Núcleo Museológico Igreja Boa Morte é inaugurado em Limeira com a presença de Dom Vilson
Publicado em: 16/05/2018


Na quarta-feira, dia 9 de maio, o Núcleo Museológico Igreja Boa Morte abriu as portas para a visitação.

A inauguração teve a presença do bispo diocesano de Limeira - Dom Vilson Dias de Oliveira, DC, do provedor da Confraria Nossa Senhora da Boa Morte e Assunção - Assis de Toledo Rodovalho, do secretário de Cultura de Limeira – Farid Zaine, do Assessor Eclesiástico da Comissão de Bens Culturais da Diocese de Limeira – Pe. Carlos Alberto da Rocha, e demais autoridades, membros da curadoria do núcleo museológico e convidados.

O evento, que foi marcado pela bela apresentação do Coral InCantos, de Americana, regido pelo maestro Eduardo Lustosa, encerrou as comemorações dos 150 anos de inauguração da igreja, completados em 2017.

A inauguração do Núcleo Museológico Igreja Boa Morte, dá prosseguimento ao projeto de se instalar vários núcleos museológicos na Diocese de Limeira. Esses núcleos são extensões do Museu Eclesiástico da Diocese de Limeira, criado em 2017 e que terá seu núcleo central na Nova Cúria Diocesana, em processo de construção.

Para Dom Vilson, “a implantação desses núcleos museológicos representa um fator impulsionador do campo museológico e cultural nas cidades da Diocese de Limeira, uma conquista que reitera a importância e a legitimidades desse organismo museológico que deve manter vetores educacionais, culturais e históricos em diferentes esferas”, disse.

Pe. Carlos ressaltou a importância do espaço museológico em consonância com o trabalho em curso pela Comissão diocesana de Bens Culturais Eclesiásticos. Segundo ele, “ao inaugurarmos mais este núcleo museológico, o segundo do museu, reiteramos o nosso desejo em valorizar os bens culturais da Igreja, verdadeiros guardiões das memórias e da história do catolicismo e das comunidades espalhadas pelas 16 cidades que formam nossa Diocese. Para isso, buscamos valorizar, preservar e difundir estes acervos, acreditando que sua valorização constitui base essencial para a ação pastoral e evangelizadora da Igreja, bem como para a construção da história regional”.

João Paulo Berto, membro da curadoria do núcleo museológico, destacou que os acervos encontrados nas igrejas extrapolam a dinâmica religiosa. No caso da Igreja Boa Morte da cidade de Limeira, “o acervo existente dentro destas sesquicentenárias paredes ajuda a recontar a história não somente desta Confraria, mas também da cidade de Limeira. Isso, por si só, justifica este trabalho de preservação e difusão de nossa história. Religião, educação, saúde e bem-estar foram lemas entranhados nos discursos da Irmandade e depois Confraria da Boa Morte desde seu nascimento”.

O Núcleo Museológico Igreja Boa Morte reúne algumas obras preservadas pelo Centro de Documentação e Memória “Bento Manoel de Barros”, localizado no próprio templo. Entre os bens expostos estão cerca de 50 itens do acervo da Igreja e Confraria, datados do século XIX aos dias atuais, e que ajudam a recontar a história religiosa de Limeira.

Este é o segundo núcleo museológico inaugurado na diocese de Limeira. O primeiro núcleo foi aberto no fim do ano passado, na paróquia São Manoel, em Leme.

Além de João Paulo Berto, fazem parte da curadoria Adriana Pessatte Azzolino, Ana Claudia Cermaria e Marco Antônio Erbeta.

Projeto Museu eclesiástico e a rede de núcleos museológicos

O projeto do Museu Eclesiástico da Diocese de Limeira –Mec vem sendo gestado desde o ano de 2016, quando a Diocese de Limeira completou seus 40 anos.

Todo este processo tem à frente a Comissão Diocesana de Bens Culturais Eclesiásticos, cujo Assessor Eclesiástico é o Padre Carlos Alberto da Rocha – reitor da Basílica Nossa Senhora do Patrocínio, de Araras, e o responsável pela curadoria é o historiador, doutor em história da arte, João Paulo Berto.

O Museu Eclesiástico da Diocese de Limeira –MEc, está pautado nas diretrizes da Igreja e do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), tem fins culturais e religiosos, tendo por objetivo social a promoção da dignidade da pessoa humana por meio dos Bens Culturais da Igreja, a serviço da evangelização, da pastoral, da cultura e do desenvolvimento sustentável da sociedade.

Este museu constitui-se não tendo uma sede única, mas se configura como uma instituição gestora, estabelecendo-se por meio de vários núcleos museológicos espalhados pelo território diocesano. O núcleo central, formado por reserva técnica central e espaço expositivo, estará localizado junto à nova cúria diocesana, prevista para setembro de 2018.

A ideia é que, com o tempo, cada paróquia tenha seu próprio espaço de memória, um local onde as referências culturais (que são dinâmicas) possam ser sempre preservadas pela própria comunidade que a cria e modela ao longo do tempo.

O MEc, assim, será a instituição que vai manter esta rede de núcleos museológicos fornecendo mecanismos e incentivando as práticas de registro, catalogação, preservação e conservação, guarda, exposição e pesquisa dos acervos. Além disso, poderá realizar projetos com vistas à auxiliar financeiramente na manutenção destes espaços/acervos cuja visitação será sempre pública.

 

Marco Antônio Erbeta
João Paulo Berto