Em que momentos da Celebração Eucarística ficamos em pé?
Publicado em: 29/06/2017


Olá amigos e amigas!

Com a graça de Deus estamos juntos mais uma vez.

Algumas pessoas perguntam: EM QUE MOMENTOS DA CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA FICAMOS EM PÉ?

 “Os fiéis permanecem de pé, do início do canto da entrada, ou quando o sacerdote se aproxima do altar, até a oração do dia inclusive; ao canto do Aleluia antes do Evangelho; durante a proclamação do Evangelho; durante a profissão de fé e a oração universal; e do convite “orai irmãos” sobre as oferendas até o fim da missa.” (Instrução Geral do Missal Romano, 43).

Qual é o SENTIDO deste gesto?

a-) entrada da procissão do presidente e dos demais ministros da celebração: sinal do respeito da assembléia àquele que vai  ser o sinal visível da presença do Senhor com os seus (atua in persona Christi Capitis – na pessoa de Cristo Cabeça).

b-) a proclamação do Evangelho: é a Palavra mais importante que escutamos na celebração. Indicamos assim, não só o respeito, mas também nossa atenção e nossa disponibilidade para aceitar e cumprir a que vai ser, ainda mais especificamente, que as outras leituras, a Palavra de Cristo para nós.

c-) a Oração Universal: “o povo, exercendo seu ofício sacerdotal, roga por todas as pessoas” (Instrução Geral do Missal Romano, 69 ); toda a comunidade, respondendo com sua oração às intenções sugeridas, coloca-se como mediadora – ofício sacerdotal – entre Deus e a humanidade inteira.

d-) resposta ao convite: “orai irmãos e irmãs”: “o povo se põe de pé e responde, dizendo: “Receba o Senhor...” (Instrução Geral do Missal Romano, 146). É um convite à oração, e a oração sempre é feita em pé (Instrução Geral do Missal Romano, 43).

e-) sempre que o presidente, em nome de todos, eleva a Deus sua oração: tanto as orações presidenciais (coleta ou do dia, sobre as oferendas, depois da comunhão) como, sobretudo, a Oração Eucarística.

f-) todo o processo de preparação para a comunhão: desde o Pai-nosso a comunidade, antes de acorrer em procissão à Mesa do Senhor, pronuncia de pé com atitude confiante de filhos, a oração que o próprio Senhor nos ensinou.

Qual é o GESTO CORPORAL que usamos para este gesto?

A postura de pé é característica do homem em relação à maioria dos animais (homo erectus): postura vertical, ereta, um símbolo total de sua dignidade como rei da criação.

Qual é a MISTAGOGIA deste gesto?

a-) Sinal por excelência do Ressuscitado.

Gálatas 5,1; Efésios 6,14; Apocalipse 5,6; 7,9; 15,2.

“Já amanhecerá, Jesus ESTAVA DE PÉ, na praia ...” (João 21, 4).

b-) Expressão de atenção e de respeito em face à Palavra de Deus.

“Ele me disse: Filho do homem, PÕE-TE DE PÉ que vou falar contigo” (Ezequiel 2,1).

“Foi então a Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, no dia de sábado, foi à sinagoga e LEVANTOU-SE para fazer a leitura” (Lc 4, 16).

Na proclamação do Evangelho os fiéis “reconhecem e professam que o Cristo está presente e lhes fala, e o escutam” (Instrução Geral do Missal Romano, 60).

c-) Postura própria da oração, sobretudo sacerdotal. Foi a postura de oração mais clássica, tanto para os judeus quanto para os cristãos dos primeiros séculos. Em virtude do fato que reúne em si, efetivamente, uma série de valores e significados que fazem dela a mais coerente para expressar a identidade de um cristão em oração diante de Deus: Salomão pronuncia DE PÉ uma solene oração de ação de graças, na festa da Dedicação do Templo, oração que toda a assembléia de Israel também escuta na mesma postura (1Reis 8).

Na visão do Apocalipse, descreve-se “uma multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam DE PÉ, diante do trono e diante do Cordeiro” (Apocalipse 7,9).

Para o cristão FICAR DE PÉ é sinal de sua liberdade, como remido por Cristo, de sua condição de filho na família de sua confiança, diante de Deus.

Participa, assim, da dignidade do Ressuscitado, unido ao Cristo Glorioso, como membro de seu Corpo; não é de se estranhar que nos primeiros séculos fosse proibido ajoelhar-se para a oração comunitária aos domingos ou durante o Tempo Pascal, tomavam a sério sua condição de participantes da Ressurreição do Senhor.

Até mais...

 

Pe. Ocimar Francatto