consiste em viver na abertura para Deus, comprometendo-se com a vida e o destino do universo. Trata-se de uma conversão radical para agir conforme o projeto de Deus, doando a própria vida por causa de Jesus. Segui-lo é caminhar com esperança, rumo à vida e à liberdade, trabalhando para superar as situações de morte que continuam crucificando as pessoas.   

A primeira leitura pertence à segunda parte da profecia de Zacarias (9 a 14), denominada também Segundo Zacarias. Deus derrama um espírito de perdão e misericórdia sobre os habitantes de Jerusalém para que se arrependam e contemplem “aquele a quem transpassaram” (12,10). A presença de Deus ajuda o povo a sentir a responsabilidade sobre a morte de alguém justo e inocente, dedicado ao serviço. O favor e a graça de Deus, desperta uma atitude de arrependimento e conversão. A transformação interior gera a confiança e a abertura a Deus.

A reflexão sobre a perseguição e a morte de uma pessoa inocente, promotora de justiça e fraternidade, torna-se oportunidade de novo início marcado pela mudança de vida, pela volta a Deus. Deus identifica-se com a morte de seus servos, enviados para defender a vida do povo.

O personagem misterioso da liturgia de hoje pode ser comparado também ao Servo Sofredor, cujo sofrimento é relatado no quarto cântico do Servo (cf. Is 52,13-53,12). No Evangelho de João, o transpassado é identificado com Jesus. “Olharão para aquele que transpassaram” (Jo 19,37). Jesus Cristo, condenado e pregado na cruz, é contemplado como o Salvador de toda a humanidade.

Mediante o Salmo 62 (63), o salmista de hoje encontra, no Senhor, a força protetora, o abrigo seguro. Com ele agradecemos, pois o Senhor nos socorre nos momentos de aflição e nos sustenta com o poder de sua mão, ou seja, com sua presença de amor.

A segunda leitura, da Carta de Paulo aos Gálatas, propõe a superação de todas as discriminações em Cristo. Paulo apresenta com clareza a mensagem de libertação para os gálatas e todos os povos. Por meio da vida, morte e ressurreição de Cristo todas as pessoas da terra são abençoadas. “O que vale não é mais ser judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um só, em Jesus Cristo” (3,28).

Pela fé e pelo Batismo nos tornamos semelhantes ao Filho, sendo nós mesmos filhos, herdeiros das promessas de salvação. Revestidos de Cristo, assumimos a vida nova, seus gestos de amor e solidariedade, que tornam todas as diferenças irrelevantes. Em Cristo, num só Espírito, formamos um só corpo (cf. 1Cor 12,13), comprometidos em continuar a sua obra de salvação.

 

3. Atualizando a Palavra

Jesus continua rezando conosco, da mesma forma como costumava rezar com seus discípulos, antes das grandes decisões, dos principais momentos de sua vida (cf. 3,21;5,16;6,12). No diálogo, na intimidade, na vida e missão, Ele espera nossa resposta, nossa adesão no seguimento. “E vós, quem dizeis que eu sou?” (9,20).

Precisamos entender quem é Jesus para as pessoas do nosso tempo e para nossas comunidades e, sobretudo, para nós mesmos. No meio de uma sociedade, em que muitos valores e promessas oferecidos são ilusórios, somos chamados a professar nossa fé em Jesus. Ele é o Messias de Deus, ungido pelo Espírito para anunciar a Boa-Nova da vida e a libertação a todos os povos oprimidos (cf. 4,18).

Jesus revela-se verdadeiramente como Messias no sofrimento da paixão (cf. 24, 7.26.46), anunciando logo após a ordem dada aos discípulos para guardar silêncio (cf. 9,22). O verdadeiro Messias manifesta-se na doação da vida por amor até o fim. Reconhecer o Messias de Deus, na sua entrega total, implica tomar a cruz de cada dia e segui-lo nos momentos difíceis de sofrimento, mas também nas alegrias e conquistas.

O dom total de Jesus envolve a vida de quem O segue cada dia, não apenas em momento, em gestos isolados de generosidade. Trata-se de viver diariamente o seguimento a Jesus na fidelidade, mediante atitudes constantes de amor e solidariedade.

Na assembleia litúrgica, acolhemos a Palavra de Deus, que nos coloca diante da opção fundamental de seguir Jesus e compartilhar seu destino. Na mesma fé no Cristo de Deus proclamado por Pedro, nos reunimos a cada domingo, a cada celebração. Em cada encontro, anunciamos a morte e a ressurreição de Jesus, não apenas como um fato passado, mas como um acontecimento do presente, que nos insere nesta mesma dinâmica.

Entrando em cheio no mistério do Cristo de Deus, que entregou sua vida por amor, nos dispomos a renunciar interesses egoístas para servir o Reino com disponibilidade e dedicação total. Que possamos permanecer firmes no caminho de fidelidade ao projeto de Deus trilhado pelo Messias.

Por meio da vida, morte e ressurreição, Jesus, o Cristo, Deus oferece o amor, a graça da salvação a toda a humanidade. Assim, todos passam a ter o mesmo valor e a mesma dignidade, desaparecendo as diferenças que discriminam as pessoas por causa de classe, nacionalidade ou gênero. Na comunhão em Cristo, somos impelidos a seguir o caminho do serviço, da não violência, trabalhando em defesa da vida.

Como no tempo de Zacarias, de Jesus Cristo, das primeiras comunidades cristãs, precisamos agir para evitar a perseguição e a morte de pessoas inocentes, dedicadas ao serviço da Boa-Nova do Reino. Entre essas pessoas, lembramos os exemplos das Irmãs Adelaide e Dorothy, ambas covardemente assassinadas no Pará. E como elas, tantos outros (as) líderes de comunidades, mortos no anonimato.

 

4. Ligando a Palavra com a ação eucarística

Na celebração, fazemos memória e atualizamos no aqui e agora da nossa vida e nossa história, o mistério de Cristo, que passa pela cruz, pela morte e conduz à vida. Ele nos salva perdendo-se a si mesmo. Ele nos tira do anonimato da morte, fazendo-se o último dos homens. A cruz, sinal eloquente do amor de Deus por nós está presente em nossas celebrações para nos lembrar e renovar este grande ato salvífico de Deus, no Filho, pelo Espírito.

Na profissão de fé, renovamos nosso compromisso de renunciar a tudo que impede a autêntica fidelidade no seguimento de Jesus Cristo. Para prosseguirmos com fé e confiança, pedimos: “Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que firmais no vosso amor” (Oração do Dia).

O Senhor, que não abandonou Jesus Cristo à morte, está sempre ao nosso lado; esta é a certeza do salmista: “para mim fostes sempre um socorro; de vossas asas à sombra eu exulto! Minha alma se agarra em vós; com poder vossa mão me sustenta”. Certamente toda esta experiência deve ser irradiada no meio em que vivemos.

O caminho da cruz e do seguimento revela-se bem concretamente em nosso jeito de ser e de viver, assumindo as atitudes de Cristo que se fez servo para que as pessoas pudessem viver mais digna e plenamente como filhas, revestidas de Cristo, herdeiras segundo a promessa.

 

PRECES DOS FIÉIS

Presidente: Que a graça de Deus possa nos ajudar na convivência com Jesus, através do discipulado, e revestidos pela sua vida, possamos testemunhar o seu Evangelho.

1. Senhor, que a Igreja anuncie sempre o Mistério de Jesus Cristo na sua integridade e nunca se deixe abalar pelas perseguições. Peçamos:

Todos: Senhor, ouvi-nos.

2. Senhor, que os governantes, no exercício de suas funções se empenhem mais na luta contra todas as formas de violência. Peçamos:

3. Senhor, que as pessoas que ainda não conhecem o Cristo tenham a oportunidade de conhecê-Lo por meio do testemunho dos cristãos. Peçamos:

4. Senhor, que nossa comunidade seja mais acolhedora e solidária a fim de que seja sinal vivo do teu Reino. Peçamos:

5. Senhor, derrame a sua bênção nos bispos, padres, religiosos, religiosas, diáconos e fiéis leigos que muito trabalharam espalhando a semente do teu Reino, nestes 40 anos em nossa Diocese de Limeira. Peçamos

(Outras intenções)

Presidente: Tudo isso te pedimos, ó Deus, confiados em teu amor de Pai. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

 

III. LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:

Presidente: Acolhei, ó Deus, este sacrifício de reconciliação e louvor, e fazei que, purificados por ele, possamos oferecer-vos um coração que vos agrade. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

 

ORAÇÃO PÓS-COMUNHÃO:

Presidente: Renovados pelo Corpo e Sangue do vosso Filho, nós vos pedimos, ó Deus, que possamos receber um dia, resgatados para sempre, a salvação que devotamente estamos celebrando. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

 

V. RITOS FINAIS

 

AGENDA DO BISPO DIOCESANO:

DIA 17 – Sexta-feira: Às 19h00 - Reunião Conselho Comunidade Nossa Sra. de Guadalupe, seguido de Missa.

DIA 18 – Sábado: Reunião e Missa – Comunidade Santa Efigênia – Paróquia São Paulo Apóstolo – Limeira - Padre Rodrigo – horário da reunião 19h00 e missa 19h30min

DIA 19 – domingo: Crisma – Bom Jesus – Araras – Padre Bryan às 09h00; e Crisma na Paróquia Jesus Crucificado, cidade de Iracemápolis, Padre Vladimir, às 18h30min.

DIA 21 – terça-feira: Missa – Padroeiro São Luís Gonzaga – Americana – Padre Paulo Henrique 19h30min.

DIA 22 – quarta-feira: Entrevista – 40 anos da Diocese de Limeira – TV Gazeta – 15h00 – residência episcopal; Crisma – Comunidade São Lucas – Paróquia Santo Expedito – Limeira – Padre Donizete – 19h30min.

DIA 24 – sexta-feira: Visita – Casal de são Paulo de movimento mariano – 10h00 – confirmado.

Dia 25 – Sábado: Missa de Jubileu de Ouro da Paróquia N. Sra. Aparecida, às 17h00, na cidade de Limeira, SP.

Dia 26 - Domingo: Celebração dos 40 anos da Diocese de Limeira no Estádio do Limeirão, a partir das 12h00. Missa e coroação de Nossa Senhora das Dores, a partir das 16h00. Participe!!!

 

BÊNÇÃO E DESPEDIDA:

P – O Senhor esteja convosco

T – Ele está no meio de nós.

P Que o Senhor de bondade e misericórdia, volte seu olhar para cada um e faça acontecer uma grande transformação em cada coração, tornando-o justo e misericordioso.

T – Amém.   

P – Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, + Pai e Filho e Espírito Santo.

T – Amém.

P – A alegria do Senhor seja a vossa força, ide em paz e o Senhor vos acompanhe.            

T – Graças a Deus.