“Venha participar da minha alegria”
Leituras: Provérbios 31, 10-13.19-20.30-31; Salmo 127 (128), 1-2.3.4-5ab; Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses 5,1-6; Mateus 25, 14-30.
COR LITÚRGICA: VERDE
Animador: Nesta páscoa semanal de Jesus, somos convidados a fazer render nossos talentos, pois Deus não quer de volta o que nos deu. O talento que recebemos deve ser aplicado, e o campo onde isso acontece é a família, a comunidade, a sociedade... Trabalhar e fazer render os talentos, não é investir em si próprio para ser bem sucedido na vida, mas para enriquecer a comunidade com valores do Reino de Deus.
1. Situando-nos brevemente:
O final do Ano Litúrgico se aproxima. A liturgia procura manter-nos sintonizados com o evento fundante da nossa fé: o Senhor ressuscitado e presente no meio dos seus.
O Senhor aparece na parábola da figura de um homem que ia viajar para o estrangeiro, confia aos empregados um patrimônio de grande valor. A nós são confiados os talentos para a missão de cada um no mundo, na Igreja, na comunidade e na família.
Com a proximidade do fim do Ano Litúrgico, este 33º Domingo nos sugere uma avaliação ou uma certa prestação de contas.
Na Oração do dia está a resposta feita oração: “fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a vós (...)”.
O Senhor nos pergunta pelo sentido que damos para a nossa vida e o que dela fazemos na perspectiva da chegada do Reino de Deus. Essa avaliação acontece no encontro pessoal com ele. Não devemos ter medo dele nem considerá-lo um homem severo. O fato dele nos ter confiado uma grande missão, revela que ele confia em nós.
Entramos na celebração, confiantes para ouvir e receber uma palavra de encorajamento: “Muito bem, servo bom e fiel”. Como servos bons e fiéis nos aproximamos da escuta da palavra e trazemos para o altar o pão e o vinho, símbolos de tudo o que somos e fazemos na construção do bem, da concórdia e do Reino de Deus. No fim, retomemos nossas atividades renovados e confirmados na missão de servos bons e fiéis.
2. Recordando a Palavra
O capítulo 25 de Mateus ressalta a justiça do Reino de Deus. É chamado discurso escatológico, tendo no centro a preocupação com o fim dos tempos. Sendo vigilantes não precisamos temer o fim dos tempos, fazendo eco e continuando a reflexão sobre a parábola das dez virgens. O evangelista pretende estender até nós o sentido do óleo que alimenta a chama das lâmpadas, que significa o compromisso permanente com a justiça. Ou seja, “e a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós entrareis no Reino dos Céus (Mt 5,20).
Confiados os talentos a cada empregado, “aquele rico senhor” parte para a planejada viagem. Na sua ausência os servos deverão fazer frutificar ou aumentar seu patrimônio. Observemos os dois primeiros duplicaram as quantias iniciais. O terceiro, tomado pelo medo de perder tudo, enterra o talento. No regresso e no acerto de contas, “aquele rico senhor”, recompensa os dois servos que duplicaram o capital que lhes havia confiado. São chamados de empregos bons e fiéis, sem outros qualificativos. Enquanto o terceiro, que lhe restitui apenas a moeda recebida, é censurado e punido. O medo gerado pela falsa imagem do patrão, paralisou e anulou a criatividade do empregado (v. 24b-25).
A espera do “senhor” se dá no serviço, no dinamismo, na fidelidade ativa, e não no comodismo. A parábola dos talentos fala não da parusia, mas sim do prazo que nos é dado para fazer frutificar o que recebemos de Deus em favor do bem comum. Ela se refere ao tempo que se chama “hoje” em vista do dia de amanhã. O que fazer enquanto o patrão não chegar? Nossos dias devem ser de esperar ativa. O Reino acontece todas às vezes que a justiça permeia a vida das pessoas e da sociedade.
A primeira leitura faz o elogio de uma mulher ideal, exemplo de pessoa sábia: sua administração e sabedoria são completas. É a sabedoria em ação; o homem depende dela; tem capacidade para os negócios; ela é o contrário da pessoa medrosa de que o Evangelho nos fala.
O Salmo 127 (128), um texto sapiencial, traz uma proposta concreta de felicidade e de bênção. Construir a casa na Bíblia significa constituir família, mas quem dá fecundidade é Deus. A construção da casa é simbólica e revela um modo de vida apoiado nas Escrituras. O Senhor é apresentado como construtor da casa (autor da fecundidade humana) e guarda forte da cidade. Casa e cidade significam e abrangem a vida familiar e social. Mas sem a presença do Senhor, tudo isso se torna inútil. Com ele, tudo é bênção e vida. O Salmo ajuda na compreensão do Evangelho dos talentos, deixa claro que a sabedoria é dom de Deus.
Na Carta aos Tessalonicenses transparece a preocupação com o “Dia da Vinda do Senhor”. Fala que o dia do Senhor virá como um ladrão, de noite, de repente, como as dores doe parto, e ninguém poderá escapar dele. Mas os cristãos não estão nas trevas e não serão surpreendidos pelo dia do Senhor. Não devemos dormir, mas permanecer vigilantes e sóbrios. Isso significa vigiar, e vigiar é abandonar os ídolos que envolvem a sociedade na noite da injustiça e entrar no coração do Reino que comporta uma prática de serviço no culto ao Deus verdadeiro.
3. Atualizando a Palavra
A parábola de hoje nos quer mostrar como devem agir os que receberam a responsabilidade do Reino da justiça, trazida por Jesus.
O senhor que distribui os talentos e empreendeu uma longa viagem é o próprio Deus. Ele nos confiou seus bens, a cada um conforme sua capacidade. A um deu cinco, a outro dois e ao outro, um talento. Quais são os talentos que Deus nos confiou? O grande tesouro a nós confiado foi seu Reino para que façamos frutificar. Quem fizer o Reino frutificar, será elogiado e convidado à sua plena participação? “Muito bem, servo bom e fiel! (...) Vem participar da minha alegria!” Quem luta pela justiça do Reino é servo bom e fiel!
Há servos que, por uma falsa imagem ou experiência, temem seu senhor. O medo de arriscar nos paralisa e bloqueia a fecundidade do amor: “Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. Por isso, fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence”. Esse medroso fez uma imagem de Deus como patrão cruel e justiceiro. A resposta do “patrão” a esse servo foi: “Servo mau e preguiçoso!”.
Os dois primeiros enfrentaram o risco de este último que tornou inútil os bens de Deus. “Deus é amor! Arrisquemos viver por amor! Deus é amor, ele afasta o medo!” Enfim, o servo infiel produz fruto por medo e pela ideia errada que ele tem de Deus leva ao fatalismo e à omissão.
A parábola mostra a grandeza e a fragilidade de Deus. Sua grandeza está em nos entregar seus bens. Nada retém para si. Tudo é entregue. Sua fragilidade é confiar em nós, que podemos desperdiçar toda a sua riqueza. Deus arrisca perder confiando em nós. Sua fragilidade ressalta sua grandeza e bondade.
Observemos ainda, que o rico senhor, não distribui os dons na mesma quantia. O importante não é ter muitos ou poucos dons, mas fazê-los frutificar. Que dizer, Deus nos conhece singularmente e nos confia aquilo que é bom para nós. Deus confia em nós. Ele espera em nós. Isso é igual para todos. Não nos deixemos paralisar pelo medo, mas retribuamos a confiança com a confiança” (FRANCISCO. Alocução do Angelus, domingo, 16 de novembro de 2014).
4. Ligando a Palavra com ação litúrgica
Como assembleia litúrgica, acolhemos o convite do Senhor para “participar de sua alegria”, da vitória da vida que vence a morte.
O Senhor vem nos sacudir da apatia, da preguiça e do desânimo, levantar nossas cabeças e renovar nossa capacidade de entrega, de doação. Ele nos convida a retomar o ânimo e a esperança que brotam da ressurreição: “Todos somos filhos da luz, do dia (...); não somos da noite, das trevas”.
Por isso, suplicamos que nosso trabalho, realizado com “a diligência da mulher virtuosa”, seja para nós instrumento de libertação e de encontro, não de opressão e de sofrimento.
O pão e o vinho, frutos da natureza e do trabalho humano, apresentados em ação de graças ao Pai, tornam-se sacramentos de seu incansável amor por nós. A Eucaristia nos renova no compromisso de frutificar, em nosso dia-a-dia, como fiéis, diligentes e dedicados trabalhadores de seu Reino, aplicando, com amorosa responsabilidade, os talentos recebidos, na edificação de um futuro mais sorridente, mesmo entre oposições e aflições, como “dores de parto”.
Em cada celebração litúrgica, ao mesmo tempo, em que desejamos e suplicamos a proximidade da vinda do Senhor e do seu Reino (“Vem, Senhor Jesus”, “Venha a nós o vosso Reino”), já, antecipadamente, a experimentamos no encontro com os irmãos, com sua Palavra e na Ceia Eucarística.
Mensagem do trecho do Papa Francisco para o 1º Dia Mundial dos Pobres, 33º Domingo do Tempo Comum – 19 de novembro de 2017
Um amor assim não pode ficar sem resposta. Apesar de ser dado de maneira unilateral, isto é, sem pedir nada em troca, ele abrasa de tal forma o coração, que toda e qualquer pessoa se sente levada a retribuí-lo, não obstante suas limitações e seus pecados. Isso é possível se a graça de Deus, a sua caridade misericordiosa, for acolhida no nosso coração a ponto de mover a nossa vontade e os nossos afetos para o amor ao próprio Deus e ao próximo. Desse modo, a misericórdia, que brota por assim dizer do coração da Trindade pode chegar a pôr em movimento a nossa vida e gerar compaixão e obras de misericórdia em prol dos irmãos e das irmãs que se encontram em necessidade.
“Venham terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um” (At 2,45). Esta frase mostra, com clareza, como estava viva nos primeiros cristãos tal preocupação. O Evangelista Lucas – o amor sagrado que deu mais espaço à misericórdia do que qualquer outro - não faz retórica quando descreve a prática da partilha na primeira comunidade. Antes, pelo contrário, com a sua narração, pretende falar aos fiéis de todas as gerações (e, por conseguinte, também à nossa), procurando sustentá-los em seu testemunho e incentivá-los à ação concreta a favor dos mais necessitados. E o mesmo ensinamento é dado, com igual convicção, pelo apóstolo. Tiago, usando expressões fortes e incisivas em sua carta: “Ouvi, meus amados irmãos: porventura não escolheu Deus os pobres segundo o mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam? Mas vós desonrais o pobre. Porventura não são os ricos que vos oprimem e vos arrastam aos tribunais?
(...) De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento cotidiano, e um de vós lhes disser: ‘Ide em paz, tratai de vos aquecer e matar a fome’, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta” (2, 5-6.14-17). Que este novo Dia Mundial se torne, pois, um forte apelo à nossa consciência crente, para ficarmos cada vez mais convictos de que partilhar com os pobres permite-nos compreender o Evangelho em sua verdade mais profunda. Os pobres não são um problema: são um recurso de que lançar a mão para acolher e viver a essência do evangelho. (FRANCISCO. Trecho da Mensagem para o 1º Dia Mundial dos Pobres: 33º Domingo do Tempo Comum – 19 de novembro de 2017).
Oração dos fiéis:
Presidente: Peçamos a Deus, que nossa vida seja uma constante doação em favor da vida de nossos irmãos e irmãs.
1. Senhor, que a Igreja seja no mundo sinal de teu amor, que nunca se omita em investir os tesouros a ela confiados em favor da humanidade. Peçamos:
Todos: Senhor, que cresça em nós a sua graça.
2. Senhor, que nossos governantes tenham a prudência de escolher caminhos que possam tirar tantas pessoas da miséria e marginalidade. Peçamos:
3. Senhor, ajude nossa comunidade a ser local onde os talentos sejam sempre mais investidos para o bem de todos e para o crescimento dos valores do Reino de Deus. Peçamos:
4. Senhor, por todos nós aqui reunidos para que possamos investir nossa vida para fazer lucrar novos talentos a fim de que os valores do reino cresçam entre nós. Peçamos:
(Outras intenções)
Presidente: Deus, criador do mundo, atenda as preces que teus filhos e filhas apresentam, para que possam trabalhar com satisfação para a realização do Reino. Por Cristo, nosso Senhor.
T.: Amém.
III. LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente: Concedei, Senhor nosso Deus, que a oferenda colocada sob o vosso olhar nos alcance a graça de vos servir e a recompensa de uma eternidade feliz. Por Cristo, nosso Senhor.
T.: Amém.
ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:
Presidente: Tendo recebido em comunhão o Corpo e o Sangue de vosso Filho, concedei, ó Deus, possa esta Eucaristia que ele mandou celebrar em sua memória fazer-nos crescer em caridade. Por Cristo, nosso Senhor.
T.: Amém.
BÊNÇÃO E DESPEDIDA:
Presid.: O Senhor esteja convosco.
T.: Ele está no meio de nós.
Presid.: Que o Senhor os abençoe e dê a todos nós a coragem para multiplicar os talentos recebidos. Por Cristo, nosso Senhor.
T.: Amém.
Presid.: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, + Pai e Filho e Espírito Santo.
T.: Amém.
Presid.: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
T.: Graças a Deus.
ATIVIDADES DO BISPO DIOCESANO
Dias 17 / 18 e 19 novembro: Encontro Estadual da Pascom - Comissão da Pastoral da Comunicação Regional Sul 1, em Agudos, SP.
Dia 18 de novembro, sábado: Crisma – São Benedito, presidida pelo Vigário Episcopal – Padre Jeferson – 18h00, em Americana.
Dia 19 de novembro, domingo: Dom Vilson presidirá a Missa do Crisma na Paróquia Jesus Cristo Bom Pastor, Padre Júlio, às 18h00, em Limeira.
Dia 22 de novembro – quarta-feira: Dom Vilson presidirá a Missa do Crisma na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, às 19h30min, em Limeira.
Dia 23 de novembro – quinta-feira: Reunião dos bispos – CDL – 09h00; Almoço Aniversário antecipado de Dom Vilson – 12h00 no CDL; Missa – Investidura de Ministros – 19h30min – Santuário Senhor Bom Jesus dos Aflitos, às 19h30min, em Pirassununga.
Dia 24 de novembro – sexta-feira: Missa – Novena na Comunidade Nossa Senhora das Graças, às 20h00, Padre Diego, em Limeira
Dia 25 de novembro – sábado: Dom Vilson presidirá a Missa do Crisma na Paróquia Sagado Coração de Jesus, às 1900, em Cosmópolis.
Dia 26 de novembro – domingo: Crisma Nossa Senhora Aparecida, às 10h00, em Americana; e à tardinha Dom Vilson presidirá a Missa de Dedicação da Igreja São Manoel, às 18h00, em Leme.