20º Domingo do Tempo Comum
Publicado em: 12/08/2016


“Fogo eu vim lançar sobre a terra”

Leituras: Jeremias 38, 4-6.8-10; Sl 39 (40), 2-4-.18 (r/14b); Hebreus 12, 1-4; e Lucas 12, 49-53.

COR LITÚRGICA: VERDE

Animador: A caminho de Jerusalém Jesus vai ensinando os seus discípulos. Seus ensinamentos exigem uma atitude radical de adesão, exige uma resposta sem meias palavras, por isso pode até trazer divisões entre parentes e familiares. Hoje nosso olhar se volta para a vocação da vida em família, e de um modo especial para nossos pais. O modelo de nossa família é a Família de Nazaré: Jesus, Maria e José. Deus escolheu uma família simples e humilde para acolher o nascimento e crescimento do Salvador, santificando assim a família como fundamento da sociedade.

1. Situando-nos brevemente

Neste 2º domingo de agosto, mês vocacional, celebramos o Dia dos Pais. Vocação por excelência, que remete à paternidade de Deus Pai, fundada no amor que gera vida e a faz florescer. A Palavra de Deus, à primeira vista, parece inadequada para essa ocasião porque fala justamente de divisões familiares que o projeto de Jesus provoca.

Precisamos, porém, compreender as palavras de Jesus no contexto de sua catequese: Ele quer conscientizar seus discípulos (as) que eles serão sinal de contradição num mundo que corre atrás de valores contrários ao Reino de Deus.

Hoje também estamos sempre colocados diante de um discernimento, pois temos tantas opções. Isto confere ainda maior importância à vocação dos pais que nas famílias precisam estar sempre atentos e ser luz para colaborar nesse discernimento que leva ao discipulado de Jesus.

Nesta próxima semana, na Arquidiocese de Belém do Pará realiza-se o XVII Congresso Eucarístico, tendo como temática: “Eucaristia e partilha na Amazônia missionária”. Em comunhão com os peregrinos e participantes do Congresso Eucarístico, somos convocados para celebrar a grandeza do Mistério da Eucaristia. O Congresso se realizará no 4º Centenário do início da Evangelização da Amazônia e da fundação da Cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará.

2. Recordando a Palavra

Quando Jesus foi apresentado no templo de Jerusalém, logo após o nascimento, o velho Simeão profetizou: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações” (Lc 2, 34-35). No Evangelho de hoje, como em outros textos, Jesus toma de fato uma postura, que confirma seu propósito de ser sinal de contradição: “Vós pensais que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer divisão” (v.51), que pode ocorrer inclusive entre os membros de uma mesma família.

Cristo quer deixar claro que a paz messiânica que Ele veio trazer, não é uma falsa paz, um sentimento de quietude, de conformismo com a injustiça e a desigualdade. A sua paz exige uma constante luta contra o mal. No entanto, ajudam a criar situações de paz verdadeira, onde a solidariedade, a justiça e a misericórdia sejam de fato reais.

Esse linguajar, um tanto estranho, tem a ver com o contexto do tempo de Jesus, em que a linguagem apocalítica era muito presente, por isso Ele usa imagens como batismo e fogo, dois símbolos do juízo, purificação e salvação que se realizará com sua paixão, morte e ressurreição. Diante da cruz as pessoas terão que tomar uma decisão.

Quem optar pelo seguimento de Jesus será sempre um sinal de contradição, como o mestre, pois seus critérios se oporão necessariamente aos critérios da sociedade. Muitos não irão suportar esse incômodo e por isso vão se adequar às regras ditadas pelo sistema vigente. Daí resultará a divisão prenunciada por Jesus.

Na primeira leitura, o profeta Jeremias aparece como um protótipo de Jesus que também assume papel profético, como mostra o Evangelho de hoje e tantos outros textos. Na sua missão profética, Jeremias procura ser fiel ao anunciar a Palavra de Deus ao seu povo, alertando para a queda de Jerusalém e o desterro para a Babilônia. Suas palavras foram incômodas para os dirigentes; por isso não as suportaram e tentaram calar a sua voz jogando-o num poço (como enterrado), mas ele “ressuscita” com a ajuda de amigos.

O Salmo, em sintonia com os demais textos, fala de conflitos provocados justamente porque alguém toma a defesa da justiça, mesmo que por isso seja jogado em “cova fatal e brejo lodoso”, semelhante a Jeremias. Mas também louva e agradece pelo socorro que Deus sempre envia a quem se mantém fiel ao seu projeto.

A segunda leitura confirma que o destino do discípulo (a) está ligado ao de Cristo que suportou a oposição dos que sustentavam o sistema injusto. Passando pelo “batismo de fogo” instaurou a paz verdadeira no mundo, o projeto de vida de Deus. Como seguidores somos atletas que participam da corrida do mestre sem nos cansar e perder o ânimo.

 

3. Atualizando a Palavra

Os discípulos (as) de Cristo hoje estão situados num mundo cheio de oportunidades, mas também de contradições. Como viver a vocação nessa realidade? Seja ela qual for, mas olhando hoje de modo especial a vocação de ser pai, é possível assumir a missão, muitas vezes incômoda, de ser sinal do Reino de Deus na família e na comunidade? A Palavra de Deus nos encoraja através do exemplo de Jeremias e da trajetória de Cristo mostrando que este caminho é viável e é ele que traz a verdadeira realização humana.

Onde Deus nos plantou podemos viver os autênticos valores espirituais e humanos: despojamento e solidariedade, amor misericordioso, responsabilidade e coerência, oração e diálogo com os outros.

Também a luta pelos direitos humanos e a liberdade, compromisso firme com a justiça e contra toda a discriminação social, cultural, racial, sexual, religiosa, política e econômica e promoção das pessoas que mais necessitam. Tudo isso trará certamente reações, conflitos e até violência. Mas Deus sempre estará ao lado de quem assim se empenha para realizar o seu Reino.

A Palavra de Deus escutada nos convida a assumir com mais radicalidade a mensagem de Cristo para ajudar a implantar um amor em fronteiras e a fraternidade humana, pois temos um Pai comum. Isto pressupõe o esforço de buscar novas estruturas sociais e uma convivência social fundada na paz que só Cristo pode dar.

Empenhamo-nos de verdade para viver em nossa vida pessoal e comunitária a experiência de Cristo ressuscitado, como pessoas maduras na fé, alegres e cheios de esperança? Por que será que nossa vivência causa tão pouco impacto nos outros? Se vivermos de fato nossa condição de batizados, necessariamente chamaremos a atenção em um mundo egoísta, cujos critérios são diametralmente opostos aos do Evangelho.

 

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica

A celebração eucarística é experiência de encontro profundo com o Deus da vida. Mas é também ocasião de perceber que o compromisso com a Palavra de Deus pode gerar conflitos e até duras oposições. Pode ser que na mesma assembleia estejam presentes pessoas que não sintonizem plenamente com o projeto de Jesus.

A celebração mesmo não superando imediatamente essa contradição pode gerar um processo que aproxime esses participantes, aos poucos, da verdadeira comunhão. O ato penitencial é um meio importante para ajudar no reconhecimento de sermos pecadores e necessitados de conversão.

Os pais, cuja vocação hoje celebramos, sentirão força e consolo nas palavras de Jesus que diz claramente que nas famílias podem surgir divisões por causa das opções que a liberdade humana vai gerar. Sua missão é propor e buscar com toda a família a adesão ao projeto de Jesus, apesar da sociedade, que vai em outra direção.

 

Preces dos fiéis

Presidente: Como Jesus, seu mestre, que “derrubou o muro da inimizade fazendo a paz no sangue da sua cruz” (cf. Ez 2, 14.16) ele é sempre portador de amor. Neste espírito façamos nossas preces ao Pai.

1. Senhor, que possamos seguir os ensinamentos da Igreja, que coloca a família como a primeira evangelizadora. Peçamos:

Todos: Senhor da vida, atendei-nos.

2. Senhor, que os governantes façam leis que defendam a preservação das famílias. Peçamos:

3. Senhor, que os casais saibam dar exemplos de fidelidade, respeito e amor aos seus filhos, para que se tornem pessoas justas e de bem. Peçamos:

4. Senhor, que nossa comunidade esteja pronta a acolher as famílias e testemunhar seu Evangelho. Peçamos:

5. Senhor, por todos os pais, que possam viver sempre sob a Vossa proteção, sendo exemplos para os filhos e fiéis à vocação do matrimônio. Peçamos:

(Outras intenções)

Presidente: Senhor, que nos amais com amor de Pai, acolhei nossas preces em sua infinita bondade. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

III. LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:

Acolhei, ó Deus, estas nossas oferendas, pelas quais entramos em comunhão convosco, oferecendo-vos o que nos destes e recebendo-vos em nós. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém!

ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:

Unidos a Cristo por este sacramento, nós vos imploramos, ó Deus, que, assemelhando-nos a ele aqui na terra, participemos no céu da sua glória. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém!

AGENDA DO BISPO DIOCESANO:

DIA 13 DE AGOSTO – SÁBADO: Missa – Igreja Boa Morte – Limeira – 16h00.

DIA 14 DE AGOSTO – DOMINGO: Missa – Paróquia São João Bosco – 09h00 – Americana – Padre Aramis – 16 de agosto nascimento de São Joao Bosco; Crisma - São Pedro – Padre Reynaldo – Engenheiro Coelho – 19h00.

DIA 18 de AGOSTO – Quinta feira: 09h00 – Reunião do Conselho de Presbíteros na Paróquia São Benedito – Limeira; e Missa na Semana da Família na Quase-Paróquia Nossa Senhora Desatadora dos Nós, às 19h30min, cidade de Americana – Padre Manoá Xavier.

DIA 19 DE AGOSTO – sexta-feira: 19h30 - Homenagem da ACIL pelos 40 anos da Diocese de Limeira.

DIA 20 e 21 DE AGOSTO – Sábado e Domingo: participação no Congresso Eucarístico em Belém, PA.

 

BÊNÇÃO E DESPEDIDA

Presidente: Ó Deus, criador e misericordioso salvador do vosso povo, vós quisestes fazer da família, constituída pela aliança nupcial, o sacramento de Cristo e da Igreja, derramai copiosa bênção sobre estas famílias, reunidas em vosso nome, a fim de que os que nelas vivem num só amor possam, com fervor e constância na oração, ajudarem-se uns aos outros em todas as necessidades da vida e mostrar sua fé pela palavra e pelo exemplo. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

Homenagem aos pais (O presidente abençoa os pais)

Bênção final:

Presidente: Deus todo poderoso os abençoe em sua bondade e infunda em vocês a sabedoria da salvação. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

Presidente: (Dá a bênção).