Olá amigos e amigas!
Que alegria é estarmos juntos novamente
Já refletimos o sentido da assembléia litúrgica em permanecer em pé ou sentada durante alguns momentos da celebração Eucarística. Falta meditarmos OS MOMENTOS DA CELEBRAÇÃO EUCATÍSTICA EM QUE FICAMOS DE JOELHOS.
“Ajoelhem-se durante a consagração, a não ser que por motivos de saúde ou falta de espaço ou de grande número de presentes ou outras causas razoáveis não o permitam. Contudo, aqueles que não se ajoelham na consagração, façam inclinação profunda enquanto o sacerdote faz genuflexão após a consagração” (Instrução Geral do Missal Romano, 43).
Qual o SENTIDO deste gesto?
Expressa atitude de humildade, adoração, penitência e oração intensa.
PENITÊNCIA
“Um leproso aproximou-se de Jesus e, DE JOELHOS, suplicava-lhe” (Marcos 1,40). Outras passagens: Gênesis 42,6; Marcos 5,22; 7,25.
Nos primeiros séculos, o grupo dos penitentes era também chamado dos “genuflexos”.
No rito penitencial, para realçar mais o momento penitencial, pode-se ficar DE JOELHOS. (CNBB, “Animação da Vida Litúrgica no Brasil”, Doc. 43, 252)
ADORAÇÃO
“Os vinte e quatro anciãos SE PROSTRARAM diante daquele que estava sentado no tono para adorar o que vive para todo o sempre” (Apocalipse 4,10).
ORAÇÃO INTENSA
“Jesus foi um pouco mais adiante, CAIU POR TERRA, e orava” (Marcos 14,35).
“Três vezes ao dia ele ali SE AJOELHAVA para orar e louvar a Deus como sempre fazia” (Daniel 6,11).
Esta oração pode ser pessoal ou comunitária, quando no século IX, foi salientado o aspecto de adoração na missa.
HUMILDADE
Indica humildade diante da presença do mistério ou de uma pessoa a quem dirigimos nossa oração. Diante de Deus somos todos pequenos.
“Por essa razão, DOBRO OS JOELHOS diante do Pai” (Efésios 3,14).
Qual é o GESTO CORPORAL que usamos neste momento?
O gesto pode ser feito com um ou com os dois joelhos no chão.
Qual é a MISTAGOGIA deste gesto?
Nos primeiros séculos, parece não ter sido usual entre os cristãos rezar de joelhos. Mais ainda, o Concílio de Nicéia (325) proibiu explicitamente que assim se fizesse aos domingos e em todo o Tempo Pascal.
A partir dos séculos XIII e XIV, a postura de joelhos passou a ser a mais usual para a adoração, também dentro da Eucaristia enfatizando o caráter de adoração.
Estar de joelhos, no momento da consagração (Instrução Geral do Missal Romano, 43), não é somente atitude de adoração, mas também de humildade.
No momento da consagração ajoelha-se para mostrar nossa pequenez diante do mistério celebrado. É o reconhecimento da grandiosidade de Deus.
Quem estiver de joelhos não deve ficar com a cabeça abaixada, e sim, como ressuscitado, olhar para o pão e o vinho. É um momento de contemplação. Para aqueles que não podem ajoelhar-se, também é momento de contemplação. O Missal diz que deve ser feita uma profunda inclinação, enquanto o sacerdote ajoelha-se no momento do pão e do vinho (Instrução Geral do Missal Romano, 43).
É a atitude interior e exterior que expressa os sentimentos que alguém sente diante da grandeza e do amor de Deus.
Quem ora de joelhos reconhece a grandeza de Deus e sua própria fragilidade. Faz-se pequeno diante do Todo-Poderoso.
Aquele que se ajoelha diante de Deus, com humildade, não se sente envergonhado, nem humilhado e nem escravizado. É um filho, é livre, pela misericórdia de Deus: todavia, nunca esquece sua condição frágil e sua dependência total de Deus.
Orar de joelhos é uma atitude corporal que nos convida a nos sentir pequenos, pecadores, limitados e a dirigir-nos a Deus a partir de nossa pequenez.
Até mais...
Pe. Ocimar Francatto