“Chamou os doze e começou a enviá-los”
Leituras: Amós 7, 12-15; Salmo 84 (85), 9ab.10.11-12-13-14 (R/8); Carta de São Paulo aos Efésios 1, 3-14; Marcos 6, 7-13.
COR LITÚRGICA: VERDE
Animador: Celebrando nossa páscoa semanal, fazemos memória de Jesus que chamou e enviou os apóstolos em missão; e confiou a nós cristãos, a continuidade dessa missão, pois Deus quis salvar a humanidade toda sem discriminação de pessoas. Hoje sua Páscoa se manifesta na vida de todas as pessoas que se consagram dedicando a vida à causa dos pequenos e pobres.
1. Situando-nos brevemente:
Continuando nossa trajetória no caminho de Jesus, escutamos sua Palavra de vida e salvação que hoje chama os Dozes e os envia dois a dois. Os apóstolos são chamados a viver em comunhão com Jesus, anunciar a Boa-Nova da salvação e expulsar os demônios – forças do mal. Após ter escutado o ensinamento de Jesus e testemunhando os sinais de salvação realizados por Ele, os discípulos assumem a total identificação apostólica.
Nós também recebemos a missão de pregar a conversão e o dom de expulsar o mal da vida das pessoas. Esta missão supõe a entrega livre, a gratuidade, a dedicação ao Reino. Como comunidade fiel a Jesus, renovamos hoje nosso discipulado.
2. Recordando a Palavra
No Evangelho de Marcos, como caminho de iniciação cristã, descobrimos, passo a passo, quem é Jesus e como ser seu amigo, parceiro e discípulo. Como apóstolos, somos convocados, batizados e iluminados, para sermos enviados. O convite de Deus sempre implica num envio. Somos cristãos não para enfeitar a Igreja, nem para granjear honrarias, mas para a missão e o compromisso.
Depois de rejeitado em Nazaré, sua terra (Evangelho do domingo passado), Jesus chama os discípulos e começa a enviá-los em missão, dois a dois, com o poder de expulsar os espíritos maus e de curar os doentes. Mas impõe algumas condições:
“Convertam-se e creiam no Evangelho”! Nisso está o ensinamento básico, tanto na boca de Jesus como na missão dos apóstolos. O desafio é desempenhar a missão no modo de Jesus na pedagogia dele, que veio curar e consolar. Não são discursos, mas sinais concretos: expulsar demônios, curar e libertar. Numa palavra: destruir tudo o que oprime, escraviza, rebaixa e exclui as pessoas. Abrir-se para todas as possibilidades de vida feliz e abundante para todos.
Os discípulos expulsaram “espíritos imundos e muitos demônios” e curaram vários enfermos. Espíritos imundos são todas as forças do mal, as forças que provocam doenças, que suscitam maus sentimentos e que originam opressões, violências e injustiças. Dessa forma, os Doze foram adquirindo autonomia e confiança em si mesmo, e tomaram mais consciência de que eram capazes de realizar as mesmas coisas que Jesus realizava. O enviado não escolhe a própria direção; age em nome de quem o enviou.
A leitura do Primeiro Testamento está em um contexto de crescente desigualdade entre ricos e pobres. Ricos cada vez mais ricos à custa dos pobres, sempre mais pobres. Há uma manipulação do rei à religião e ao culto. Amós, simples vaqueiro e cultivador de sicômoros, é escolhido por Deus para falar como profeta numa terra que não era sua. Ele era do sul e foi enviado a profetizar no norte. Sua palavra contesta o rei e a própria religião oficial, que encobre os desmandos dos poderosos. Foi logo rejeitado, expulso e intimado a voltar para sua região de origem, Judá.
Amós, profeta e escritor, profetiza mais ou menos em 760 a.C., no tempo de Jeroboão, rei de Israel no norte (783-743 a.C) que criou santuários em Betel e Dã. Nos santuários, colocou bezerros de ouro, Betel passou a ser “santuário do rei”. A denúncia e a inconformidade do profeta provêm de Deus para defender a vida do povo.
Deus garante que o povo lhe pertence. Ninguém poderá, mesmo em nome da religião, manipular, explorar e oprimir seu povo. Tal convicção encoraja e fortalece o profeta diante das grandes dificuldades que a missão lhe impõe.
Essa consciência política e religiosa de Amós o fará não temer os poderosos, nem fugir do compromisso profético diante da herança de Deus esmagada: o seu povo, o povo da aliança, vocacionado à liberdade, à terra e a dignidade da vida.
O Salmo 84 (85) é uma súplica coletiva. A sua compilação é posterior à volta do exílio da Babilônia. Ocupa-se com o povo reunido clamando por restauração e salvação. “A salvação está próxima e a glória de Deus vai habitar outra vez a terra. O universo inteiro vai participar de uma grande coreografia. É a dança da vida que está por começar. Já se formam os pares: Amor e Fidelidade, Justiça e Paz, Fidelidade e Justiça” (José Bortolini, Conhecer e Rezar os Salmos. Paulus. São Paulo, 2001 p.353).
O Salmo atesta que Deus está ligado à terra, símbolo da vida. Entre Ele e a terra há um diálogo aberto e uma troca de bens. Javé dá a chuva, e a terra dá alimento ao povo, e o povo, por sua vez, festeja com Deus, oferecendo os primeiros frutos produzidos pela terra. Hoje, cantamos o salmo à luz do mistério de Cristo.
Ouviremos partes da carta aos Efésios nos próximos sete domingos. Hoje em (1,3-14), encontramos um hino de benção e louvor, síntese de toda a carta. Bento XVI reafirma que é uma anáfora litúrgica, exaltando o desígnio de Deus, realizado nas pessoas por meio de Cristo.
A “benção” é uma característica da oração judaica. O israelita medita o dia todo nas intervenções de Deus em favor do seu povo. Recorda com muita alegria os benefícios por Ele concedidos e lhe rende graças, pronunciando uma “benção”.
Deus, antes da criação do mundo, pensou em nós. E, movido por seu imenso amor, não se limitou em nos dar a vida. Idealizou um plano de salvação para toda a humanidade. Decidiu que todos os homens formassem uma só pessoa com Cristo, que recebessem a sua vida divina e fossem introduzidos na sua intimidade. Deste modo, poderão ser eternamente felizes com Ele. A humanidade não está destinada à ruína e à destruição, mas à felicidade sem fim.
A bênção de Deus é considerada como eleição, libertação, recapitulação, herança prometida, dom do Espírito, presença da Páscoa de Cristo, nossa vida e ressurreição.
3. Atualizando a Palavra
A Palavra de Deus indica que o seguimento acontece no cotidiano: no trabalho comunitário, realizado em mutirão, no desprendimento e na disponibilidade. O anúncio alegre da Boa Nova deve envolver toda a pessoa, não como simples funcionário, mas como profeta, em meio a tantos conflitos e situações de injustiça e exploração do povo simples.
Fomos chamados para uma missão que não escolhemos, mas fomos escolhidos antes da criação do mundo para sermos enviados como servidores do povo. Escolha é graça e, por outro lado, traz exigências, como a recusa de privilégio social e econômico; um desprendimento pessoal.
A vivência religiosa tem consequência social, política e econômica. Esta foi a postura de Jesus. O Evangelho que propõe leva-nos a fazer política, segundo o interesse do amor, da fraternidade e da justiça.
Fomos marcados por Cristo e com o Espírito Santo, para uma ação transformadora. O compromisso é fazer com que a situação de injustiça se converta numa sociedade de irmãos. Jesus sempre chamou à conversão que implica na modificação integral de nossa maneira de viver e agir.
4. Ligando a Palavra com ação litúrgica
Bendito seja o Senhor que nos reuniu. Escutamos sua Palavra reveladora que nos confirma na missão de anunciadores e profetas do Reino. Ela nos movimenta, nos impulsiona, nos faz decidir.
Participando ativamente da celebração, o Senhor nos consagra como enviados, entregando-nos seu Espírito. Ele os fortalece para que nunca percamos o entusiasmo e a alegria da missão.
Na oração do dia, já reconhecemos nossa pequenez e depositamos nossa confiança no Senhor: “Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão, e abraçar tudo o que é digno desse nome”.
Como o saber do Espírito dado a nós, vivemos na certeza de que em Cristo, “Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, para sermos santos e íntegros diante dele, no amor. Conforme o designou benevolente de sua vontade, ele nos predestinou à adoção como filhos por obra de Jesus Cristo, para o louvor de sua graça gloriosa com que nos agraciou no seu bem-amado” (cf. Ef 1,4-6).
Oração dos fiéis:
Presidente: Com a certeza que Deus nos confiou a missão de seu Filho, elevemos nossas preces intercedendo a graça para sermos fiéis na missão evangelizadora que hoje recebemos da Igreja.
1. Senhor, que a Igreja, edificada sobre o pilar dos apóstolos, viva fielmente seu compromisso evangelizador. Peçamos:
Todos: Senhor, dê-nos força na missão.
2. Senhor dê consciência aos governantes para que exerçam suas funções com justiça e sabedoria. Peçamos:
3. Senhor, que aqueles que sofrem qualquer tipo de enfermidade possam sentir nosso apoio, pois esta é nossa missão que recebemos no batismo. Peçamos:
4. Senhor, que nossa comunidade seja cada vez mais compromissada com o anúncio do Evangelho. Peçamos:
(Outras intenções)
Presidente: Considerai nosso esforço evangelizador, Pai de bondade, e derramai sobre nós o saber do Espírito para que nossa missão seja conduzida pela tua santa sabedoria. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
III. LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presid.: Acolhei, ó Deus, as oferendas da vossa Igreja em oração, e fazei crescer em santidade os fiéis que participam deste sacrifício. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:
Presid.: Alimentados pela vossa Eucaristia, nós vos pedimos, ó Deus, que cresça em nós a vossa salvação cada vez que celebramos este mistério. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
BÊNÇÃO E DESPEDIDA:
Presid.: Guardai, ó Deus, o povo que te implora a força do Senhor Ressuscitado que anima a missão da Igreja, para que sustentado por este amor, sejam autênticos evangelizadores. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
Presid.: O Senhor esteja convosco.
Todos: Ele está no meio de nós.
Presid.: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo.
Todos: Amém.
Presid.: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
Todos: Graças a Deus.
Agenda de Dom Vilson para julho/2018
Dia 11/07 – Quarta-feira: Missa Solene em honra a São Bento, às 19h00, em Itanhaém, SP.
Dia 12/07 – Quinta-feira: Assinatura do documento da ACIL, às 09h00, em Limeira, SP.
Dia 14/07 – Sábado: Missa e Crisma na Paróquia N. Sra. Perpétuo Socorro, 18h30, Americana, SP.
Dia 1507 – Domingo: Missa e posse de Pároco do Pe. Sérgio F. Ghirardello, às 10h00, Par. Santa Luzia, Limeira, SP.
Dia 18/07 a 23/07– Encontro Nacional da Pascom em Aparecida, SP.
Dia 27/07 – Sexta-feira: Missa de Inauguração pelo novo altar da Capela da Humanitária, Pe. Edson, às 15h00, em Limeira, SP.
Dia 28/07 – Sábado: Ampliada da Sub-região na Paróquia N. Sra. do Carmo, às 9h, em Americana, SP; Missa e Crisma na Paróquia Santo Antônio, Pe. Valdiney, às 19h00, em Cordeirópolis, SP.
Dia 29/07 – Domingo: Cenáculo Diocesano; Missa do Cenáculo Diocesano, às 16h00.
Dia 31/07: Terça-feira: Reunião do Conselho Econômico, às 09h00, na Cúria Diocesana.