Pe. Ocimar Francatto reflete esta semana sobre o tema: “O Hino do Glória”
Publicado em: 08/06/2018


Olá amigos e amigas!

Que bom estarmos juntos mais uma vez para refletirmos sobre a Sagrada Liturgia.

Gostaria de refletir com vocês sobre o HINO DO GÓRIA, que fazemos durante a Celebração Eucarística.

Infelizmente, por falta de conhecimento litúrgico, muitas vezes este hino é feito de forma errada, prejudicando toda a celebração litúrgica.

A Igreja nasceu cantando. Foi após ter cantado os Salmos do Hallêl - Sl 113 - 118 - (Mateus 26, 30) que Jesus deixa o Cenáculo onde institui a Eucaristia, na Última Ceia, para entrar no caminho de sua morte-ressureição, onde vai renovar a criação.

Prisioneiros em Filipos, Paulo e Silas cantavam em plena noite as maravilhas de Deus, sob a admiração dos outros prisioneiros (Atos dos Apóstolos 16, 25).

Na carta dirigida aos cristãos de Colossos, Paulo exorta a cantar, nas suas assembléias, hinos, salmos e cânticos, ou seja, toda espécie de cantos, cantados no Espírito e na ação de graças (Colosseses 3,16).

A produção de hinos cristãos foi abundante e generalizada no século III, mas não se sabe qual foi a difusão de tais criações.

A tradição litúrgica guardou duas testemunhas da hinologia, que tem suas raízes no século II, o “Glória a Deus nas alturas”, cantado no ofício da manhã nos ritos bizantinos e passado para a missa romana. E o hino da tarde das liturgias do Oriente, que a reforma do Concílio Vaticano II adotou na Liturgia das Horas:

“Luz esplendente da santa glória

Do Pai celeste imortal

Santo e glorioso Jesus Cristo”.

Em latim se diz “Glória” em grego “Doxa”. Tem uma densa ressonância teológica para os cristãos.

Com a palavra “Glória” começam duas doxologias (palavra de louvor) ou cânticos de louvor mais tradicionais dos cristãos: na missa, o Hino do “Glória a Deus nas alturas”; na oração em geral, e na salmodia e no rosário em particular, o Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. A primeira é chamada “doxologia maior” e a segunda é chamada de “doxologia menor”.

Na celebração eucarística sempre usamos a doxologia maior, por isso o Hino do Glória não é um louvor ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo (saudação trinitária), mas sim a Deus e ao Cordeiro.

O Glória é uma das mais antigas composições da Igreja. Eram chamadas de “psalmi idiotici”, cânticos de composição pessoal, ao passo que os salmos são inspirados.

O Glória é um canto festivo. Foi introduzido na missa romana no século VI, para a festa de Natal. Depois se estendeu às outras festas e, por fim, aos domingos, fora do Advento e da Quaresma.

Até mais...

 

Pe. Ocimar Francatto