“Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”
Leituras: Apocalipse 7, 2-4.9-14; Salmo 23 (24), 1-2.3-4ab.5-6; Primeira Carta de João 3, 1-3 e Mateus 5, 1-12a.
COR LITÚRGICA: Branca ou Dourada
Animador: Celebrar a morte cristã é celebrar a esperança na vida eterna, que se encontra em Deus. Todos nós sabemos que a morte não é o fim de tudo; é apenas o início de um novo modo de existir, fundamentado no amor e na paz que se encontra eternamente em Deus.
1. Situando-nos brevemente
Hoje, na celebração da Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus, damos graças ao Pai Santo e fonte de toda a santidade, participando do memorial da Páscoa de Jesus.
A santidade é dom do amor de Deus. É pura gratuidade divina. É reposta das pessoas ao amor gratuito de Deus.
Neste dia, recebemos de Jesus seu programa de vida, um caminho para todo discípulo e toda discípula que o seguem. Não são mandamentos, mas dons que vem de Deus, por meio de Jesus.
Muitas mulheres e homens colocaram-se em marcha, tiveram capacidade de ir além de si mesmos, por isso são bem-aventurados – estão de pé diante do trono e do Cordeiro, com vestes brancas e palmas nas mãos; fiéis até o fim, lavaram as vestes no sangue do Cordeiro (Ap 7, 9.14).
Em Jesus, o Bem-aventurado do Pai, nos colocamos a caminho, buscando a cada dia, corresponder ao amor divino que nos chama à santidade. Somos chamados a fazer as opções que nos comprometem com ajustiça do Reino de Deus.
2. Recordando a Palavra
Vendo as multidões, Jesus sobe ao monte, lugar do encontro com Deus e com Ele. O monte e/ou a montanha é o lugar privilegiado para revelações ou vindas de Deus.
Na Montanha do Sinai, no Antigo Testamento, foi selada a primeira Aliança entre Deus e o povo hebreu que saiu da escravidão do Egito. Neste monte, Moisés recebeu a Lei, a constituição do povo de Deus. Jesus, também num monte, promulga a Nova Aliança do povo de Deus. Enquanto, na primeira aliança, o povo deveria permanecer longe de Moisés, na segunda, os discípulos aproximaram-se de Jesus (v.1).
O evangelista Mateus reuniu as palavras de Jesus para proporcionar aos seguidores e seguidoras do Mestre ensinamentos básicos para a vida cristã. Jesus no monte, sinal de presença de Deus e sentado numa posição de mestre, ensina os discípulos e a multidão.
No primeiro conjunto (v.3-6), Jesus proclama felizes os pobres de coração; os que choram, os mansos e os que têm fome e sede de justiça. São declarações da felicidade que possuem todos aqueles que se abrem grande parte futura, mas já começa aqui.
O segundo conjunto de bem-aventuranças (v.7-10) – os misericordiosos, os puros de coração, os que promovem a paz e os que são perseguidos por causa da justiça – termina com uma referência à justiça, assim como acontece com o primeiro conjunto (v.6). Estas declarações estão mais orientadas ao comportamento cristão.
Enquanto nas quatro primeiras fala-se de situações, as últimas propõem atitudes que os seguidores de Jesus devem cultivar no caminho à santidade.
A última bem-aventurança (v.11-12) desenvolve o tema da perseguição e parece uma aplicação da anterior: “Bem-aventurados os que são perseguidos para causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus” (v.10). O evangelista redigiu esta bem-aventurança na segunda pessoa do plural, dirigindo-se diretamente aos membros da comunidade que são perseguidos por causa de Jesus.
Em cada bem-aventurados existe uma tensão entre a situação presente e o que vai surgir – o presente e o futuro. O Reino já está presente nos pobres, nos misericordiosos, nos mansos (...), porém Deus vai instaurar definitivamente o Reino e tudo vai mudar de uma maneira radical. São palavras de esperança e de alento fazendo perceber o Reino já presente e buscar sua realização definitiva.
A primeira leitura é tirada do Livro do Apocalipse, livro que foi escrito para animar os cristãos perseguidos até a morte pelo império romano, opressor e repressor. Fiéis a Jesus Cristo, as comunidades cristãs negavam a divinização do estado, de seus líderes e especialmente do imperador romano.
O autor do Livro do Apocalipse revela aos cristãos os verdadeiros interesses que estavam presentes na luta entre o império romano e a fé cristã, simbolizando na figura de dois animais. O dragão representa o império e as forças contrárias à fé cristã. O cordeiro representa o Reino de Deus e Cristo. Em suas visões, o autor vê paradoxalmente o esmagamento do dragão pelo cordeiro.
A perseguição e o desejo da vitória da fé cristã são interpretados à luz da morte e ressurreição de Jesus. Mesmo sendo perseguido pelos poderes deste mundo, Deus ressuscita Jesus dentre os mortos. A morte não é a última palavra.
Após a abertura do 6º selo, que revela a ira do que senta no trono e a ira do Cordeiro, surge a pergunta: “Quem poderá ficar de pé?” (6,17). O capítulo 7 responde à pergunta precedente. Os que creem na ressurreição e vivem segundo esta fé, os servos, marcados na fronte. Segundo o autor, são 144 mil. Utilizando-se o simbolismo dos números, mostra que os que lutam e resistem são muitos e formam uma totalidade perfeita (144 mil é o resultado da multiplicação de números perfeitos: 12x 12 x 1000). Numa segunda visão, enxerga-se uma multidão imensa, gente de todas as nações, tribos e línguas (do mundo inteiro) (v.9b). Estão de pé (são declarados inocentes) e participam da própria vida divina (vestes brancas e palmas nas mãos). Os que estão vestidos de branco são os que chegam da grande tribulação e lavaram as vestes no sangue do Cordeiro (v.13-14).
O Salmo 23 (24), nos primeiros versículos, celebra a soberania do Senhor sobre o mundo criado. Os últimos descrevem a procissão do Senhor, chegando ao Templo triunfante.
A segunda leitura, tirada da 1ª Carta de São João, é, ao mesmo tempo, uma meditação contemplativa e prática. A Carta mostra que é vazio e sem valor qualquer espiritualismo que não se traduz em comportamento prático. “Não é possível amar a Deus sem amar ao próximo e sem formar comunidade. Se Deus é Pai, os homens são filhos e família de Deus, e, consequentemente, todos devem amar-se como irmão” (BORTOLINI,José. Roteiros Homiléticos; anos A, B, C, festas e solenidades. São Paulo: Paulus, 2006, p. 788-789).
Nos versículos lidos hoje, o autor mostra que a filiação divina é fundamentada no amor de Deus. Sermos filhos de Deus nos faz participar de uma vida nova, semelhante à de Deus. O amor do Pai sustenta a caminhada da comunidade cristã. Desde já somos filhos de Deus. Todavia, a nossa filiação divina só terá sua plenitude no céu. Quando Cristo manifestar-se, seremos semelhantes a ele, porque nós o veremos como ele é (3,2). Enquanto não houver a plena manifestação cabe a cada cristão praticar a justiça e sempre lutar para ser como Jesus.
3. Atualizando a Palavra
Na memória dos santos e santas de Deus, renovar-se para nós a Palavra de Jesus: “sede santos como Deus é santo”. “Deus é santo e fonte de toda a santidade”.
As bem-aventuranças são, sem dúvida, um dos textos mais conhecidos do Evangelho. De fato, ser discípulos de Jesus significa ser santo como o é santo Deus, nosso Pai (Mt 5,48). As oito bem-aventuranças apresentam o ideal cristão, traduzido nas atitudes fundamentais de quem se propõe ser santo seguindo a Jesus. O discípulo deverá depositar sua confiança em ser solidário compartilhando os sofrimentos dos outros; como o Senhor, ter um relacionamento cordial com os demais; desejar ardentemente e saciar a sede de justiça neste mundo; ter um coração íntegro e livre de toda ambiguidade; ser aberto e acolhedor; empenhar-se para que aconteça a paz como consequência da justiça.
O discípulo deverá ter consciência das consequências de seu modo de agir: será hostilizado por aqueles que se negam a reconhecer os diretos dos outros. Mas se alegrará com a promessa da posse do reino dos Céus. Dessa forma, as bem-aventuranças são um convite a todos os que desejam participar do Reino de Deus que Jesus veio anunciar e inaugurar.
No decorrer do ano, “a Igreja inseriu também a memória dos Mártires e de outros Santos, que, tendo atingido a perfeição pela graça multiforme de Deus e alcançado já a salvação eterna, cantam a Deus nos Céu o louvor perfeito e intercedem por nós” (Concilio Vaticano II. Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium (SC), n.104)
A celebração de todos os santos, num, certo sentido, é a festa da santidade anônima. Da santidade entendida, em primeiro lugar, como dom de Deus e resposta fiel da criatura humana. O calendário da Igreja está pontilhado de grandes nomes dos mestres da santidade. Todavia, tornar-se impossível enumerar todos os santos, tidos como sinais da manifestação maravilhosa da ação de Deus. A santidade poderia ser comparada a um grande mosaico que reflete a grandeza da única santidade: Deus. Cada santo ou santa é um exemplar único e exclusivo.
Não podemos pensar santidade como um produto em série, que emerge da fantasia e realizado singularmente pela mão do Artífice divino. A comemoração de todos os santos nos abre à imprevisibilidade do Espírito Santo. A multiplicidade de santos faz deles um modelo perfeito para a vivência dos carismas pessoais e para a diversidade de opções no seguimento de Jesus Cristo e no serviço à Igreja e à sociedade.
Muitas vezes quando veneramos ou falamos de um (a) santo (a) de nossa devoção, somos tentados a contemplá-lo (a) pela óptica perfeccionista: “ele foi perfeito”. “Um super-humano”. “Alguém em que a graça de Deus supriu todas as fraquezas”. Não! Os santos, antes de tudo, foram pessoas normais. Eles fizeram sua caminhada de vida seguindo os passos de Jesus. Participaram da realidade do povo santo e pecador. Contudo, eles se destacaram na vivência radical do ideal proposto pelas bem-aventuranças. Foram pessoas que, por seu modo de viver a Boa-Nova de Jesus, marcaram significativamente a sociedade de seu tempo e se transformaram em referenciais atualizados para a história.
O culto da Igreja a um (a) determinado (a) santo (a) proclama o Mistério Pascal na pessoa que sofreu com Cristo e com ele é glorificada. Ao mesmo tempo, propõe aos fiéis o (s) seu (s) exemplo (s) e implora por seus merecimentos os benefícios de Deus (Idem). A Igreja propõe os santos como testemunhas ilustres da glória de Deus, membros do Corpo de Cristo, especialmente unidos a Cristo, modelos e protetores, homens e mulheres que inspiram a atualidade.
Os santos são irrepetíveis anunciadores do amor de Deus para com a humanidade e de sua santidade. São exemplos insuperáveis da força da salvação realizada pelo Mistério Pascal; modelos perfeitos de comunhão com Jesus Cristo e intercessores perenes e eficazes.
O convite evangélico à santidade é proposto a todos. Não é uma realidade impossível de se alcançar. Tudo depende do vigor com que se vive o ideal das bem-aventuranças na relação com Cristo e nos compromissos inerentes à vida. Eu e você, podemos ser santos. Não importa se somos pessoas de muitas qualidades ou não. O que conta é que sejamos pessoas extraordinárias pela vivência do programa de Jesus resumido nas bem-aventuranças.
4. Ligando a Palavra com ação litúrgica
Reunimo-nos para proclamarmos a grandeza, a sabedoria e amor de Deus, Pai santo. Ele que criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança para servi-lo e, mesmo depois da desobediência e do pecado, não os abandonou ao poder da morte, mas os socorreu com bondade, dando-lhes a possibilidade de retornar o caminho (Oração Eucarística IV). Celebramos o mistério da nossa fé, em comunhão com todos os santos e as santas que ainda peregrinam aqui e que já contemplam eternamente a face de Deus.
Jesus, o bem-aventurado do Pai, se faz presente no meio de nós, quando nos reunimos pelo amor. Somos fortalecidos também pela intercessão dos santos e das santas, como cantamos na ladainha, invocando as testemunhas fiéis do Evangelho. A morte e a ressurreição de Jesus, celebrada na Eucaristia e a memória de tantos mártires nos fortalecem para sermos firmes na luta diária, a fim de que possamos permanecer de pé diante do Cordeiro, conforme rezamos: “Ao celebrarmos, ó Deus, todos os Santos, nós vos adoramos e admiramos, porque só vós sois o Santo, e imploramos que a vossa graça nos santifique na plenitude do vosso amor, para que, desta mesa de peregrinos, passemos ao banquete do vosso reino” (Oração pós-comunhão).
LADAINHA DE TODOS OS SANTOS:
Presidente: Irmãos e irmãs, elevemos ao Pai todo-poderoso nossas orações por meio de nossos intercessores no céu, cantando.
Solo: Kyrie eleison
Todos: kyrie eleison
Solo: Christe eleison
Todos: Christe eleison
Solo: Kyrie eleison
Todos: Kyrie eleison
1. Santa Maria Mãe de Deus T. Rogai por nós! São Miguel Rogai por nós! Santos Anjos de Deus Rogai por nós! São João Batista Intercedei por nós! |
2. São José Rogai por nós! São Pedro e São Paulo Rogai por nós! Santo André Rogai por nós! São João Intercedei por nós! |
3. Santa Maria Madalena Rogai por nós! Santo Estevão Rogai por nós! Santo Inácio de Antioquia Rogai por nós! São Loureço Intercedei por nós! |
4. Santas Perpétua e Felicidade Rogai por nós! Santa Inês Rogai por nós! São Gregório Rogai por nós! Santo Agostinho Intercedei por nós! |
5. Santo Atanásio Rogai por nós! São Basílio Rogai por nós! São Martinho Rogai por nós! São Bento Intercedei por nós! |
6. São Francisco e São Domingos Rogai por nós! São Francisco Xavier Rogai por nós! São João Maria Vianney Rogai por nós! Santa Catarina de Sena Intercedei por nós! |
7. Santa Teresa de Jesus Rogai por nós! Santa Tereza de Ávila Rogai por nós! Santos Mártires dos nossos tempos Rogai por nós! Todos os Santos e Santas de Deus Intercedei por nós! |
8. Sede-nos propício Ouvi-nos Senhor. Para que nos livrei de todo mal Ouvi-nos Senhor. Para que nos livrei de todo o pecado Ouvi-nos Senhor. Para que nos livrei da morte eterna. Ouvi-nos Senhor. |
9. Pela vossa encarnação Ouvi-nos Senhor. Pela vossa ressurreição Ouvi-nos Senhor. Pela efusão do Espírito Santo Ouvi-nos Senhor. Apesar de nossos pecados Ouvi-nos Senhor. |
10. Cristo ouvi-nos, Cristo atendei-nos.
Cristo ouvi-nos, Cristo atendei-nos.
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Presidente: Senhor, que sua mão proteja, purifique e sustente o seu povo que lhe suplica, e, confortado na vida presente, possa caminhar para os bens futuros. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente: Possam agradar-vos, ó Deus, as oferendas apresentadas em honra de todos os Santos. Certos de que eles já alcançaram a imortalidade, esperamos sua intercessão contínua pela nossa salvação.
Por Cristo, nosso Senhor,
Todos: Amém.
ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:
Presidente: Ao celebrarmos, ó Deus, todos os Santos, nós vos adoramos e admiramos, porque só vós sois o Santo, e imploramos que a vossa graça nos santifique na plenitude do vosso amor, para que, desta mesa de peregrinos, passemos ao banquete do vosso reino. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
Rito Final
BÊNÇÃO E DESPEDIDA:
Presidente: O Senhor esteja convosco.
Todos: Ele está no meio de nós.
Presidente: Deus, glória e exultação dos santos que hoje celebrai solenemente, os abençoe para sempre.
Todos: Amém
Presidente: Livres por sua intercessão dos males presentes, e inspirados pelo exemplo de suas vidas, possais colocar-vos constantemente a serviço de Deus e dos irmãos.
Todos: Amém
Presidente: E assim, com todos eles, lhes seja dado gozar a alegria da verdadeira pátria, onde a Igreja reúne os seus filhos e filhas aos santos para a paz eterna.
Todos: Amém.
Presidente: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo.
Todos: Amém.
Presidente: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
Todos: Graças a Deus.
ATIVIDADES DO BISPO DIOCESANO
Dia 02 de novembro, quinta-feira: Missa de Finados (agendada).
Dia 03 de novembro, sexta-feira: Missa e Crisma na Paróquia N. Sra. Aparecida, Pe. Ricardo Petry, às 19h30, Porto Ferreira, SP.
Dia 04 de novembro, sábado: Missa e Crisma na Paróquia Santa Josefina Backita, Pe. Renato Marchioro, às 19h00, Nova Odessa, SP.
Dia 05 de novembro, domingo: Missa e Crisma na Paróquia N. Sra. Dores, Pe. Ocimar Francatto, às 09h00, Nova Odessa, SP; Missa e Crisma na Paróquia N. Sra. Graças, Pe. Deivison Amaral, às 19h00, Araras, SP.