Domingo da Ressurreição
Publicado em: 15/04/2017


“Ressuscitou! Exclama o Anjo refulgente”

 

Leituras: Atos dos Apóstolos 10, 34a. 37-43; Salmo 117 (118), 1-2.16a-17.22-23 (R/24); Carta de São Paulo aos Colossenses 3, 1-4 ou Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 5, 6b-8; João 20, 1-9.

COR LITÚRGICA: BRANCA OU DOURADA (Que o Círio Pascal seja o grande sinal deste Tempo Pascal)

Animador: " O Senhor ressuscitou, aleluia! Feliz e Santa Páscoa a todos! A Páscoa é a passagem das trevas para a luz e da morte para a vida. Somos convidados a superarmos os sinais de morte ainda presentes em nossos dias, como vimos no Tempo da Quaresma, com os nossos biomas. Pela morte e ressurreição de Cristo o pecado foi vencido. A injustiça e o egoísmo, a violência e o ódio não vencerão. Que neste ano Mariano, em que lembramos os 300 anos da aparição da Imagem de Nossa Senhora Aparecida, nas águas do rio Paraíba, em 1717, possamos, com a Mãe do Ressuscitado, viver a vida nova que vem da Páscoa do Senhor.

1. Situando-nos

O Senhor Ressuscitou! Aleluia! O sepulcro está vazio. Ele está vivo. “Nós, que acreditamos que o tempo da Páscoa é verdadeiramente o ano novo, devemos celebrar este santo dia como todo o júbilo, exultação e alegria da alma, a fim de dizermos, com toda a verdade, este refrão do salmo, que acabamos de cantar: Eis o dia que o Senhor fez: nele exultemos e nos alegremos. Podemos dizê-lo com toda a confiança. Se obedecermos em tudo aos seus mandamentos, de modo a chegarmos à vida eterna e à alegria perpétua do Reino dos Céus” (CROMÁCIO DE AQUILEIA, Sermão 17. In Antologia Litúrgica. Textos Litúrgicos, patrísticos e canônicos do Primeiro Milênio. Fátima. Secretariado Nacional de Liturgia, 2003, nº 2415).

A celebração da Páscoa continua durante o Tempo Pascal. Os cinquenta dias que vão do domingo da Ressurreição ao domingo de Pentecostes são celebrados, com alegria, como um só dia festivo, como “o grande domingo” (CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Paschalis Sollenitatis: Preparação e Celebração das Festas Pascais. Documentos Pontifícios, 224, nº 100.). Celebramos o mistério pascal do Senhor como um todo: morte, ressurreição, ascensão e vinda do Espírito.

Nos três primeiros domingos, fazemos isto contemplando a experiência que as discípulas e os discípulos tiveram do Senhor ressuscitado. A partir do 4º domingo, a comunidade se organiza para dar continuidade à missão de Jesus, assumindo o mesmo projeto que o levou a dar a sua vida. A comunidade é chamada a enfrentar a perseguição e o sofrimento.

A oitava da Páscoa, desde o século IV, foi organizada com o objetivo de assegurar aos neófitos (cristãos novos) uma catequese pós-batismal ou mistagógica sobre os mistérios dos quais eles participaram.

Como comunidades vivas, neste tempo, daremos particular atenção aos neófitos. Vale lembrar as palavras de João Crisóstomo: “Os neófitos são a alegria da Igreja. Reparo que a nossa assembléia é hoje mais brilhante que de costume e que a Igreja de Deus está jubilosa por causa dos seus filhos. Com efeito, como mãe amorosa que, ao ver-se rodeada dos filhos, rejubila, exulta e não cabe em si de contente, assim a Igreja, na sua maternidade espiritual, quando olha para os seus próprios filhos, está alegre e jubilosa, por se ver como campo fértil cheio de espigas espirituais (...)

Abracemos, pois, neste dia, estes (irmãos), que sabem brilhar mais que as estrelas e que rivalizam em brilho com os raios do sol. Mas não nos limitemos a parta-los materialmente nos nossos braços, mostremos-lhes também, por esta instrução espiritual, ao afeto que lhe demos, exortemo-los a meditar no excesso da generosidade do Senhor e no brilho das vestes que mereceram usar” (JOÃO CRISÓSTOMO. Catequese IV aos neófitos. In Antologia Litúrgica. Textos litúrgicos patrísticos e canônicos do Primeiro Milênio. Fátima: Secretariado Nacional de Liturgia, 2003, nn2495; 2497)

2. Recordando a Palavra

O livro dos Atos dos Apóstolos, neste Domingo da Páscoa, acentua que, no mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo, Deus aboliu toda a “distinção entre as pessoas” (10,34). A Boa-Nova da paz, manifestada em Cristo, destina-se a todos os povos, Jesus de Nazaré, ungido por Deus com o Espírito Santo, “andou por toda parte fazendo o bem e curando todos os que estavam dominados pelo demônio” (10,38). Seu ministério começou na Galileia e terminou em Jerusalém através de sua morte salvífica por todos.

“Mas Deus o ressuscitou e o constituiu juiz dos vivos e dos mortos” (10, 40.42), fazendo renascer a esperança dos que creem em seu nome. O itinerário da fé conduz a libertação e ao seguimento de Cristo, manifestado no testemunho de suas palavras e ações salvíficas. Os discípulos anunciam a mensagem libertadora da ressurreição de Jesus, acompanhada de gestos misericordiosos de justiça e fraternidade.

O Salmo 117 (118) convida a dar graças ao Senhor pelas maravilhas da salvação: “Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos”. Esse versículo, na perspectiva cristã, remete a Páscoa libertadora de Cristo, mediante a qual ele revelou seu amor eterno pela humanidade.

A segunda leitura da Carta aos Colossenses impele a viver como ressuscitados, seguindo o caminho da vida nova em Cristo: “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto” (3,1). Pelo Batismo, participamos da ressurreição, da vitória de Cristo sobre a morte. Renascidos para uma vida nova, assumimos o compromisso de viver conforme seu projeto salvífico: “Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vivem em mim” (Gl 2,20).

A vida nova de comunhão com Jesus ressuscitado, iniciada no Batismo, se manifestará plenamente na glória com ele junto ao Pai. Enquanto caminhamos com fé e esperança, testemunhamos nossa experiência de ressuscitados através do amor e da entrega da vida. O texto seguinte (cf. Cl 3,5-4,1), que descreve um conjunto de exigências práticas no caminho do discipulado, convida a revestir-se do amor que é vinculo da perfeição.

A proposta alternativa da leitura da primeira carta aos Coríntios sublinha, igualmente, a novidade da vida recebida no Batismo. Quem está em Cristo celebra a Páscoa “com os pães ázimos da sinceridade e da verdade” (5,8). Cristo é o verdadeiro cordeiro pascal que doou a vida pela salvação de todos, indicando o caminho da vida nova, sem maldade e opressão.

A leitura do evangelho de João começa com a atitude de Maria Madalena, que se dirige ao túmulo de Jesus, “bem de madrugada, quando ainda estava escuro” (20,1). É o primeiro dia da semana, que expressa o sentido teológico da nova criação, da Páscoa definitiva que nasce a partir da doação total de Jesus. Ao ver o tumulo vazio, já que a pedra fora removida, ela volta correndo para avisar Pedro e o discípulo amado. Como representante da comunidade, Maria Madalena afirma: “Tiraram o Senhor do túmulo e não sabemos onde o colocaram” (20,2). Essa notícia leva os dois discípulos a correrem para o sepulcro

Senhor, título atribuído a Jesus após a Páscoa, expressa a fé da nova comunidade. Em meio às perseguições e mortes, que estava enfrentando no final do primeiro século, a comunidade renasce pela ação criadora e vivificadora do Espírito de Cristo ressuscitado. A fé na ressurreição do Senhor é assimilada ao longo do caminho. As dificuldades em crer, diante do mistério da morte e da humilhação da cruz, são superadas por quem corre ao encontro de Jesus e vive em sintonia com seu projeto.

O amor solidário leva a reconhecer, nos sinais da ausência do corpo de Jesus: túmulo vazio e faixas mortuárias no chão, a presença viva do Ressuscitado. O discípulo amado, que “viu, e acreditou” (20,8) expressa a adesão da fé, o caminho ideal do discipulado.

As testemunhas primitivas, guiadas pelo amor no itinerário da fé, encontram na Escritura, o sentido da morte salvífica de Cristo e de sua ressurreição: “Eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos” (20,9). A ressurreição de Jesus, atestada pela Escritura, proporciona acreditar sem a necessidade de ver. Na continuação do relato, Maria Madalena reconhece o Senhor pela voz, pela escuta de sua palavra: ”Jesus falou: Maria! Ela voltou-se e exclamou em hebraico: Rabuni [que quer dizer Mestre]” (20,16).

Maria Madalena faz a experiência do encontro com o Ressuscitado, que a chama pelo nome. Ela expressa sua adesão a Jesus ressuscitado através do anúncio da Boa Notícia aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” (20,18). Como ela, os que fazem a experiência do encontro com o Senhor tornam-se missionários, anunciadores de sua mensagem a todos os povos.

3. Atualizando a Palavra

A Ressurreição de Jesus é o evento salvifico, que fundamenta nossa fé e nossa esperança, abrindo o caminho para a vida nova e plena em Deus. Ela foi o ponto de partida do testemunho e da pregação dos apóstolos, sendo atestada na mais antiga forma da fé: “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras” (1Cor 15,3-4). As primeiras testemunhas nos ensinam a aderir a Jesus de Nazaré com radicalidade, a descobrir, em meio à escuridão, em meio às adversidades, os sinais da presença viva do Senhor.

A escuta atenta da palavra, celebrada no partir do pão, na partilha solidária proporciona experimentar a alegria da presença viva do Ressuscitado. O encontro com o Senhor nos transforma e impele ao testemunho, ao anúncio de sua mensagem salvífica. Maria Madalena e o discípulo amado indicam o itinerário da fé para encontrar o Senhor. “O ver, graças à sua união com o ouvir, torna-se seguimento de Cristo; e a fé aparece como um caminho do olhar em que os olhos se habituam a ver em profundidade. E assim, na manhã da Páscoa, ainda na escuridão perante o túmulo vazio, o discípulo amado ‘viu e começou a crer’ (Jo 20,8). Maria Madalena, que já vê Jesus (Cf. Jo 20,14) e quer retê-lo, é convidada a contemplá-lo no seu caminho para o Pai, até a plena confissão diante dos discípulos: “Eu vi o Senhor!”(J0 20,18)” (Lumem Fidei, n.30).

O Papa Francisco ressalta que as primeiras testemunhas da ressurreição de Jesus são as mulheres. Os apóstolos e os discípulos têm dificuldade de acreditar. As mulheres não. Pedro corre até o sepulcro, mas se detém diante do túmulo vazio; Tomé deve tocar com suas mãos as chagas do corpo de Jesus. Também em nosso caminho de fé é importante saber e sentir que Deus nos ama, não ter medo de amá-lo: a fé se professa com a boca e com o coração, com a Palavra e com o amor.

“Depois das aparições às mulheres, seguem-se outras mais. Jesus torna-se presente de modo novo: é o Crucificado, mas o seu corpo é glorioso; não voltou para a vida terrena, mas para uma nova condição. No início, não o reconhecem e seus olhos só se abrem através de suas palavras e de seus gestos: o encontro com O Ressuscitado transforma, dá uma nova força à fé, um fundamento inabalável. Também para nós existem muitos sinais em que oi Ressuscitado se faz reconhecer: A Sagrada Escritura, a Eucaristia, os outros sacramentos, a caridade, os gestos de amor que trazem um raio de luz do Ressuscitado” (Cf. Papa Francisco. Audiência geral. Praça de São Pedro, quarta-feira, 3 de abril de 2013).

“Deixemo-nos iluminar pela ressurreição de Cristo, deixemo-nos transformar por sua força, para que, também através de nós, no mundo, os sinais de morte deixem o lugar aos sinais de vida. Levai em frente esta certeza: O Senhor está vivo e caminha ao nosso lado na vida. Está é a vossa missão! Levai em frente esta esperança. Permanecei alicerçados nesta esperança, nesta âncora que está no céu; segurai com força a corda, permanecei ancorados e levai em frente a esperança” (Ibidem).

“Vós, testemunhas de Jesus, deveis levar em frente o testemunho de que Jesus está vivo, e isto dar-vos à esperança, dará esperança a este mundo um pouco envelhecido devido às guerras, ao mal e ao pecado. Alegrai-vos e exultai, porque o Senhor Jesus ressuscitou! Deixai-vos iluminar e transformar pela força da ressurreição de Cristo, a fim de que as vossas existências se tornem um testemunho da vida que é mais forte que o pecado e a morte” (Ibidem).

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica

Alegremo-nos, pois hoje, Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, vencedor da morte, abriu para nós as portas da eternidade (cf. oração do dia).

Os poderes deste mundo o mataram, o pregando numa cruz, mas Deus o ressuscitou. Por isso, cantemos, louvando a “Vítima Pascal”. O rei da vida foi morto, mais está vivo para sempre.

É nosso dever e salvação bendizer o Pai, neste dia em que Cristo, nossa Páscoa, foi imolado. Ele é o verdadeiro Cordeiro, que tira o pecado do mundo, pois morrendo, destruiu a morte e, ressurgindo, deu-nos a vida (cf. prefácio da Páscoa).

Neste dia de solene ação de graças e profissão de fé na Páscoa do Senhor, renovemos nossa confiança no Senhor que tirou Jesus do túmulo. Somos convidados a perder o medo, a vencer as incertezas a abandonar o velho fermento, pois nosso Cordeiro Pascal Cristo, foi imolado.

Oração da Assembleia

Presidente: Na alegria que invade nossos corações, elevemos nossas preces e peçamos que Jesus ressuscitado nos ajude a fazer a experiência de sua Ressurreição.

1. Ó Pai, que sois o autor da vida, conceda a Tua Igreja, ser no mudo um sinal da Ressurreição de Jesus. Peçamos:

Todos: Deus da vida, concedei-nos a vida em plenitude.

2. Ó Pai, que sois o autor da vida, faça com que nossos governantes devolvam a esperança que muitas vezes o povo perdeu. Peçamos:

3. Ó Pai, que sois o autor da vida, dá a todos aqueles que buscam a compreensão da Ressurreição a esperança de um dia participar da mesma ressurreição. Peçamos:

4. Ó Pai, que sois o autor da vida, faça com que acreditemos que um novo tempo está nascendo entre nós. Peçamos:

(Outras intenções)

Presidente: Ó Pai, que sois a plenitude da vida, faça com que possamos ser participantes da vida nova que vem da Ressurreição de Jesus. Por Cristo nosso Senhor.

Todos: Amém!

III. LITURGIA EUCARÍSTICA

Oração sobre as oferendas:

Oremos: Transbordando de alegria pascal, nós vos oferecemos, ó Deus, o sacrifício pelo qual a vossa Igreja maravilhosamente renasce e se alimenta. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

Oração depois da Comunhão

Oremos: Guardai, ó Deus, a vossa Igreja sob a vossa constante proteção para que, renovados pelos sacramentos pascais, cheguemos à luz da ressurreição. Por Cristo, nosso Senhor!

Todos: Amém.

BÊNÇÃO E DESPEDIDA:

Presidente: O Senhor esteja convosco. Aleluia. Aleluia.

Todos: Ele está no meio de nós. Aleluia. Aleluia.

Presidente: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso nesta solenidade da Páscoa, cheio de misericórdia vos defenda de todo o perigo do pecado. Aleluia. Aleluia.

Todos: Amém. Aleluia. Aleluia.

Presidente: E aquele que na ressurreição do seu Unigênito vos restaura para a vida eterna vos cumule com os prêmios da imortalidade. Aleluia. Aleluia.

Todos: Amém. Aleluia. Aleluia.

Presidente: E vós terminados os dias da Paixão do Senhor, celebrais as festas da Páscoa, possais chegar àquele festim que se soleniza em gozos eternos. Aleluia. Aleluia.

Todos: Amém. Aleluia. Aleluia.

Presidente: A benção de Deus todo-poderoso Pai e Filho + e Espírito Santo desça sobre vós e permaneça para sempre. Aleluia. Aleluia.

Todos: Amém. Aleluia. Aleluia.

Presidente: Levai a todos a alegria de Cristo Ressuscitado, ide em paz e o Senhor vos acompanhe.

Todos: Graças a Deus. Aleluia. Aleluia.

ATIVIDADES DO BISPO DIOCESANO

Dia 15 de abril – sábado - Vigília Pascal – Catedral – Limeira - 20h00.

Dia 16 de abril – domingo: Missa Ressurreição do Senhor – 09h00 – Padre Rodrigo – São Paulo Apóstolo – Limeira – com primeira eucaristia.

Dia 17 de abril – segunda-feira: Bispo viaja para Israel até dia 26 de abril. Em seguida participa da Assembleia dos bispos da CNBB em Aparecida, até dia 05 de maio.