26º Domingo do Tempo Comum
Publicado em: 27/09/2018


“Quem não é contra nós, é a nosso favor... se tua mão te levar a pecar corta-a!” (Mc 40,43)

Leituras: Livro dos Números 11, 25-29; Salmo 19 (18), 8.10.12-13,4 (R/ 8a.9b); Carta de São Tiago 5, 1-6;

Marcos 9, 38-43.45.47-48.

COR LITÚRGICA: VERDE

Animador: Este domingo é o “Dia da Bíblia”. Livro que não tem fronteiras e mostra que Deus age em todo o universo. O conhecimento de Cristo, descrito na Bíblia (nos evangelhos), o modo como Cristo olhava a realidade e como acolhia as pessoas possa ser luz e caminho no nosso modo de viver.

XXVI DOMINGO DO TEMPO COMUM (Verde, Glória, Creio, II Semana do Saltério)

Antífona de entrada:

Senhor, tudo o que fizestes conosco com razão o fizestes, pois pecamos contra vós e não obedecemos aos vossos mandamentos. Mas honrai o vosso nome, tratando-nos segundo vossa misericórdia (Dn 3,31.29s.43.42)


Oração do Dia:

Ó Deus, que mostrais vosso poder sobretudo no perdão e na misericórdia, derramai sempre em nós a vossa graça, para que, caminhando ao encontro das vossas promessas, alcancemos os bens que reservais. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1. Situando-nos

Houve uma época em que no cristianismo, especialmente na Igreja católica, nos afastamos demais da maneira de Jesus pensar e agir. Houve uma época, por exemplo, em que a cristandade tradicional se caracterizava por atitudes fortemente exclusivistas. Só a Igreja Católica estava certa. Chegava-se a dizer que quem morresse fora da Igreja Católica ia para o inferno. Tentação muito forte também em outras religiões: achar que temos direitos autorias exclusivos sobre a salvação das pessoas!

São tentações vividas pelas comunidades cristãs primitivas certamente. São tentações que viveram os discípulos de Jesus. São tentações que viveram os companheiros de Moisés, lá no Antigo Testamento. E, quem sabe, são tentações também nossas, quando por ciúme atrapalhamos ou até impedimos que alguém tenha sucesso no bem que faz.

Aquele que de Deus procede, o Filho de Deus, portanto, vem nos iluminar e colocar em xeque tais padrões humanos de apegos exclusivistas que se alojam em nossos corpos, pessoas e comunidades. Ouvimos sua Palavra. Coloquemo-nos agora melhor à sua escuta, refletindo sobre ela.

2. Recordando a Palavra

Os discípulos de Jesus proibiram um homem de expulsar demônios em seu nome. Motivo da proibição: não era do grupo dos seguidores diretos de Jesus.

Diante da notícia, Jesus reagiu dizendo: “Não o proibais, pois ninguém que faz milagres em meu nome poderá logo depois falar mal de mim. Quem não é contra nós, está a nosso favor!” (Mc 9,39-40).

Em outras palavras, se é no “nome” de Jesus que fazem o bem, é sinal que realizam precisamente o que Jesus significa e deseja: o bem das pessoas. O bem das pessoas tem tudo a ver com o “nome” de Jesus! Isso é que importa!

Querem ver? Um simples copo de agua dado a alguém – em “nome” de Jesus, portanto! – já tem a sua recompensa; não importa quem o faça. O contrário também: “Se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem” – isto é, se age contra o “nome” de Jesus, fazendo o mal, portanto -, melhor que fosse jogado no mar com uma pedra no pescoço. Não importa também quem o faça.

Portanto, se um dos membros do teu corpo te leva a fazer o mal em vez do bem, corta-o fora, arranca-o. Em outras palavras, o “nome” de Jesus – isto é, o bem a ser feito acima de tudo” -, exige que a gente corte pela raiz tudo o que leva a afazer o mal a quem quer que seja. Caso contrário, a gente mesmo acaba se arruinando radicalmente na arte de fazer o bem.

Aliás, a história de exclusividade na arte do bem fazer já e uma história muito antiga, do tempo de Moisés, como vimos na primeira leitura (cf. Nm 11, 25-29). Alguém reclama de duas pessoas não pertencentes ao grupo dos anciãos (colaboradores próximos de Moisés) que estavam também profetizando. Moisés, iluminado pelo espírito de Deus, lhe responde: “Tens ciúmes por mim? Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta, e que o Senhor lhe concedesse o seu espírito!”.

Em outras palavras, a possibilidade de profetizar (fazer o bem) está aberta a todos. Não é exclusividade de um grupo. Eis a perfeição da lei de Deus. Por isso que cantamos hoje o Salmo 19, cujo refrão soa assim: “A Lei do Senhor e perfeita, conforto para a alma”.

Desapego, portanto, de tudo, pois os apegos não levam a nada, porque não estão no cardápio de Deus. Por isso que a Palavra de Deus hoje, através da carta de Tiago, também dá uma boa chamada aos ricos, isto é, aqueles cujo Deus são duas fortunas materiais e, consequentemente, praticam a injustiça, condenando os trabalhadores a morrerem à mingua. “Ricos, desgraçados de vocês, pois as riquezas de vocês já estão apodrecendo” (cf. Tg 5, 1-6), é o alerta da Palavra. Segurar tudo exclusivamente para si é perigoso: machuca os outros e conduz à própria ruína.

3. Atualizando a Palavra

A pessoa de Jesus, seu pensamento, sua palavra e seu agir, é o Reino de Deus presente entre nós: “O nome de Jesus representa o Reino do Pai. O nome de Jesus se liga a uma realidade nova, a vontade de Deus. ‘Ninguém que faz milagres em meu nome poderá logo depois sair falando mal de mim’ (Mc 9,39).

Por tudo aquilo que Ele disse e fez, pelo dom da própria vida, Jesus ligou a seu nome a nova realidade que se chama ‘Reino de Deus’. Quem consegue usar o nome de Jesus com força positiva certamente colabora de alguma maneira com o Reino” (KONINGS, J. Liturgia Dominical. Mistério de Cristo e formação dos fiéis. Op. Cit., p.329)

E é um Reino que também está espalhado pela sociedade humana toda, em todo lugar e em todos os tempos, lá onde se pratica a justiça e se promove qualidade de vida saudável em vista da salvação, sobretudo para os mais sofridos.

“Não é preciso ser católico batizado para colaborar com os valores do Evangelho. Os primeiros missionários no Brasil ficaram cheios de admiração, porque os índios pagãos pareciam ter mais valores evangélicos que os colonos portugueses escravocratas. O testemunho do Evangelho pode existir fora da comunidade cristã, e nós devemos alegrar-nos por causa disso. Então, em vez de dizer que fora da Igreja não há salvação, vamos dizer: tudo que salva expande o que estamos fazendo na Igreja. Pensamento positivo” (Ibidem).

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica

Por isso, logo no início da nossa celebração, proclamando o poder de Deus “sobretudo no perdão e na misericórdia”, isto é, permitindo que a salvação seja expandida por todos e para todos, pedimos então a abundância de sua graça, a fim de que, caminhando ao encontro das suas promessas, alcancemos os bens que por Ele nos são reservados.

A misericórdia de Deus se manifesta hoje de novo aqui, nessa Eucaristia, quando Jesus mesmo se apresenta como corpo entregue por nós e como sangue derramado por nós e por todos para a remissão dos pecados.

Sangue derramado por todos! Não foi exclusivamente por um grupo de seguidores seus que Ele morreu, mas por todos. Toda a realidade humana e cósmica ficou embebida da sua seiva vital representada pelo seu “sangue derramado”.

Feliz quem percebe este mistério e nele se engaja para viver esse espírito de universalidade do Reino de Deus mostrado por Jesus. Por isso, estamos aqui: para aprender com o exemplo do nosso Mestre. Sobretudo logo mais, participando da mesa do Senhor, comendo do Corpo entregue e bebendo do Sangue derramado do Senhor nesta Ceia, com Ele aprendemos a nos desapegarmos de nós mesmos e, assim, livres, possamos permitir que a vida do Reino flua livre por toda parte e, assim, vivendo, tenhamos a divina recompensa.

Por isso que, enfim, pedimos a Deus “que a comunhão nesta Eucaristia renove a nossa vida para que, participando da paixão de Cristo neste mistério, e anunciando a sua morte, sejamos herdeiros da sua glória” (Oração depois da comunhão).

Oração dos fiéis:

Presidente: Nesta celebração em que comemoramos a presença divina na Bíblia Sagrada, elevemos nossas preces e peçamos que o Senhor nos ajude a conhecer a Bíblia para termos os mesmos sentimentos de Cristo.

1. Senhor, que a Igreja seja a grande propagadora da Tua Palavra que está contida na Bíblia, para que todos os povos possam viver a luz desta Palavra. Peçamos:

Todos: Dai-nos, Senhor, o teu Espírito de amor!

2. Senhor, que os governantes, ouvindo a Tua Palavra, possam abrir os ouvidos e os olhos para as necessidades do povo sofrido. Peçamos:

3. Senhor, por todos nossos irmãos e irmãs sofredores, para que posam encontrar em Tua Palavra ânimo para continuarem a caminhada. Peçamos:

4. Senhor, por todos nós, que ouvindo a Tua Palavra, possamos abrir nossas mentes e nossos corações para conviver fraternalmente com quem vive e pensa diferente de nós. Peçamos:

5. Senhor, fazei crescer em nossa comunidade o amor pela Liturgia e pela Bíblia Sagrada, e saciai a fome de Deus que existe em nós. Peçamos:

6. Senhor, olhai pelo nosso querido Brasil, neste momento das eleições majoritárias. Que o nosso povo saiba escolher pessoas dignas para a edificação de um país mais justo e fraterno. Peçamos:

(Outras intenções)

Presidente: Ouça, Senhor, nossos pedidos, suscite em cada um de nós o compromisso de evangelizar. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

III. LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS

Presidente: Ó Deus de misericórdia, que esta oferenda vos seja agradável e possa abrir para nós a fonte de toda bênção. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:

Presidente: Ó Deus, que a comunhão nesta Eucaristia renove a nossa vida para que, participando da paixão de Cristo neste mistério, e anunciando a sua morte, sejamos herdeiros da sua glória. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

BÊNÇÃO E DESPEDIDA:

Presidente: O Senhor esteja convosco.

Todos: Ele está no meio de nós.

Presidente: Ó Deus, que põe diante dos olhos de teus filhos e filhas a tua Palavra, aquela que inspirastes aos seus profetas, conceda que nos aproximemos desta Palavra com respeito, atenção e humildade. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

Presidente: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo.

Todos: Amém.

Presidente: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

Todos: Graças a Deus.

Agenda de Dom Vilson para Setembro/2018

Dia 27/09: Quinta-feira: Missa e Crisma na Paróquia São Camilo de Lellis, às 20h, em Americana, SP.

Dia 28/09: Sexta-feira: Missa e Crisma na Paróquia São João Bosco, às 19h30, em Americana, SP.

Dia 29/09 – Sábado: Missa com rito de admissão ao noviciado, às 10h30, na Toca de Assis, em Pirassununga, SP.

Dia 30/09: Sexta-feira: Missa e Crisma na Catedral N. Sra. das Dores, às 10h, em Limeira, SP. Missa e Crisma na Paróquia Sagrada Família, às 18h30, em Limeira, SP.

Agenda de Dom Vilson para Outubro/2018

Dia 03/10: Quarta-feira: Missa de 1º Dia da Novena de N. Sra. Aparecida, às 19h30, na Paróquia N. Sra. Aparecida, em Araras, SP.

Dia 04/10: Quinta-feira: Conselho Episcopal, às 9h, na Residência Episcopal, em Limeira, SP. Missa e Crisma na Paróquia São Benedito, às 19h30, em Araras, SP.

Dia 06/10: Sábado: Missa e Crisma na Paróquia N. Sra. do Carmo, às 18h30, em Americana, SP.

Dia 07/10: Domingo: ELEIÇÃO.

Dia 10/10: Quarta-feira: Reunião dos Bispos da Província, às 11h00, na Diocese de Piracicaba, SP.

Dia 12/10: Sexta-feira - Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil: Missa na Paróquia N. Sra. Aparecida, às 9h, em Limeira, SP. Missa de elevação da Paróquia N. Sra. Aparecida e posse de pároco do Pe. Antônio, às 17h00, em Pirassununga, SP.

Dia 13/10: Sábado: Missa e Crisma na Paróquia São Benedito, às 19h30, em Cosmópolis, SP.

Dia 14/10: Domingo: Missa e Crisma na Paróquia N. Sra. das Dores, às 09h00, em Nova Odessa, SP. Missa e Crisma na Paróquia N. Sra. Auxiliadora, às 19h00, em Americana, SP.

Reflexão sobre as Eleições:

Neste ano de eleições, os bispos do Brasil vêm oferecendo vários subsídios e indicações que podem contribuir para os fiéis brasileiros tomarem consciência e escolherem bem aqueles que estarão à serviço do povo nos próximos quatro anos.

Os bispos católicos do Brasil chamam atenção para propostas dos candidatos, vida pregressa, valores, cargo pleiteado e competência dos candidatos. Também questionam se cada uma acompanhou o pronunciamento dos bispos acerca das eleições.

Diante do atual contexto da vida pública do país, alguns podem se deixar levar por um certo desalento ou desconfiança diante do valor do seu voto. Como cidadãos interessados pelo bem de todas as pessoas queremos valorizar ainda mais esse direito que nos é assegurado.

Recordando a exortação apostólica do papa Francisco Evangelii Gaudium, ensina que “vota bem quem vota com critérios inspirados no bem comum e nos valores do Evangelho, afinal ‘uma fé autêntica comporta sempre um desejo de mudar o mundo, transmitir valores, deixar a terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ela’”.

Chama atenção ainda que, depois de rezar e refletir sobre a atuação nas próximas eleições, é preciso ajudar também “amigos e amigas, pessoas de nossas famílias e de nossas comunidades a fazerem o mesmo, assumindo cada um, à luz da fé, a sua responsabilidade pelo futuro da nossa amada nação”.

Eis os critérios sugeridos pelos bispos:

1) Sei dizer se as propostas do partido do meu suposto candidato correspondem à visão de bem comum coerente com os valores evangélicos?

2) Procurei saber sobre a vida pregressa do meu candidato para verificar se realmente merece a confiança do meu voto, afinal lutamos tanto para a aprovação da chamada Lei da Ficha Limpa?

3) Meu candidato defende os valores da vida desde a fecundação até a morte natural, da família conforme o projeto de Deus, da liberdade religiosa, do respeito aos direitos humanos, da saúde, da educação, da moradia e da preservação do meio ambiente?

4) Ele tem clareza acerca do cargo que ocupará e de suas funções?

5) O meu candidato está mais preocupado com um bom marketing de sua imagem na campanha ou em apresentar propostas realistas para os grandes problemas sociais do país?

6) Se ele está há muito tempo na política, demonstrou-se competente no exercício dos seus mandatos ou simplesmente fez da política uma profissão?

7) Procurei acompanhar os pronunciamentos dos bispos acerca das eleições 2018, a fim de esclarecer-me melhor sobre o processo eleitoral?