7º Domingo do Tempo Comum
Publicado em: 17/02/2017


“Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou Santo”. “Portanto, sede perfeitos como vosso Pai Celeste é perfeito”

 

Leituras: Levítico 19, 1-2.17-18; Salmo 102 (103), 1-2.3-4.8.10.12-13; Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 3, 16-23; Mateus 5, 38-48.

COR LITÚRGICA: VERDE

Animador: Senhor, somos convidados nesta celebração a amar a todos, até os nossos inimigos. Sabemos que somos fracos neste propósito, por isso contamos com sua ajuda e proteção.

1. Situando-nos brevemente

Domingo passado vimos Jesus no Sermão da Montanha qual “novo Moisés que vem implantar a nova Lei, a lei da generosidade, Jesus não veio para abolir a Lei e os Profetas, mas para dar-lhes pleno cumprimento”. A partir daí, temos então “três questões em que a Lei será vivida com maior perfeição pelos discípulos de Cristo. Primeira, a vida. Não só ‘não matar’, mas não chamar o irmão de patife ou de tolo: amar o próximo como a si mesmo. Segundo: o amor, particularmente amor conjugal. Não só “não cometer adultério’, mas viver um amor fiel e indissolúvel. Terceiro: em relação à verdade: ‘Não jurarás falso’, mas ‘seja o vosso sim: sim. E o vosso não: não’” (A. Beckhäuser. 6º Domingo Comum (Mt 5, 17-37). In: Folhinha do Sagrado Coração de Jesus 2017. Petrópolis: Vozes, 2017, pagela 11/02/2017, verso). Em uma palavra, Jesus nos orientava para a prática dos mandamentos, não segundo os nossos padrões mentais, mas segundo o Espírito do Senhor e seu santo modo de operar.

Que bom que estamos de novo aqui reunidos. Uma graça de Deus pois foi ele que nos reuniu: “Bendito seja Deus, que nos reuniu no amor de Cristo”. Acabamos de ouvir sua Palavra, pela proclamação das Sagradas Escrituras. Logo mais, em torno do altar celebraremos o mistério do Perdão de Deus por nós na Páscoa de Jesus. A Palavra de hoje tem uma importância imensa para vivermos em comunidade como discípulos do Reino e colaborarmos para uma sociedade justa e fraterna. Vale a pena conferir melhor!

2. Recordando a Palavra

No Evangelho de hoje (Mt 5, 38-48), ainda dentro do contexto do famoso Sermão da Montanha, Jesus começa abordando a antiga “lei do talião”: olho por olho e dente por dente (Ex 21,24; Lv 24,20; Dt 19,21). Ela tinha, nas origens, por finalidade pôr um limite à prepotência do mais forte e à vingança sem controle. Já era um avanço. Jesus, no entanto, vindo da parte de Deus, Filho de Deus, avança mais; desaprova a vingança, seja qual for seu grau de violência, substituindo-a pela lei do perdão (Mt 18, 21-22).

A novidade do Reino, agora, é: não se vingar, mas ceder (Mt 5,38-42) e amar até os inimigos (v.43-48). Assim vivendo, diz Jesus, é que “vocês se tornarão filhos do Pai de vocês que está nos céus”. Por que? Porque esta é a perfeição do Pai: ele “faz nascer o sol sobre os mais e bons, e faz cair a chuva sobre justos e injustos” (v.45). Em outras palavras: desse jeito Deus é, essa é a sua perfeição. Ora, sendo assim, não resta a Jesus senão concluir com este apelo aos discípulos do Reino: “Portanto, sejam perfeitos como o Pai de vocês que está nos céus é perfeito!” (v.48).

Essa é a santidade de Deus que já se revelava lá no Antigo Testamento, quando, por meio de Moisés ele mesmo falou: “Sejam santos, porque eu, o Senhor e Deus de vocês, sou santo” (Lv 19, 1-2). Por isso, nada de ódio contra o irmão, nada de vingança, nada de rancor! Simplesmente “ame o seu próximo como a si mesmo. Eu sou o Senhor” (v.18). Foi o que ouvimos na primeira leitura. Por isso, em resposta a essa santidade de Deus, nós cantamos hoje, o Salmo 102, repetindo este lindo refrão: “Bendize, ó minh’alma, ao Senhor, pois é bondoso e compassivo!”

Assim sendo, como ouvimos na segunda leitura (1Cor 3, 16-23), é evidente que depois, dentro das comunidades cristãs, com base na sabedoria do Reino de Deus revelada em Jesus, não pode reinar divisões nem partidarismos, pois somos santuário de Deus e o Espírito de Deus mora em nós (1Cor 3,16): somos santos, portanto. E para preservar e garantir a beleza deste santuário, devemos sempre desconfiar da “sabedoria deste mundo, insensatez diante de Deus” (v.18-19). Não podemos nos iludir com esta sabedoria. Em todo caso, tudo é nosso, mas só somos de Cristo, e Cristo é de Deus (v.21-23).

Resumindo, “a santidade de Deus (Lv 19, 1-2), que habita em nós (1Cor 3,16-17), nos deve levar a vivermos na caridade fraterna (Lv 19,17-18), inclusive amando os inimigos (Mt 5, 38-48), orientando tudo para Deus (1Cor 3,23) (L. Garmus. Segunda Leitura: 1Cor 3, 16-23. In: VV.AA. A Mesa da Palavra. ANO A. Op. Cit., p.323).

3. Atualizando a Palavra

Ser perfeitos “como Deus” é perfeito... Parece ousada brincadeira! Mas é o que Jesus nos ensina no Evangelho de hoje. Trata-se, portanto, de um tema fundamental para todo discípulo e discípula do Reino, isto é, para a vida de todo cristão – não só para os santos e beatos.

Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança (Gn 1,26). É desejo ser ver sua imagem no povo eleito, Israel: “Sede santos, porque eu, vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2), disse ele hoje, na primeira leitura. “Pela aliança, os israelitas ‘são de Deus”. Oram Deus não quer envergonhar-se de sua gente. Por isso, quer que sejam irrepreensíveis e uma das suas exigências é que eles não briguem entre si, não se matem em eternas vinganças etc. Numa palavra: que amem seus ‘próximos’ (=compatriotas) como a si mesmos (v.18). Ora, ninguém como Jesus entende o que exige essa pertença a Deus. Deus é Pai de todos, de bons e maus, e ama a todos como seus filhos. Então nós, seu povo, devemos também amar a todos, inclusive os inimigos! Assim nós mostraremos semelhantes a Deus e realizaremos a vocação de nossa criação” (J. Konings, Op. Cit. P. 145).

Como em todos os tempos, o ser humano moderno “gosta de ser seu próprio deus. Em vez de querer ser semelhante a Deus, só olha no espelho... Será por isso que existem inimizades tão cruéis em nosso mundo, a violência descarada (...), a cínica exploração das massas populares? No mundo reina a divisão, entre nações, religiões. Classes sociais; até na Igreja ricos e pobres vivem separados. Onde existe esse amor ao inimigo que Jesus ensina? Pois bem, exatamente por causa dessas divisões, o amor ao inimigo é indispensável. Se todos estivéssemos perfeitamente de acordo, não precisaríamos desse ensinamento de Jesus! AS lutas e divisões que são a matéria da História e que têm reflexos mesmo entre os fiéis não devem excluir o amor à pessoa, ainda que se lute contra sua ideia ou posição. AS divergências tornam ainda mais necessário o amor – que consistirá em mostrar ao ‘inimigo’ que ele defende um projeto errado ou injusto...” (Idem).

Em uma palavra, “o ser humano realiza sua vocação de ser semelhante a Deus quando ama a todos com amor gratuito de Deus, sem procurar qualquer compensação. Por essa razão, deve empenhar-se de modo especial pelos pobres, estrangeiros, etc. – e também amar os inimigos” (Idem).

Tem tudo a ver com o pedido que fizemos logo no início desta celebração: “         Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, procurando conhecer sempre o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e em nossas ações” (Oração do dia).

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica

Do alto da cruz, entre dores atrozes, entre a vida e a morte, o Mestre Jesus se faz consumado exemplo a ser seguido por todos nós, seus discípulos e suas discípulas. Cheio de misericórdia e compaixão, ele ora pelos seus inimigos e lhes perdoa: “’Pai, perdoai-lhes, eles não sabem o que fazem’ (Lc 23,34). Na verdade, ele entende: Quem o tortura não são eles, são padrões da mente humana com vernizes religiosos que transformam inocentes em cruéis tiranos, inconscientes. Escravos do depois, alienados da origem (sua Criança interior), não sabem mais o que fazem, senão odiar a vida, matar. A que ponto se chegou! Que insana situação! ‘Pai, nada posso mais fazer. Entrego-os na tua mão, nas mãos da nossa compaixão’. E assim o bom Jesus, depois de um grito muito forte, sua cabeça docemente inclinou, seu sopro vital entregou, expirou. E o mundo todo estremeceu, muita gente depois entendeu: Era o próprio Filho de Deis feito justo filho do homem que por todos nós morreu. E, enfim, também entendei quem sou eu” (J.A. da Silva. Do poema “Divina compaixão” [inédito]).

Este imenso mistério de amor, nós o celebramos logo a seguir. Ao apresentarmos pão e vinho sobre o altar para serem sacramento deste amor, então nó soramos: “Ao celebrarmos com reverencia vossos mistérios, nós vos suplicamos, ó Deus, que os dons oferecidos em vossa honra sejam uteis à nossa salvação” (Oração sobre as oferendas).

De fato, o mistério da divina misericórdia e compaixão, que se espraia por meio de nós em gestos de perdão, é o caminho da nossa salvação. Por isso, depois assimilarmos na Ceia este mistério, comungando o Corpo entregue e o Sangue derramado do Senhor, concluímos com esta oração: “Ó Deus todo-poderosos, concedei-nos alcançar a salvação eterna, cujo penhor recebemos neste sacramento” (Oração depois da Comunhão). Sim, que essa Eucaristia os transforme em Corpo de perdão, também aos nossos inimigos. Amém!

Oração dos fiéis:

Presidente: Diante do Pai que nos ama, e quer que todos venham ao conhecimento da verdade, com carinho, façamos a Ele os nossos pedidos.

1. Senhor, para que a Igreja seja misericordiosa, neste mundo que vive marcado por tantas formas do pecado social. Peçamos

T.: Senhor, atendei-nos!

2. Senhor, que nossos governantes sejam presença da misericórdia divina junto a todos os que sofrem. Peçamos:

3. Senhor, por todos aqueles que não aceitam Jesus Cristo e seu evangelho, como o grande "sim" de Deus em favor de nossa salvação. Peçamos:

4. Senhor, que possamos ajudar as pessoas que se encontram longe de Ti, a encontrarem o caminho da paz, indicando-lhes o teu perdão para suas vidas. Peçamos:

(Outras intenções)

Presidente: Senhor, faça de nós pessoas capazes de viver plenamente a reconciliação e o perdão e atenda nossas preces. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

III. LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:

Presidente: Ao celebrar com reverência vossos mistérios, nós vos suplicamos, ó Deus, que os dons oferecidos em vossa honra sejam úteis à nossa salvação. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:

Presidente: Ó Deus todo-poderoso, concedei-nos alcançar a salvação eterna, cujo penhor recebemos neste sacramento. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

COMUNICADOS:

Dia 11 de fevereiro –sábado: Primeiro encontro no CDL dos candidatos ao diaconato permanente; Romaria da Pastoral da Saúde na cidade de Aparecida; Missa e Posse na Paróquia Santa Rita de Cássia – Artur Nogueira – Padre Lázaro Lourenço, às 19h00.

Dia 12 de fevereiro – domingo: Crisma - São Francisco de Assis – Padre Ismael- Araras – 10h00; Missa – Posse Santa Gertrudes – Padre Vitor Tomé Minuti – Cosmópolis- 19h00.

Dia 15 de fevereiro – quarta-feira: Visita da Provincial Franciscanas Hospitaleiras na residência Episcopal, às 09h00, pela Irmã Maria Vilani.

Dia 16 de fevereiro – quinta-feira: Reunião do Conselho de Presbítero – Paróquia Santa Luzia – Limeira, Pe. Danilo, às 09h00; Missa e Posse de Pároco na Paróquia Jesus Cristo Bom Pastor – Padre Júlio Barbado, cidade de Limeira – 19h30min.

Dia 17 de fevereiro – sexta-feira: Missa e posse de Pároco na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Cosmópolis, SP, Padre Davi Maciel, às 19h30.

BÊNÇÃO E DESPEDIDA

Presidente: O Senhor esteja convosco.

Todos: Ele está no meio de nós.

Presidente: Ó Deus, fazei que o vosso povo se volte para vós de todo coração, pois, se o protegeis mesmo quando erra, com mais amor o protegeis quando vos serve. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

Presidente: (dá a bênção e despede a todos).