32º Domingo do Tempo Comum
Publicado em: 10/11/2017


“O noivo está chegando. Ide ao seu encontro!”

Leituras: Sabedoria 6, 12-16; Salmo 62 (63), 2.3-4.5-7.8; Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses 4, 13-18 e Mateus 25, 14-30.

COR LITÚRGICA: Verde

Animador: Nesta páscoa semanal de Jesus somos convidados a encher nossa vida com o “óleo das virtudes”, para fazer o bem. Quem assim fizer, mostra-se sábio, prudente e será saciado de vida, num banquete que nunca terminará. Quem assim não fizer, não participará da festa da vida, pois o esposo não os reconhecerá no início da festa eterna.

1. Situando-nos brevemente

No banquete do Senhor, celebrado pela comunidade, neste 32º Domingo, nós somos os convidados. Na parábola das dez virgens prudentes e as virgens imprudentes, contemplaremos a realidade do reino futuro, quando a humanidade se apresentará ao Pai plenamente glorificada.

Recebemos do Senhor a recomendação da vigilância ativa, com os olhos abertos para atender os seus sinais: “Ficai atentos! Porque não sabeis em que dia” (Mt 24,42); “Vigiai e orai, para não cairdes em tentação” (Mt 14,38); “Ficai e atentos e orai a todo o momento (...) para ficardes de pé diante do Filho o Homem” (Lc 21,36).

Celebremos confiantes a Páscoa de Jesus que se revela em todas as pessoas e comunidades atentas e vigilantes aos sinais de Deus no curso da história.

2. Recordando a Palavra

As leituras bíblicas da liturgia dominical convidam-nos a elevar nossa mente e nosso olhar para a vida eterna que aguardamos qual uma festa de casamento.

O Evangelho, parte do discurso escatológico de Mateus (Nos capítulos 24 e 25 do seu Evangelho Mateus apresenta um quinto e último discurso de Jesus. Para compô-lo, o Evangelho reelaborou o chamado “discurso escatológico” e ampliou-o com três parábolas e uma impressionante descrição do juízo final. No final da década de 80 já tinha cessado a “febre escatológica” e os cristãos já não esperavam a vinda iminente de Jesus.

Passado o entusiasmo inicial, a fé dos crentes tinha arrefecido e a comunidade tinha-se instalado na rotina, no comodismo, na facilidade ... Era preciso algo que abanasse os discípulos e os despertasse de novo para o compromisso como Evangelho. Neste contexto, Mateus descobre que as palavras do “discurso escatológico” de Jesus encerram uma poderosa interpelação; então compõe, com elas, uma exortação dirigida aos cristãos.

Fundamentalmente, lembra-lhes que a segunda vinda do Senhor está no horizonte final da história humana, mas enquanto esse acontecimento não se realiza, os crentes são chamados a viver com coerência e entusiasmo a sua fé, fiéis aos ensinamentos de Jesus e comprometidos com a construção do Reino.

A isto, a catequese primitiva, chama “estar vigilantes, à espera do Senhor que vem” - Portal Dehoniano: <http://www.dehonianos.org/portal/32º-domingo-do-tempo-domum-ano-a0/>), apresenta-nos a célebre parábola, que evoca as dez virgens convidadas para uma festa de bodas, símbolo do Reino dos Céus, da vida eterna. O pano de fundo da parábola é a festa de casamento realizado ao cair da tarde ou à noite.

Como sabemos, o casamento judeu tinha duas fases. Na primeira, o noivo ia à casa da noiva para buscar sua prometida e cumprir com as cerimônias religiosas. Depois levava a noiva para a sua própria casa onde aconteciam as festividades. Na parábola o interesse recai sobre as virgens que desejam participar da festa do casamento.

A noiva, em sua casa, aguardava a chegada do noivo, que não tinha hora certa de chegar. Podia surpreender chegando de improviso. Era preciso vigiar. O noivo é Jesus, o esperado; as dez virgens são as pessoas que, no tempo que se chama hoje, vão se preparando para a chegada do esposo. O tempo que demora são os nossos dias, feitos de expectativa e esperança; e a festa de casamento é símbolo da festa final, a qual todos somos convidados, na condição de estarmos comprometidos com a prática da justiça do Reino (BORTOLINI, op. cit., p.256).

Muitos são interessados em espetacular sobre os detalhes do final dos tempos. Longe de satisfazer a curiosidade humana, ao Evangelizar interessa apontar o modo de como agir hoje para podermos tomar parte do banquete final. O convite é dirigido a todos, mas é preciso estar vigilante, pois as portas podem estar abertas para uns e fechadas para outros. Tudo depende do compromisso com a justiça do Reino (o óleo é símbolo das ações de justiça).

A leitura da Sabedoria, evocando uma imagem misteriosa, descreve qual é a verdadeira sabedoria. O empenho na busca da sabedoria, será logo e recompensado. Ela própria se revelará imprimindo sentido aos afazeres da vida. Importa vigiar e não ceder às seduções no tempo da espera.

No Salmo Responsorial 62 (63), o salmista canta a atuação do Senhor que socorre na fragilidade e faz crescer o desejo de viver na sua intimidade. “Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! Desde a aurora ansioso vos busco” (...) Para mim fostes sempre um socorro; de vossas asas à sombra eu exulto!” O justo proclama sua total confiança em Deus que apoia, protege e salva. No Senhor está a sabedoria que não engana.

A leitura da Carta aos Tessalonicenses se apresenta como um incentivo do apóstolo Paulo aos que sofrem em aceitar a condição da morte de pessoas queridas. “Não queremos deixar-vos na incerteza a respeito dos mortos, para que não fiqueis tristes, como os outros, que não tem esperança” (1Ts 4, 13). Os que acreditam em Cristo, viverão eternamente com ele.

3. Atualizando a Palavra

Os dias vão se somando e fechando o ano litúrgico de 2017. Isso tudo vai favorecendo a reflexão sobre a expectativa do final dos tempos. Como será e o que vai acontecer? Assim quando se é convidado para a festa de um casamento, logo pensa-se nos detalhes, os presentes, as vestes, os convivas, o cardápio do banquete etc., mas o Evangelista não está preocupado em satisfazer a curiosidade do protocolo do final dos tempos, mas em como, hoje, viver em atitude de vigilância ativa para não ser surpreendido e ver as portas do banquete se fecharem. A parábola se constitui numa exortação à vigilância face à 2ª vinda do Senhor – o noivo.

A imagem das bodas é mito feliz, à espera do noivo que chega noite adentro, as virgens previdentes (munidas de óleo para suas lamparinas) vigiam e na chegada, lhe fazem cortejo e ingressam na sala preparada para a festa. Enquanto isso, outras cinco se veem impedidas de participar da festa por suas lamparinas estarem desabastecidas de óleo. A questão aqui é a falta do óleo. Mas de que óleo o autor está se referindo?

Na sagrada Escritura, o óleo (azeite) sempre está associado à presença do Espírito Santo, unção santificação, purificação e outros termos afins. Na falta, não se empresta experiência com o Espírito Santo de Deus (Zc 4; Is 61,1); ou a pessoa tem ou não tem. Para os Padres da Igreja, como Santo Agostinho, “o azeite é símbolo do amor” (SANTO AGOSTINHO, Discurso 93,4), que não se pode comprar, mas que se recebe como dom, se conserva no íntimo e se manifesta nas obras. Na vida presente, viver com sabedoria, consiste na prática das obras da justiça e da misericórdia do Reino. “Na hora do grito: o noivo está chegando!” Será inútil querer arrumar um pouco de óleo junto a outras pessoas, pois cada qual é responsável pelo que acumulou ao longo da própria vida (BORTOLINI, op. Cit., p.257).

O que significa, na perspectiva de Mateus, “estar vigilantes e preparado para a chegada do noivo”? Há quem afirme que as cinco virgens que, em cima da hora foram providenciar o azeite, representam todos aqueles que não aderiram, no tempo oportuno, ao espírito da Boa-Nova do Reino anunciada por Jesus. Estar vigilante, com as lamparinas abastecidas, significa escutar a Palavra de Jesus, acolhê-la no coração e viver de forma coerente com os valores do Reino de Deus.

A parábola se constitui num alerta. Com o passar do tempo, as nossas comunidades têm tendência para se instalar no comodismo, no adormecimento, no descuido, numa vida de fé que não compromete, numa religião de “meia-medidas” e de facilidade, num testemunho pouco empenhado e pouco coerente ... É preciso, no entanto, que o nosso compromisso com Jesus se renova cada dia. A certeza de que Ele vem uma segunda vez, deve impulsionar-nos a um compromisso ativo com os valores do Evangelho, na fidelidade aos ensinamentos de Jesus e ao compromisso com o Reino por ele anunciado.

“Estar preparado” para acolher a segunda vinda do Senhor, quando ele vier “revestido de sua glória” (MR. Prefácio do Advento, I, - As duas vindas de Cristo) não significa, contudo, ter “alminha” limpa e sem mancha, para que, quando o Senhor chegar não encontre em nós alguma falta não confessada e nos leve para o céu... Mas significa sobretudo, vir dia a dia, de forma comprometida e entusiasta, o compromisso batismal. Quer dizer, estar bem “ungido com o óleo do batismo”.

“Estar preparado” passa pelo discernimento cotidiano dos projetos de Deus para nós, para o mundo e procurar concretizá-los, com alegria e vigor. “Estar preparado” passa pelo fazer de nossa vida um dom aos irmãos, no serviço, na partilha, no amor, ao jeito de Jesus que passou a vida fazendo o bem a todos, obediente à vontade do Pai até as últimas consequências.

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica

A comunidade reunida na fé e expressão da vigilância ativa. “Celebramos porque vigiamos e vigiamos porque celebramos”. Pois, vivemos o tempo da espera. Enquanto aguardamos a chegada do noivo, celebramos já a nossa vitória no Cristo Senhor.

A chama da lamparina do ser discípulo de Jesus, na espera de sua vinda gloriosa é mantida pelo azeite das sucessivas reuniões da comunidade, domingo após domingo, na oração, na acolhida da Palavra e na partilha do pão.

A escuta da Boa-Nova de Jesus deste domingo alerta-nos: não podemos instalar-nos no egoísmo e na nossa autossuficiência e recusar-nos a ouvir os apelos do Senhor. Importa que nos deixemos ungir pela prática das obras da justiça do Reino”, tem em si uma esperança invencível, como uma lamparina com a qual atravessa a noite escura para além do vale da morte, e chega ao banquete da Vida em plenitude.

“Agora e em todos os tempos, ele vem ao nosso encontro, presente em cada pessoa humana, para que o acolhamos na fé e o testemunhemos na caridade, enquanto esperamos a feliz realização de seu Reino” (MR. Prefácio do Advento IA – Cristo, Senhor e Juiz da História).

PRECES DA ASSEMBLEIA

Presidente: Somos sábios à medida que buscamos a Deus e deixamos que seus ensinamentos iluminem as nossas vidas. Por isso queremos apresentar ao Pai nossos pedidos.

1. Senhor, que a Igreja possa ser sempre sábia e prudente em sua evangelização. Peçamos:

Todos: Senhor, dá-nos prudência e sabedoria.

2. Senhor, que nossos governantes possam ajudar o povo a encher suas lâmpadas com a esperança e a justiça. Peçamos:

3. Senhor, por nossos irmãos e irmãs falecidos possam estar sentados à mesa do banquete eterno com Jesus Cristo. Peçamos:

4. Senhor, que nossa comunidade seja saciada com o teu amor e tua bondade, pois assim estará prevenida para o encontro definitivo contigo. Peçamos:

(Outras intenções)

Presidente: Ó Deus, que o Espírito Santo nos conceda a graça da conversão enquanto ainda se faz dia. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

III. LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:

Presidente: Lançai, ó Deus, sobre o nosso sacrifício um olhar de perdão e de paz, para que, celebrando a paixão do vosso Filho, possamos viver o seu mistério. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:

Fortificados por este alimento sagrado, nós vos damos graças, ó Deus, e imploramos a vossa clemência; fazei que perseverem na sinceridade do vosso amor aqueles que fortalecestes pela infusão do Espírito Santo. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

BÊNÇÃO E DESPEDIDA

Presidente: O Senhor esteja convosco.

Todos: Ele está no meio de nós.

Presidente: Ó Deus que nossas obras possam transformar a nossa vida para que possamos estar preparados para o encontro definitivo contigo, na vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

Presidente: (Dá a benção despede a todos).

ATIVIDADES DO BISPO DIOCESANO

Dia 10 de novembro – sexta-feira: Atendimento na residência episcopal – 09h00 até 12h00; Atendimento na residência episcopal – 16h00 – Irmã Ana Angélica – Missionárias de Jesus Crucificado; Crisma – Nossa Senhora de Fátima – Araras – Padre Marcelo – 19h30min.

Dia 11 de novembro – sábado: Crisma – São Vito – na Comunidade São Francisco de Assis – Padre Alexandre Lucente – 19h00 – Americana.

Dia 12 de novembro – domingo: Crisma – Nossa Senhora de Lourdes – Limeira – 18h30min

Dia 16 de novembro – quinta-feira: Reunião do Conselho de Presbíteros – 09h – Região Leste, às 09h00 em Engenheiro Coelho; Missa – Nossa Senhora do Brasil – Tríduo na Comunidade Santa Isabel da Hungria – Americana – 19h30min.

Dias 17 / 18 e 19 novembro: Comissão da Pastoral da Comunicação Regional Sul: Encontro Regional da Pascom em Agudos, SP.

Dia 18 de novembro, sábado: Crisma – São Benedito – Americana – presidida pelo Vigário Episcopal – Padre Jeferson – 18h00.

Dia 19 de novembro, domingo: Crisma – Jesus Cristo Bom Pastor – Limeira- Padre Júlio – 18h00.