Nesta semana, Pe. Ocimar Francatto faz uma refelxão sobre O Tempo Pascal
Publicado em: 21/04/2017


Olá amigos e amigas!

Que a paz do Senhor Ressuscitado esteja com todos vocês!

Estamos vivendo na Igreja este pelo momento chamado de TEMPO PASCAL. E é sobre ele que gostaria de refletir com vocês.

É o prolongamento da Páscoa durante cinquenta dias. É a alegria de estar com o Ressuscitado e que derrama seu Espírito sobre os seus, acompanha a missão da Igreja que vai penetrando todas as realidades.

Teve seu início no Tríduo Pascal, mais especificamente no Domingo da Ressurreição do Senhor e vai até o Domingo de Pentecostes. Vivemos neste tempo a alegria e a esperança, com o ensinamento da libertação do pecado e da morte, numa atitude de ressuscitar com Cristo, de sermos as testemunhas de sua Ressurreição.

O Domingo, que é o dia da Ressurreição do Senhor, ocupa não só neste tempo, mas também nos demais tempos a sua centralidade. É a Páscoa semanal do Senhor. “Este é o dia que o Senhor que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos” (Sl 117).

O Domingo pode ser considerado como sendo o primeiro dia da semana: “No PRIMEIRO DIA da semana, muito cedo ainda, elas foram à tumba, levando os aromas que tinham preparado” (Lc 24,1). Ou pode ser considerado como o OITAVO DIA: “À tarde desse dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas onde se achavam os discípulos, por medo dos judeus, Jesus entrou ..... OITO DIAS depois, achavam-se os discípulos, de novo, dentro da casa... “ (Jo 20, 19-26).

As expressões “primeiro dia” e “oitavo dia” têm uma significação toda especial neste Tempo da Páscoa.

PRIMEIRO: significa que Jesus é o início de todas as coisas:

. “Jesus Cristo, a Testemunha fiel, o PRIOGÊNITO (o primeiro) dos mortos...” (Ap. 1,5).

. “Eu sou o ALFA (primeira letra do alfabeto grego) e o Ômega (última letra do alfabeto grego), diz o Senhor” (Ap. 1.8).

. “Cristo sofreria e que, sendo o PRIMEIRO a ressuscitar dentre os mortos, anunciaria a luz ao povo e aos gentios” (At 26,23).

. “Ele é a Cabeça da Igreja, que é o seu Corpo. Ele é o Princípio o PRIMOGÊNITO (primeiro) dos mortos, tendo em tudo a primazia” (Col 1,18).

OITO: significa a recriação do mundo no “oitavo dia”. Deus fez o mundo em seis dias e no sétimo descansou (Gn 1,1 – 2-4). Jesus recria o mundo em sua Ressurreição.

Por isso o número oito está presente durante o Tempo Pascal:

1. OITAVA DA PÁSCOA: são oito dias depois da Páscoa, que vai do Domingo da Ressurreição até o 2º Domingo da Páscoa. É a semana que estamos vivendo. São oito dias para celebrarmos as alegrias da Ressurreição do Senhor.

Na Igreja Primitiva, dentro do catecumenato (preparação para o batismo), era o tempo da “Catequese mistagógica”.

O catecumenato nasceu no século II, teve seu desenvolvimento e o seu auge no século III e primeira metade do século IV, começou a se transformar no século V, para entrar em decadência, até desaparecer nos séculos VI e VII.

O catecumenato constava de três etapas:

PREPARAÇÃO: que no início era de dois a três anos. A partir do século IV, se resumiu ao Tempo da Quaresma.

REALIZAÇÃO: que era a realização dos Sacramentos da Iniciação Cristã (Batismo-Confirmação-Crisma-1ª Eucaristia), feitos todos juntos na Vigília Pascal.

PROLONGAMENTO: que era a “Catequese Mistagógica”. Feita na semana após a Páscoa (Oitava Pascal), dentro das celebrações da semana, pelo presidente da celebração.

Uma curiosidade: a “Pia Batismal” era oitavada (oito lados), igual a nossa da Igreja Matiz de Nossa Senhora das Dores, simbolizando os oitos dias da criação.

Hoje não temos mais a “Catequese mistagógica”, mas prevaleceu a “Oitava Pascal”.

2. OITO SEMANAS DA PÁSCOA: que é o próprio Tempo Pascal.

Vai do Domingo da Ressureição do Senhor, até o Domingo de Pentecostes.

Neste tempo temos a festa da Ascensão do Senhor (7º Domingo da Páscoa) e a festa de Pentecostes (50 dias após a Páscoa).

Vejam como é rica nossa Liturgia em sinais e símbolos. Tudo isso foi feito para que pudéssemos celebrar com mais alegria o cento de nossa fé, que é a “RESSUREIÇÃO DO SENHOR”!

Até mais...

 

Pe. Ocimar Francatto