11º Domingo do Tempo Comum - Ano B
Publicado em: 14/06/2018


“Lançará ramos e dará frutos” (Ez 23)

 

Leituras: Ezequiel 17, 22-24; Salmo 91 (92); 2 Coríntios 5, 6-10; Marcos 4, 26-34.

COR LITÚRGICA: VERDE

Animador: A Palavra de Deus nesse 11º Domingo do Tempo Comum nos convida a olhar para a vida e para o mundo com confiança e esperança. Deus, fiel ao seu plano de salvação, continua hoje, como sempre, a conduzir a história humana para uma meta de vida plena e de felicidade sem fim.

1. Situando-nos brevemente

Na primeira leitura, o profeta Ezequiel assegura ao Povo de Deus, exilado na Babilônia, que Deus não esqueceu a Aliança, nem as promessas que fez no passado. Apesar das vicissitudes, dos desastres e das crises que as voltas da história comportam, Israel deve continuar a confiar nesse Deus que é fiel e que não desistirá nunca de oferecer ao seu Povo um futuro de tranquilidade, de justiça e de paz sem fim. O Evangelho apresenta uma catequese sobre o Reino de Deus – essa realidade nova que Jesus veio anunciar e propor.

2. Recordando a Palavra

Trata-se de um projeto que, avaliado à luz da lógica humana, pode parecer condenado ao fracasso; mas ele encerra em si o dinamismo de Deus e acabará por chegar a todo o mundo e a todos os corações. Sem alarde, sem pressa, sem publicidade, a semente lançada por Jesus fará com que esta realidade velha que conhecemos vá, aos poucos, dando lugar ao novo céu e à nova terra que Deus quer oferecer a todos.

A segunda leitura recorda-nos que a vida nesta terra, marcada pela finitude e pela transitoriedade, deve ser vivida como uma peregrinação ao encontro de Deus, da vida definitiva. O cristão deve estar consciente de que o Reino de Deus (de que fala o Evangelho de hoje), embora já presente na nossa atual caminhada pela história, só atingirá a sua plena maturação no final dos tempos, quando todos os homens e mulheres se sentarem à mesa de Deus e receberem de Deus a vida que não acaba. É para aí que devemos tender, é essa a visão que deve animar a nossa caminhada.

Leitura da profecia de Ezequiel Eis o que diz o Senhor Deus: “Do cimo do cedro frondoso, dos seus ramos mais altos, Eu próprio arrancarei um ramo novo e vou plantá-lo num monte muito alto”. Na excelsa montanha de Israel o plantarei e ele lançará ramos e dará frutos e tornar-se-á um cedro majestoso. Nele farão ninho todas as aves, toda a espécie de pássaros habitará à sombra dos seus ramos.

E todas as árvores do campo hão de saber que Eu sou o Senhor; humilho a árvore elevada e elevo a árvore modesta, faço secar a árvore verde e reverdeço a árvore seca. “Eu, o Senhor, digo e faço”. No ano de 609 a. C., o faraó Neco derrotou o rei Josias e colocou no trono de Judá Joaquim, que durante algum tempo foi vassalo do Egito.

Contudo, em 605 a. C., Nabucodonosor derrotou as tropas assírias e egípcias em Carquemish, prosseguiu a sua campanha em direção ao Egito e assumiu o controle da Síria e da Palestina. Joaquim ficou a pagar tributo aos babilônios. Quando, em 601, Nabucodonosor não conseguiu conquistar o Egito, Joaquim julgou chegada a hora de se libertar do domínio babilônico.

Contudo, Nabucodonosor reagiu sitiando Jerusalém, em 598 a. C., e Joaquim morreu durante o cerco, ou foi deportado para a Babilônia. Sucedeu-lhe Jeconias que, ao fim de três meses de resistência, se rendeu aos babilônios (597 a. C.).

Nabucodonosor instalou, então, no trono de Judá um tal de Sedecias. Durante algum tempo, Judá manteve-se tranquilo, pagando pontualmente os tributos devidos aos babilônios; mas, ao fim de algum tempo, aproveitando a conjuntura política favorável, Sedecias aliou-se com os egípcios e deixou de pagar o tributo.

Nabucodonosor enviou imediatamente um exército que cercou Jerusalém. Apesar do socorro de um exército egípcio, Jerusalém teve de se render aos babilônios. Sedecias, aproveitando as sombras da noite, tentou fugir da cidade; mas foi feito prisioneiro, viu os seus filhos serem assassinados e ele próprio foi levado prisioneiro para a Babilônia, onde acabou os seus dias.

Ezequiel, o “profeta da esperança”, exerceu o seu ministério na Babilônia no meio dos exilados judeus. O profeta fez parte de uma primeira “leva” de exilados que, em 597 a.C., chegou à Babilónia, após a derrota de Jeconias.

A primeira fase do ministério de Ezequiel decorreu entre 593 a. C. (data do seu chamamento à vocação profética) e 586 a. C. (data em que Jerusalém foi conquistada uma segunda vez pelos exércitos de Nabucodonosor e um novo grupo de exilados foi encaminhado para a Babilônia).

Nesta fase, o profeta preocupou-se em destruir as falsas esperanças dos exilados (convencidos de que o exílio terminaria em breve e que iam poder regressar rapidamente à sua terra) e em denunciar a multiplicação das infidelidades a Jahweh por parte desses membros do Povo judeu que escaparam ao primeiro exílio e que ficaram em Jerusalém.

É precisamente neste contexto que Ezequiel propõe “um enigma”, “uma parábola”, que nos é apresentada ao longo do capítulo 17 do seu livro. Fala de uma “águia” (provavelmente o rei Nabucodonosor), que “veio do Líbano comer a ponta do cedro.

Apanhou o ramo mais elevado” (provavelmente o rei Jeconias) e levou-o para o país dos comerciantes (isto é, a Babilônia). Em seu lugar, plantou outra árvore (provavelmente Sedecias). Esta árvore, uma “videira”, não irá, contudo, prosperar, apesar das tentativas de aliança com o Egito. Mas será levado prisioneiro para a Babilônia e lá morrerá (Ez 17,10).

A mensagem deste “enigma” é óbvia: os exilados não devem alimentar ilusões ao ver as jogadas políticas de Sedecias, aliado com os egípcios. A política de Sedecias, em Jerusalém, não significará a liberdade dos exilados, mas, pelo contrário, conduzirá a uma nova catástrofe. Estará então tudo terminado? Já não há esperança? Deus abandonou definitivamente o seu Povo e esqueceu as suas promessas de salvação?

É precisamente aqui que se encaixa o oráculo de salvação que a primeira leitura deste domingo nos apresenta: não, apesar das dramáticas circunstâncias do tempo presente, Deus não abandonou o seu Povo, mas irá construir com ele uma história nova, de salvação e de graça.

3- Atualizando a palavra:

Essencialmente, o texto de Ezequiel que a liturgia deste domingo nos propõe garante que Deus conduz sempre a história humana de acordo com o seu projeto de salvação e mantém-se fiel às promessas feitas ao seu Povo.

Esta “lição” não pode ser esquecida e essa certeza deve levar-nos a encarar os dramas e desafios do tempo atual com confiança e esperança. Não estamos abandonados à nossa sorte; Deus não desistiu desta humanidade que Ele ama e continua a querer salvar.

É verdade que a hora atual que a humanidade atravessa está marcada por sombras e graves inquietações; mas também é verdade que Deus continua a acompanhar cada passo que damos e a apontar-nos caminhos de vida.

A última palavra – uma palavra que não pode deixar de ser de salvação e de graça – será sempre de Deus. Ancorados nessa certeza, temos de vencer o medo e o pessimismo que, por vezes, nos paralisam e dar aos homens nossos irmãos um testemunho de esperança, de serena confiança.

A referência – mil vezes repetida ao longo da Bíblia – à tal “estranha lógica” de Deus, que se serve do que é débil e frágil para concretizar os seus projetos de salvação, convida-nos a mudar os nossos critérios de avaliação e a nossa atitude face ao mundo e face aos que nos rodeiam.

Por um lado, ensina-nos a valorizar aquilo e aquelas pessoas que o mundo, por vezes, marginaliza ou despreza; ensina-nos, por outro lado, que as grandes realizações de Deus não estão dependentes das grandes capacidades dos homens, mas antes da vontade amorosa de Deus; ensina-nos ainda que o fundamental, para sermos agentes de Deus, não é possuir brilhantes qualidades humanas, mas uma atitude de disponibilidade humilde que nos leve a acolher os apelos e desafios de Deus.

4. Ligando a Palavra a ação Litúrgica.

A liturgia deste domingo nos apresenta um novo projeto de salvação. O reino de Deus é representado como um grão de mostarda pequeno, mas que quando semeado cresce e floresce na vida da gente. 

Precisamos acolher a proposta do reino para que ele cresça aumentando a fé no Cristo Ressuscitado. A palavra deverá ter efeito na nossa vida, por que acolher o reino é acolher a salvação e acolhendo acolha a palavra com feitos do reino em nossa vida. A semente deverá ter frutos bons. Se não produzir será cortada e queimada na fornalha.

Oração dos fiéis.

Presidente: É Deus que faz crescer e incrementa o seu Reino no mundo. Nós podemos colaborar, não tanto por nossos meios ou por nosso trabalho, mas por uma fé profunda. Rezemos ao Senhor para que não deixe faltar-nos, e à sua Igreja, esta fé.

T.: Senhor, escutai-nos.

1 - Pela Igreja de Deus, para que viva pobre e desapegada, ponha sua confiança em Deus e não nas potências e recursos do mundo, rezemos.

2 - Pelo Papa e pelos os bispos, afim de que sua palavra e seu testemunho sejam estímulo e motivo de “crescimento” para todo o povo de Deus, rezemos.

3 - Pelos jovens, para que se engajem generosamente na renovação da Igreja e do Mundo, e saibam esperar com paciência os frutos da obra de Deus, rezemos.

4. Para que saibamos reconhecer a presença do Reino nos pequenos gestos de bondade, caridade e fraternidade que germinam na vida da comunidade cristã, roguemos com fé.

Presidente: Deus todo poderoso, que da pobreza das coisas mais humildes sabeis extrair as coisas mais maravilhosas, dai à vossa Igreja uma fé cada vez maior, para que viva apoiada na vossa graça e espere com paciência e humildade a hora estabelecida por vossa bondade. Por Cristo Nosso Senhor.

T.: Amém.

III Oração Eucarística

Prefacio dos Domingos, pp 581-584.

Oração sobre as oferendas

Ó Deus, que pelo pão e o vinho alimentais a vida dos seres humanos e os renovais pelo sacramento, fazei que jamais falte este sustento ao nosso corpo e à nossa alma. Por Cristo Nosso Senhor. 

T.: Amém.

Depois da comunhão

Ó Deus, esta comunhão na Eucaristia prefigure a união dos fiéis em vosso amor; fazei que realize também a comunhão na vossa Igreja. Por Cristo Nosso Senhor.   

T.: Amém.

BÊNÇÃO
Presid.: O Senhor esteja convosco!

T.: Ele está no meio de nós.

Presid.: Ó Deus, que vossa família sempre se alegre pela celebração dos vossos mistérios e colha os frutos de sua redenção. Por Cristo, nosso Senhor.

T.: Amém.

Presid.: Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho † e Espírito Santo.

T.: Amém.

Presid.: Ide em paz, e o Senhor vos acompanhe.

T.: Graças a Deus!

Agenda de Dom Vilson para junho/2018

Dia 14/06 – Quinta-feira: Missa de encerramento leitorado, acolitato e admissão as sagradas ordens dos seminaristas, às 18h, no Seminário São João Maria Vianney, em Campinas, SP.

Dia 15/06 – Sexta-feira: Missa e Crisma na Paróquia São Pedro, Pe. Reynaldo, às 19h30, em Engenheiro Coelho, SP.

Dia 16/06 – Sábado: Missa e Crisma na Paróquia Santana, Pe. Antônio Pádua, às 19h00, em Analândia, SP.

Dia 17/06 – Domingo: Missa e Crisma na Paróquia Santa Luzia, Pe. Danilo Rodrigues, às 10h00, em Limeira, SP.  (Jogo da Copa do Mundo: Brasil contra Suíça)

Dia 21/06: Quinta-feira: Missa e Crisma na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Pe. Marcio Catani, às 19h30, em Iracemápolis, SP.

Dia 23/06 – Sábado:  Encontro da Pastoral da Educação, a nível estadual, local a definir.

Dia 24/06 – Domingo: Missa e translado dos restos mortais do Pe. Sebastião, às 09h00, na Paróquia São Cristóvão, Limeira, SP.

Dia 27/06 – Quarta-feira: Reunião Ordinária da Sub-região Pastoral – Sul 1 Campinas (bispos e Coordenadores de Pastoral), às 09h00, no CDL, em Limeira, SP.