1º Domingo da Quaresma
Publicado em: 09/02/2018


“O Espírito levou Jesus para o deserto” (Mc 1,12)

Leituras: Gênesis 9,8-15; Salmo 24 (25), 4bc-5ab.6-7bc.8-9; Primeira Carta de São Pedro 3,18-22; Marcos 1,12-15.

COR LITÚRGICA: ROXO

Animador: Nesta páscoa semanal, somos convidados a vencer as tentações, como aconteceu com Jesus. Que por meio desta celebração, Deus nos ajude a superar todas as tentações, e assim, com Jesus, possamos chegar às alegrias de sua Ressurreição.

1. Situando-nos brevemente

A Quaresma foi inaugurada com a celebração da Quarta-feira de Cinzas. Ressoou, mais uma vez, em nossos ouvidos, o convite de percorrer um itinerário pedagógico e catequético, que nos faz penetrar nos grandes eventos da história da salvação.

Durante as cinco semanas da Quaresma, na liturgia da Palavra, escutamos e atualizamos os textos bíblicos, que eram fonte de estudo e compromisso dos catecúmenos, nos primeiros séculos do Cristianismo.

Neste primeiro domingo, conduzidos pelo Espírito, vamos com Jesus ao deserto. Com ele, seremos tentados, testados, postos à prova. Damo-nos conta de que as leituras apresentam uma forte conotação batismal: a Quaresma tem caráter essencialmente batismal, o qual fundamenta o seu caráter penitencial.

Na Quaresma do Ano B, comemoramos a restauração do ser humano em Cristo morto e ressuscitado. Após o Batismo no Jordão, Jesus é impedido pelo Espírito Santo ao deserto. Antes de significar a morte, o deserto significa lugar de encontro com Deus. Todavia, este encontro supõe luta: é o momento da tentação. A partir daí, Jesus inicia a grande luta da libertação da humanidade. Ele sai vitorioso e nos faz vencedores por sua morte e ressurreição.

2. Recordando a Palavra

A nova Aliança de Deus com a humanidade, realizada na morte e ressurreição de Cristo, fora prefigurada na Aliança de Deus com Noé, salvos das águas do dilúvio (1ª. Leitura: Gn 9, 8-15). Para os povos antigos, a água, especialmente a água dos grandes mares e rios, este símbolo de caos, de perigo e morte. Ser libertado da água significativa ser salvo.

O dilúvio de que fala a narração de Noé simboliza o caos do pecado. Noé e sua família foram salvos e Deus fez uma Aliança com ele, e não só com ele, mas com toda a criação, com todos os seres vivos. É uma aliança universal e eterna. Deus não romperá seu pacto. O arco-íris é o símbolo da Aliança de Deus com a humanidade. É o símbolo do compromisso divino com a vida. E para nós, quais são hoje, os sinais de que Deus é nosso parceiro na luta e pela defesa da vida.

Neste texto do Livro de Gênesis, proclamado no primeiro domingo da Quaresma, temos uma imagem do batismo: salvos pela água, Deus faz aliança conosco.

Com o Salmo 25 (24) cantamos a fidelidade do nosso Deus. Que sua verdade e seu amor nos orientem e nos conduzam para sermos fiéis à sua Aliança.

Na segunda leitura (1Pd 3, 18-22) Pedro também se refere as águas do dilúvio, ligando-as as águas do nosso Batismo. É de grande importância esta espécie de profissão batismal, que descobrimos no texto: “Cristo morreu, uma vez por todas, por causa dos pecados, o justo pelos injustos” (v.18a); “No Espírito, ele foi também pregar aos espíritos na prisão” (= ”mansão dos mortos”) (v.19). “Subiu aos céus está à direita de Deus” (v.22a).

No tempo em que esta carta de Pedro foi escrita, os cristãos eram minoria, mas são justamente eles que provocam na humanidade inteira o confronto o Evangelho de Jesus. A identidade e a missão dos cristãos surgem daí e darão origem a novas criaturas e a nova humanidade. Pedro explica que esta novidade se realiza pela purificação batismal (simbolismo do dilúvio) que nos torna aptos a viver segundo uma boa consciência, nos confere uma identidade nova, torna-nos pessoas novas.

No Evangelho (Mc 1, 12-15), escutamos as primeiras palavras que Marcos colhe da boca de Jesus: “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho” (v.15). Isso, depois que Jesus, levado pelo Espírito para o deserto, lá permaneceu quarenta dias, foi tentado por Satanás e enfrentou os animais selvagens (cf. VV 12-13).

É o início do Evangelho, da boa notícia proclamada por Jesus: “convertei-vos”! Conversão é mudança de atitude que se manifesta na prática. Deus quer estar junto de seu povo = o Reino de Deus chegou – e por causa desta iniciativa de Deus, que se volta para nós, devemos voltar para ele.

Marcos liga imediatamente ao Batismo de Jesus, que é o início de sua missão, o episódio da tentação (cf. VV 12-13), o que indica que ele vê, como ponto fundamental da missão do Filho de Deus, a luta contra Satanás. Vencendo o demônio, Jesus anuncia a salvação, dá início ao Reino de Deus (cf. vv14-15). Este anúncio exige de nós uma mudança de mentalidade, uma “virada”, um afastamento do caminho habitual e uma volta para outra direção. Esta mudança, esta conversão procede da fé: crer no Evangelho (cf. v 15b).

É sempre ilusório crer-nos convertidos de uma vez por todas. Não somos nunca simples pecadores, mas pecadores perdoados, pecadores-em-perdão, pecadores-em-conversão. Converter-se significa recomeçar sempre de novo esta mudança interior, por meio da qual a nossa pobreza humana se volta para a graça de Deus. Antão, patriarca e pai de todos os monges, dizia de modo lapidar: “cada manhã me digo: hoje, começo”. E Abba Poemen, o mais famoso dos padres do deserto depois de Antão, quando, à beira da morte, era elogiado por sua vida virtuosa, que o colocava na condição de apresentar-se diante de Deus com extrema tranquilidade, respondeu: “Devo ainda começar, estava apenas começando a converter-me”, e chorou.

Hoje, o tempo nos é concedido para conhecermos melhor a Deus: é sempre um tempo de conversão e de graça, dom de sua misericórdia.

3. Atualizando a Palavra

Neste domingo do deserto de Jesus, também nós somos conduzidos com Ele pelo Espírito. Ir para o deserto, permanecer no deserto supõe disponibilidade para se deixar conduzir pelo Espírito, em solidariedade com Jesus e com o povo dos crentes. O deserto não é casa para ser habitada, mas espaço que se tem de atravessar para realizar uma forte experiência espiritual, que torne mais verdadeira a relação com Deus e com os irmãos.

No deserto, Jesus é tentado. Portanto, o deserto não é a fuga da tentação. Jesus se retira para o deserto para escapar do messianismo triunfalista, que as multidões, sob a direção de Satanás, pretendem impor-lhe. Jesus quer que o deserto seja o símbolo do espaço infinito que separa Deus do homem pecador. Esta distância só é superada por meio do lento caminho da fé.

A Quaresma é caminho de fé, que percorremos guiados pelo Espírito Santo. Deus nos chama ao deserto para renovar a sua Aliança conosco. Estamos prontos para renunciar, para esquecer o que ficou para trás a fim de alcançar o Cristo, como fomos alcançados por ele? (cf. Fl 3, 12-13). Estamos dispostos a levar a sério a renovação da Aliança com Deus?

Somos convidados a deixar as tentações das alianças, do mundo, do pecado e a viver os compromissos do Batismo que nos inserem no mistério da morte e da ressurreição de Cristo. Quem vive o Batismo assume o projeto libertador de Jesus, que é o caminho de volta para Deus. Os frutos concretos da conversão, da vitória sobre as tentações são a partilha dos bens com os irmãos necessitados, a vivência de uma religião que se compromete com a vida. Meios excelentes que nos colocam neste caminho de conversão são a escuta da Palavra de Deus, a oração e o jejum. 

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica

A liturgia deste domingo faz memória de Jesus que, tentado é servido pelos anjos, ou seja, é sustentado pelo próprio Deus, que o declarou seu Filho e Servo para instaurar o Reino. Sua obediência ao Pai até o fim trouxe para nós a justificação.

Iniciando com Jesus, a caminhada quaresmal, nos reunimos para escutar atentamente a sua Palavra, que nos convoca a renovar os nossos compromissos batismais e a nossa fidelidade ao Deus vivo e verdadeiro.

Pelo Batismo somos participantes da reconciliação do sacrifício realizado, uma vez por todas por Cristo, e atualizado na Eucaristia que celebramos. Na Eucaristia, renovamos a aliança com Deus, expressamos e vivenciamos o mistério pascal com os mesmos ritos deixados por Jesus na última ceia ao profetizar sua morte.

Ao celebrarmos seu memorial – “Façam isto em minha memória” – tornamo-nos misticamente participantes do fato da história da salvação que recordamos e anunciamos, e somos associados à morte e ressurreição de Cristo, pelo Espírito que nos impulsiona para missão a serviço do Reino que há de vir e que já está entre nós.

É ao projeto de Deus, anunciado e realizado na pregação e na prática de Jesus, que queremos servir, e não ao poder do mal. A vitória de Jesus sobre todo mal é o grande motivo de ação de graças e louvor ao Senhor, nosso Senhor. No prefácio, o presidente reza em nome de toda a assembléia: “Jejuando quarenta dias no deserto, Jesus consagrou a observância quaresmal. Desarmado as ciladas do antigo inimigo, ensinou-nos a vencer o fermento da maldade. Celebrando agora, o mistério pascal, nós nos preparamos para a Páscoa definitiva”.

Oração dos fiéis:

Presidente: Viver a Quaresma é abrir-se à misericórdia de Deus em Jesus. Quem encontra Jesus, encontra o amor incondicional, a gratuidade, a vida em abundância. Compreendemos que a misericórdia de Deus é maior do que nossas infidelidades. Elevemos ao Pai de misericórdia a nossa oração.

III. LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:

Presidente: Fazei, ó Deus, que o nosso coração corresponda com estas oferendas com as quais iniciamos nossa caminhada para a Páscoa. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:

Presidente: Ó Deus, que nos alimentastes com este pão que nutre a fé, incentiva a esperança e fortalece a caridade, dai-nos desejar o Cristo, pão vivo e verdadeiro, e viver de toda a palavra que sai de vossa boca. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

BÊNÇÃO E DESPEDIDA:

Presidente: O Senhor esteja convosco.

Todos: Ele está no meio de nós.

Presidente: Ó Deus, faça que nesta Quaresma, o seu povo se volte para Ti de todo coração. Pois se o protege mesmo quando erra, com maior amor o guarda quando lhe serve.

Todos: Amém.

Presidente: (Dá a bênção).

 

Agenda de Dom Vilson para fevereiro/2018

Dia 09/02 – Sexta-feira: Missa e Posse de Administrador Paroquial na Quase-Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, Pe. Isael de Brito, às 19h30, em Americana, SP.

Dia 10/02 – Sábado: Missa e Posse de Pároco na Paróquia São Benedito, Pe. Luís Fabiano Canatta, às 18h00, em Americana, SP.

Dia 11/02 – Domingo: Missa e Posse de Administrador Paroquial na Quase-Paróquia Santa Eulália, Pe. Bruno Gabriel Steim, às 08h30, em Limeira, SP.

Dia 11/02 – Domingo: Missa e Posse de Pároco Paróquia Nossa Senhora do Brasil, Pe. Paulo Sérgio Lopes Gonçalves, às 18h30, em Americana, SP.

Dia 15/02 – Quinta-feira: Abertura da Campanha da Fraternidade na Diocese de Limeira – Catedral Nossa Senhora das Dores, às 15h, em Limeira, SP.

Dia 16/02 – Sexta-feira: Missa e Posse de Pároco Paróquia Santa Ana, Pe. Jefferson Luís Leme da Silva, às 19h00, em Limeira, SP.

Dia 17/02 – Sábado: Missa e Posse de Pároco Paróquia São Camilo de Léllis, Pe. Antônio Carlos de Almeida, às 19h30, em Americana, SP.

Dia 18/02 – Domingo: Missa e Posse de Pároco Paróquia Nossa Senhora das Graças, Pe. Alex Turek, às 09h00, em Araras, SP.

Dia 18/02 – Domingo: Missa e Posse de Pároco e reitor do Santuário São Sebastião, Pe. Amarildo Marçoli, às 18h30, em Porto Ferreira, SP.

Dia 21/02 – Quarta-feira: Missa de Abertura do semestre no Seminário Diocesano, em Campinas, SP.

Dia 22/02 – Quinta-feira: Conselho de Presbíteros, na paróquia São Manoel, em Leme, SP.

Dia 22/02 – Quinta-feira: Missa e Posse de Administrador Paroquial na Quase-Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, Pe. José Valter Rossini, às 19h30, em Araras, SP.

Dia 23/02 – Sexta-feira: Missa e Posse de Pároco Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Pe. Gilmarcos da Silva Teixeira, às 19h30, em Americana, SP.

Dia 24/02 – Sábado: Missa e Posse de Pároco Paróquia Jesus Crucificado, Pe. Rodrigo Alves, às 18h00, em Iracemápolis, SP.

Dia 25/02 – Domingo: Missa e Posse de Pároco Paróquia São Paulo Apóstolo, Pe. Vitor Tomé Minutti, às 08h00, em Limeira, SP.

Dia 25/02 – Domingo: Missa e Crisma na Paróquia São Francisco de Assis, Pe. Ismael Vanderlei Avi, as 16h00, em Araras, SP.