6º Domingo do Tempo Comum
Publicado em: 18/05/2017


“Quem me ama será amado por meu Pai”

Leituras: Atos 8, 5-8.14-17; Salmo 65 (66), 1-3a.4-5.6-7a.16 e 20 (R/1-2a); Primeira Carta de Pedro 3, 15-18; e João 14, 15-21.

COR LITÚRGICA: BRANCA OU DOURADA

Animador: Aleluia irmãos e irmãs, Cristo Ressuscitou! Na pregação e na confirmação na fé apostólica da Igreja, na perseverança, no bem e na graça, mesmo nas adversidades e na escuta da Palavra em comunidade, tornamo-nos aptos para receber o Espírito e nele permanecermos em Cristo e no Pai.

1. Situando-nos brevemente

Hoje, a liturgia dominical nos coloca em clima de Pentecostes. Jesus, em seu discurso de despedida dirigido aos discípulos, lhes promete o Espírito Santo, que irá conduzi-los e fortalecê-los na missão de anunciar o Evangelho a todos.

A partir deste domingo, ao mesmo tempo que invocamos a vinda do Espírito Prometido, somos chamados a crer na sua presença que age no mundo como dom permanente do Ressuscitado. O Espírito do Ressuscitado ilumina os que aderem a Cristo e dão continuidade à sua missão.

A comunidade reunida é sinal sacramental da presença de Cristo. Testemunhamos sua presença na unidade – um só corpo, reunido em seu amor. Este amor faz passar da morte à vida.

Que a vivência do amor seja nossa marca registrada – “vede como eles se amam”. Chamados a fazer a diferença, numa sociedade de ódio e violência, o Senhor nos conceda a graça de provocar a admiração pela profundidade de nosso testemunho cristão.

2. Recordando a Palavra

A primeira leitura, dos Atos dos Apóstolos, mostra que a perseguição aos cristãos, em Jerusalém, prova a dispersão para a Judeia e a Samaria (8, 1ss). Mas, impelidos pelo ardor missionário, os cristãos anunciam a Boa-Nova de Cristo aos povos que encontram. Filipe, um dos sete diáconos (6,5), foi para a Samaria, onde havia preconceito contra os samaritanos, uma vez que descendiam de israelitas e estrangeiros que moravam em Israel, desde a época das invasões dos assírios (2Rs 17,24-41). A pregação eficaz de Filipe, acompanhada de milagres, de ações salvíficas (8, 6-7), remete aos gestos de Jesus (Mt 8,29; 11,5).

O povo ouve as palavras anunciadas com entusiasmo por Filipe, chamado de evangelista em 21,8, e adere a Cristo com alegria. Homens e mulheres são batizados e forma-se uma comunidade renovada. Os apóstolos, Pedro e João são enviados pela comunidade de Jerusalém para reforçar e confirmar a missão de Filipe. Ao chegarem à Samaria, “impuseram-lhes as mãos” e os batizados receberam o Espírito Santo.

O Salmo 65(66) convida a louvar e bendizer o Senhor, pois Ele revela sua bondade ao longo da história, socorrendo sempre os que clamam com confiança. A memória das grandes ações libertadoras de Deus, como a passagem pelo mar Vermelho, testemunha que o Deus vivo é quem governa a história, conduzindo-a à libertação e à partilha.

O apóstolo Pedro reflete o contexto das perseguições sofridas pelos cristãos, no final do primeiro século e início do segundo. Os cristãos, ao serem levados diante das autoridades e dos tribunais, e interrogados sobre sua fé, devem estar “sempre prontos para dar a razão da esperança” (3,15). Com o coração santificado, transformado pela vida nova do Ressuscitado, os cristãos testemunham “mansidão e respeito e com boa consciência” (3,16), quando difamados e ultrajados. A esperança em Cristo leva a manter a firmeza na fé, a praticar o bem em meio aos sofrimentos, evitando toda forma de maldade e violência.

Cristo, o justo que morreu pelos injustos e foi vivificado no Espírito (3,18), é o modelo vitorioso na caminhada dos cristãos. Ele é o exemplo a seguir, pois se entregou totalmente em favor da vida de todos. O sofrimento decorre do seguimento fiel aos seus passos (2Pd 2,21; 4,12-19) e conduz à firme esperança de vida plena: “Se realmente sofremos com ele, é para sermos também glorificados com ele” (Rm 8,17). A esperança é a virtude cristã que impele a trilhar o caminho da vida sobre a morte, da bondade sobre a injustiça.

O evangelista João ressalta que Jesus, antes de sua partida, ensinou os discípulos a amar como caminho para crer e testemunhar sua presença viva: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (14,15). Trata-se do verdadeiro amor “ágape”, que Jesus viveu através do serviço e da entrega total da vida. Quem ama a Jesus, vive e testemunha suas palavras, “guarda os seus mandamentos” que se referem ao Evangelho, a toda a sua obra de amor.

Jesus não abandona os seus discípulos. A sua presença acompanha os discípulos através do Espírito: “Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça sempre convosco: o Espírito da Verdade” (14,16-17). O Espírito conduz a caminhada dos discípulos, fortalece e defende (v.16) (Jesus apresenta o Espírito como “um outro Advogado que defende uma causa diante dos tribunais cf. BORTOLINI, J., Op. Cit., p.114) os que são perseguidos e levados aos tribunais. A função do Defensor, do Paráclito (O sentido do termo Paráclito: defensor, advogado, consolador, confortador, caracteriza a missão do Espírito junto aos seguidores de Jesus. Assim, em 1Jo 2,1-2, o termo Paráclito aparece como uma designação do Cristo exaltado, advogado, intercessor junto ao Pai em favor dos cristãos), como aquele que está sempre com os discípulos, para defendê-los do que poderia separar do caminho de Jesus, é descrita também em 14, 26; 15,26; 16, 4b-15, sempre no contexto da despedida.

A presença do Espírito, dom de Cristo ressuscitado, guia os discípulos na compreensão de sua vida e entrega por amor. O Espírito da Verdade ilumina e conduz a missão dos discípulos, em direção à Verdade plena que é Cristo. Jesus, antes de sua Páscoa, assegurou a vinda do Espírito, para “conduzir à plena verdade” (16,13). Ele disse que o Pai enviaria o Espírito em seu nome para ensinar e recordar tudo o que ele havia anunciado (cf. 14,26). O Espírito faz compreender os ensinamentos de Jesus, as suas palavras e obras, a sua forma de tratar as pessoas, seus gestos compassivos, a sua vida doada por amor. A presença viva do Espírito do Ressuscitado ensina a permanecer no caminho da verdade, que liberta e gera o mundo novo do amor, da justiça e da fraternidade.

A ação do Espírito guia os discípulos à experiência de comunhão com Jesus ressuscitado: “Sabereis que eu estou no Pai e vós em mim” (14,20). Esse caminho experiencial sustenta a fé e o testemunho da verdade, que conduz à vida plena. É alimentado pelo amor: “Quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele” (14,21). O caminho do amor leva ao encontro do Ressuscitado, na comunhão e na unidade com o Pai, que é Amor. A presença viva de Jesus, que permanece com os discípulos por meio do Espírito, impele a seguir seus passos, testemunhando a fé através do amor fraterno.

3. Atualizando a Palavra

O Espírito da verdade permanece conosco como advogado para nos defender e guiar no caminho de Jesus. Ele vem do Pai, a fonte de toda a verdade, para iluminar a nossa caminhada de fé, concretizada no amor e fidelidade à sua vontade. A presença animadora do Espírito nos ajuda a conservar viva a memória de Jesus, suas palavras, seu amor sem reservas pela humanidade.

Cristo sofreu e morreu para que tivéssemos nova vida no Espírito. Somos chamados a testemunhar sua presença através da mansidão, respeito, consciência reta, não violência. Em Cristo vivo, também nós temos vida no Espírito. Se permanecermos em comunhão com Cristo, estaremos prontos para testemunhar a nossa fé e a nossa esperança, sobretudo, quando difamados, ultrajados, perseguidos.

O Espírito age no mundo como dom permanente do Ressuscitado. Mediante a fidelidade ao projeto de Deus, ao amor que nos identificar como cristãos, testemunhamos a presença viva de Jesus ressuscitado. Com o salmista, exultemos no Senhor, pois ele continua manifestando seu amor, sua força de vida e salvação.

A comunidade reunida é sinal sacramental da presença de Cristo. Testemunhamos sua presença na unidade – um só corpo, reunido em seu amor. Como afirma Santo Agostinho, “é este amor que os renova, transformando-nos em homens novos, herdeiros da nova Aliança, cantores do canto novo. Foi este amor, caríssimos irmãos, que renovou outrora os antigos justos, os patriarcas e os profetas e, posteriormente, os santos apóstolos. Ainda hoje é ele que renova as nações e reúne todo o gênero humano espalhando pelo mundo inteiro, formando um só povo novo, o corpo da nova esposa do Filho unigênito de Deus (...) Por isso os membros desta esposa sentem uma solicitude mútua. Se um membro sofre, todos sofrem com ele; se um membro é horando, todos os outros se alegram com ele. Pois ouvem e praticam a palavra do Senhor...” (SANTO AGOSTINHO. Dos tratados sobre o Evangelho de São João (Tract. 65, 1-3; CCLO 36, 490-492).

O Papa Francisco ensina a confiar na ação do Espírito Santo, como faziam os evangelizadores das primeiras comunidades. “Para manter vivo o ardor missionário, é necessária uma decidida confiança no Espírito Santo, porque Ele “vem em socorro de nossa fraqueza” (Rm 8,26). Mas essa confiança generosa tem de ser alimentada e, para isso, precisamos invocá-lo constantemente. Ele pode curar-nos de tudo o que nos faz esmorecer no compromisso missionário. É verdade que essa confiança no invisível pode causar-nos alguma vertigem: é como mergulhar em um mar onde não sabemos o que vamos encontrar. Eu mesmo o experimentei tantas vezes. Mas não há maior liberdade do que a de se deixar conduzir pelo Espírito, renunciando a calcular e controlar tudo e permitindo que Ele nos ilumine, guie, dirija e impulsione para onde Ele quiser. O Espírito Santo bem sabe o que faz falta em cada época e em cada momento. A isto chama-se ser misteriosamente fecundos!” (EG, n.20).

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica

O Espírito do Senhor nos reúne e nos une. Na celebração, somos fortalecidos e vivificados no Espírito que consolida nossa vocação batismal.

A comunidade dos primeiros cristãos, depois da ressurreição de Jesus, precisava da convicção de que ele continuava presente na caminhada missionária para enfrentar as adversidades históricas. É na vivência do amor que eles se fortalecem e criam condições de manter viva a memória da presença do Mestre.

Nas mesas da Palavra e da Eucaristia, o Senhor nos alimenta com o sacramento da entrega por amor. Ele nos ama, nos sintamos amados no Amor.

Na Oração Eucarística invocamos o Espírito sobre o pão e o vinho, a fim de que se tornem Corpo e Sangue de Jesus Cristo. Invocamos ainda o mesmo Espírito para que nos reúna. Santo Agostinho afirma: “vivendo unidos no recíproco amor, como membros ligados por tão suave vínculo, formemos o Corpo de tão sublime Cabeça” (SANTO AGOSTINHO, Dos tratados sobre o Evangelho de São João. [Tract. 65, 1-3]; CCL 36, 490-492).

Que o envio missionário da celebração deste domingo, o Espírito Paráclito nos ajude a darmos continuidade à ação evangelizadora de Jesus Cristo a exemplo dos apóstolos e das comunidade cristãs primitivas.

Preces dos fiéis

Presidente: Elevemos a Deus nossa prece e peçamos que o Espírito da Verdade esteja presente em nossas vidas.

1. Senhor, olhai por nosso Papa Francisco, nosso Bispo Vilson, nossos padres e diáconos, para que sejam sempre perseverantes na anunciação da Boa Nova. Peçamos:

Todos: Senhor, atendei-nos!

2. Senhor, olhai por aqueles que têm o poder, para que suas ações sejam sempre em favor da verdade, da justiça e da paz. Peçamos:

3. Senhor, olhai para os nossos irmãos e irmãs que são perseguidos por causa da fé, permanecei ao lado deles. Peçamos:

4. Senhor, olhai para que nossa comunidade esteja sempre atenta aos sofrimentos dos irmãos e irmãs. Peçamos:

(Outras intenções)

Presidente: Ouvi nossa prece, Senhor, e enviai sobre nós o Defensor, para que vivendo no vosso amor, sejamos testemunhas da ressurreição. Por Cristo, nosso Senhor!

Todos: Amém!

III. LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:

Presidente: Subam até vós, ó Deus, as nossas preces com estas oferendas para o sacrifício, a fim de que, purificados por vossa bondade, correspondamos cada vez melhor aos sacramentos do vosso amor. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:

Presidente: Deus eterno e todo-poderoso, que pela ressurreição de Cristo nos renovais para a vida eterna, fazei frutificar em nós o sacramento pascal, e infundi em nossos corações força desse alimento salutar. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

Benção Final

Presidente: O Senhor esteja convosco. Aleluia. Aleluia.

Todos: Ele está no meio de nós. Aleluia. Aleluia.

Presidente: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso + Pai, Filho e Espírito Santo.

Todos: Amém. Aleluia. Aleluia.

Presidente: Vamos em paz e que o Senhor vos acompanhe.

Todos: Graças a Deus, Aleluia, Aleluia!

ATIVIDADES DO BISPO DIOCESANO

Dia 18 de maio – quinta-feira: Conselho de Presbíteros – região norte -09h00 Pe. Vinícius – Pirassununga; Missa – novena Santa Rita de Cássia – Leme – Padre João Bosco – 19h30min.

Dia 19 de maio – sexta-feira: Crisma na Paróquia São Sebastião de Descalvado, Pe. Osmar Ataíde, às 19h00.

Dia 20 de maio – sábado: Crisma na Paróquia São Domingos Sávio, Americana, Pe. Ricardo Ap. Santos, às 18h00.

Dia 21 de maio – domingo: Crisma na Paróquia San Vito, Americana, SP, Pe. Alexandre Lucente, às 18h30.

Dia 25 de maio – Quinta-feira: Semana de Comunicação – Par. Santa Luzia, Limeira, SP, às 19h30.

Dia 26 de maio – sexta-feira: Crisma na Paróquia N. Senhora Aparecida, Araras, SP, Pe. Newton Barban, às 19h30.

Dia 27 de maio – sábado: Crisma na Paróquia São Jerônimo, Americana, SP, Pe. Ciro Sinotti Bido, às 19h00.

Dia 28 de maio – domingo: Crisma na Paróquia N. Sra. Assunção, Porto Ferreira, Americana, SP, Pe. Eduardo Milaré, às 09h00;

Dia 28 de maio – domingo: Dedicação da Igreja Paroquial N. Sra. Auxiliadora, Americana, SP, Pe. Jefferson Luís Leme da Silva, às 18h00.