14º Domingo do Tempo Comum
Publicado em: 05/07/2018


“Piedade Iaweh! Tende piedade. Estamos fartos, saciados de desprezo! Nossa vida está farta por demais dos sarcasmos dos satisfeitos * Sl 123 (122),3-4

Leituras: Ezequiel 2, 2-5; Salmo 122 (123); Segunda Carta São Paulo aos Coríntios 12, 7-10; Marcos 6, 1-6.

COR LITÚRGICA: VERDE

Animador: Reunidos para celebrar a páscoa semanal de Jesus. A missão de Jesus encontra-se em muitas dificuldades. Pelo fato de ser simples e não querer privilégios, sofre rejeição. Revelar que Deus é humilde é um escândalo para os que querem poder. Certamente Jesus mexeu com os sentimentos mais profundos de vaidade do ser humano. Os caminhos da simplicidade encontram ainda hoje muitas barreiras. Fama e poder são muito mais atraentes e tende facilmente a nos desviar da proposta trazida por Jesus.

1. Situando-nos brevemente

A comunidade se reúne para celebrar a festa da vida que vence a morte, ouvindo a Palavra e repartindo o pão eucarístico. Ao celebrar a Eucaristia, oferecemos a Deus os frutos da semana e viemos nos reabastecer para seguir na missão. A liturgia é o “cume para onde converge toda a ação da Igreja e a fonte de onde emana toda a sua força” (SC n.10).

Neste domingo, Marcos nos fala da rejeição dos contemporâneos de Jesus, que o enxergam somente com olhos humanos. Somos convidados a renovar nossa fé e adesão a Ele, o Filho de Deus, encarnado na história humana, em que, somos convidados a passar da morte para a vida, a realizar a vontade do Pai e a fazer memória da páscoa do Senhor, que experimentou a rejeição do seu povo em sua terra natal, e ainda continua rejeitado em tantas pessoas marginalizadas e excluídas da vida social, mesmo em nossas comunidades.

2. Recordando a Palavra

Encontramos Jesus em sua terra natal, acompanhado pelos discípulos. Pela última vez, vai à sinagoga no sábado, conforme o costume do seu povo. Como adulto, tem o direito de usar da palavra e aproveita para ensinar. Há grande interesse em ouvi-lo. Muitos o imaginam todo-poderoso investido de poderes políticos especiais. Mas o conteúdo de sua fala causa perplexidade porque todos o conhecem como um simples homem, um carpinteiro, parente e familiar de seus vizinhos e amigos.

Jesus logo percebe o que baila em suas cabeças e declara com certa tristeza: “um profeta só é desprezado em sua terra”. Com esta afirmação, se apresenta como profeta, explicita a que veio e declara o sentido de sua missão. Proclama o alcance de sua vocação, pois foi enviado pelo Pai para visitar o mundo, trazer-nos a salvação e oferecer em plenitude a vida.

É contraditório que, no início da missão na Galileia, tenha sido aceito com entusiasmo pela multidão que ouvia a Boa Nova, sobretudo os pobres e doentes. Mas sofre rejeição em sua terra natal, por parte de seus familiares e vizinhos. Seus conterrâneos esperavam por um messias forte dominador e não podiam imaginá-lo simples carpinteiro e filho de Maria.

O que é extraordinário em Jesus-Messias é o fato de em nada ser diferente da pessoa humana comum: sua encarnação. O Filho de Deus se fez como qualquer um de nós, inseriu-se na história de seu povo, onde aprendeu e cresceu em humanidade.

A primeira leitura mostra que Deus sempre envia profetas para nos chamar à conversão, mesmo quando não queremos escutá-los. A atividade de Ezequiel pode ser situada entre 593-751 a.C., período de dificuldades e sofrimentos para o povo de Deus, exilado na Babilônia.

Em ambiente difícil e hostil, Ezequiel precisa manter a lucidez profética. Sua missão é dramática: está junto do povo, mas não para dizer palavras agradáveis. É chamado de “filho do homem”, o que significa que pertence à frágil raça humana. Ele nada mais é que um homem, um servo.

Ezequiel, caído prostrado como todo o povo exilado, recebe o espírito de profecia que o põe de pé e lhe permite discernir, em meio a situações difíceis e obscuras, o que Deus fala. Gostando ou não, deve ser porta-voz de Deus.

Profeta não é diplomata. Sua missão tem duplo sabor: experimenta a doçura do mel que brota da Palavra de Deus, mas esta mesma Palavra lhe causa amargura. Deve proclamá-la, sendo aceita ou não, oportuna ou importunamente, mesmo rejeitado.

Ser profeta é por em risco a própria vida. Para ele, não há elogios nem aplausos. O exílio não foi fruto do acaso, como não o é a miséria, a dependência e a opressão em que vive o povo hoje. O sofrimento de muitos era responsabilidade da elite que também se encontrava na Babilônia: a “nação de rebeldes, filhos de cabeça dura e coração de pedra”. Ela se torna surda aos apelos que Deus faz por meio de Ezequiel. Mesmo sem ser ouvido, o profeta é um sinal de que Deus não abandona seu povo.

O Salmo 122 (123 é uma súplica confiante que convida a “levantar os olhos” para o Senhor em meio às aflições, ao desprezo e às humilhações. Como os romeiros, o salmista mantém os olhos fixos em Deus enquanto caminha e espera a salvação diante dos poderosos e opressores.

A segunda leitura mostra quem ampara o discípulo de Jesus em sua missão. Paulo experimenta um “espinho na carne”; conflitos que acompanham quem segue Jesus; resistências que encontra dentro e ao redor de si mesmo. E, ainda dentro, a pessoa se sente repleta de fraqueza e de necessidades. Por outro lado, há os conflitos que vêm de fora: “fraquezas, injúrias, perseguições e angústias sofridas por amor de Cristo”.

“A você, basta a minha graça”. Nasce, assim, uma espiritualidade do conflito, uma mística que descobre Deus não no sucesso, mas justamente no aparente fracasso de pessoas e projetos, pois o próprio Deus se manifestou vitorioso no suposto fracasso de Jesus na cruz. É uma presença que é graça, força, dinamismo. “Quando sou fraco, então é que sou forte”, porque o que o ampara na missão é a graça de Deus.

3. Atualizando a Palavra

A sabedoria das palavras de Jesus de Nazaré e as ações compassivas de suas mãos deixavam as pessoas maravilhadas. O Papa Francisco fala que Nosso Senhor conquistou o coração das pessoas com a Palavra. De todas as partes vinham para ouvi-Lo (Cf. Mc 1,45). Ficavam maravilhados, “Bebendo” seus ensinamentos (Cf. Mc 6,2). Sentiam que lhes falava como quem tem autoridade (Cf. Mc 1,27). Os apóstolos que Jesus estabelecera “para que ficassem com Ele e para que os enviasse a anunciar a Boa-Nova” (Mc 3,14), atraíram para o seio da Igreja todos os povos com a Palavra (Cf. Mc 16, 15.20); (Cf. EG, n.16).

Jesus não pôde, porém, realizar muitos milagres junto a seu povo, porque lhes falava a fé para acolher e reconhecer o dom salvífico. O acolhimento da Palavra proporciona a experiência profunda da fé, o encontro com Cristo que cura e liberta integralmente. Paulo ensina a deixar-se conduzir pela graça do Senhor, em meio aos desafios decorrentes da missão apostólica. O Exemplo de Jesus que continuou a proclamar a Boa Notícia do Reino de Deus, mesmo diante a incompreensão e incredulidade, impele à perseverança no anúncio e no testemunho de sua mensagem libertadora.

O profeta Ezequiel denunciou as infidelidades à Palavra, que causaram a catástrofe do exílio na Babilônia. Enviado por Deus, ele anunciou a Palavra que não pode silenciar diante das injustiças e das opressões. Ezequiel, como Jeremias e outros profetas, passou por sofrimento por causa da missão a serviço do projeto do Senhor. Suas tribulações prefiguram a rejeição que Cristo experimentará até a cruz. Muitos seguidores e seguidoras tiveram o mesmo destino de Jesus, ao longo da história.

Em várias partes do mundo, sobretudo na Síria e no Iraque, os cristãos continuam perseguidos e martirizados por causa da Boa-Nova de Jesus. Os verdadeiros profetas encontram rejeição na sociedade e na religião.

4. Ligando a Palavra e a Eucaristia

Jesus de Nazaré foi motivo de escândalo para os que o viram só com olhos humanos. Para quem não quer crer, Ele nada revela. Mas a nós, aqui reunidos na fé, Ele se revela em toda sua profundidade. Ele é tão grande que supera toda expectativa, a ponto de estar no meio de nós como alimento e bebida. Para quem não crê, isto não deixa de ser um escândalo.

A Palavra de Deus nos convida a renovar nossa adesão a Jesus, consagrando-o mais generosamente à causa do Reino. Essa nossa profissão de fé nos levar a confirmar que seguimos aqueles que foi rejeitado por ser trabalhador, filho de Maria, uma pessoa comum de seu tempo, vindo de uma aldeia e, por isso, motivo de desprezo e rejeição.

Movidos por essa fé, reunimo-nos em assembléia onde, pela sua Palavra, Jesus nos leva a assumir nossa evidente fragilidade, sem precisar mascará-la com falsa grandeza, e a buscar em sua graça a nossa força. Hoje, particularmente, nossas preces precisam expressar essa realidade.

Alimentados e nutridos no Senhor, renovamos nossa missão profética, assumida no Batismo. Mais do que nunca, o mundo hoje precisa de pessoas de fé e coragem, para que a Boa Notícia seja anunciada e o mundo seja transformado, de acordo com o plano divino de salvação.

Oração dos fiéis:

Presidente: Para que tenhamos a graça de aumentar cada dia nossa fé, vamos fazer nossos pedidos ao Pai.

1. Senhor, que a Igreja saiba reconhecer e acolher com fé e gratidão os profetas que hoje trabalham para a conversão do povo e a edificação do Reino. Peçamos:

Todos: Senhor, atendei a nossa prece.

2. Senhor, que nossos governantes se esforcem por aprenderem a lição da partilha e da gratidão e trabalhem por um mundo mais justo. Peçamos:

3. Senhor, que nossas comunidades acolham a todos os irmãos e irmãs, demonstrando que devemos reconhecer o Cristo como nosso único Salvador. Peçamos:

4. Senhor, por todos nós aqui reunidos, para que tenhamos uma fé madura e serena, como convém a um cristão. Peçamos:

(Outras intenções)

Presidente: Senhor, sempre fiel às vossas promessas, dê-nos a alegria de sermos tuas testemunhas, conceda-nos a graça do teu reino e que nunca rejeitemos seus ensinamentos. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém

III. LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS

Presidente: Possamos, ó Deus, ser purificados pela oferenda que vos consagramos; que ela nos leve, cada vez mais, a viver a vida do vosso reino. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO

Presidente: Nós vos pedimos, ó Deus, que, enriquecidos por tão grande dádiva, possamos colher os frutos da salvação sem jamais cessar vosso louvor. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

BÊNÇÃO E DESPEDIDA

Presidente: O Senhor esteja convosco.

Todos: Ele está no meio de nós.

Presidente: Ó Deus da paz e da alegria, conceda a todos vocês, o discernimento necessário para nunca buscar em falsas aparências, aquilo que só Jesus pode oferecer. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

Presidente: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, + Pai e Filho e Espírito Santo.

Todos: Amém.

Presidente: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

Todos: Graças a Deus.

Agenda de Dom Vilson para junho/2018

Dia 04/Julho – Quarta-feira: Missa da Pascom, na Rede Vida de Televisão, às 19h00, em São José do Rio Preto, SP.

Dia 06/Julho – Sexta-feira: Missa e Crisma na Paróquia São Benedito, às 19h30, Limeira, SP.

Dia 08/Julho – Domingo: Missa e Crisma na Paróquia Santa Rita de Cássia, às 09h00, Leme, SP; e Missa e Crisma na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, às 19h00, Conchal, SP.

Dia 11/07 – Quarta-feira: Missa Solene em honra a São Bento, às 19h00, em Itanhaém, SP.

Dia 12/07 – Quinta-feira: Assinatura do documento da ACIL, às 09h00, em Limeira, SP.

Dia 17/07 a 23/07– Encontro Nacional da Pascom

Dia 27/07 – Sexta-feira: Missa de Inauguração pelo novo altar da Capela da Humanitária, Pe. Edson, às 15h00, em Limeira, SP.

Dia 28/07 – Sábado: Ampliada da Sub-região na Paróquia N. Sra. do Carmo, às 9h, em Americana, SP; Missa e Crisma na Paróquia Santo Antônio, Pe. Valdinei, às 19h00, em Cordeirópolis, SP.

Dia 29/07 – Domingo: Cenáculo Diocesano; Missa do Cenáculo Diocesano, às 16h00.

Dia 31/07: Terça-feira: Reunião do Conselho Econômico, às 09h00, na Cúria Diocesana.