Pe. Ocimar Francatto: Rito de Benção e Aspersão da Água no lugar do Ato Penitencial
Publicado em: 28/09/2018


Olá amigos e amigas!

Mais uma vez nos encontramos para a nossa reflexão semanal da Sagrada Liturgia.

Estamos meditando sobre o Ato Penitencial. Hoje vamos falar de algo que várias pessoas não sabem. O RITO DE BÊNÇÃO E ASPERSÃO DA ÁGUA PODE ESTAR NO LUGAR DO ATO PENITENCIAL.

 No apêndice do Missal de Paulo VI temos o Rito para a Bênção e Aspersão da água:

Depois da saudação, o presidente voltado para o povo, diante da água a ser abençoada convida-o a rezar. Depois de um momento de silêncio, com as mãos unidas faz uma das orações sugeridas pelo Missal.

Onde for costume pode benzer o sal e depois misturar com a água.

Em seguida asperge a si mesmo e depois toda a assembléia. Poder haver, durante a aspersão, um canto apropriado.

Quando terminar a aspersão e o canto, o sacerdote, voltado para o povo diz, de mãos unidas:

“Que Deus todo-poderoso nos purifique dos nossos pecados e, pela celebração desta Eucaristia, nos torne dignos da mesa de seu reino. Amém.”

O Missal Romano ainda nos diz que “aos domingos, particularmente, no tempo pascal, em lugar do ato penitencial de costume, pode-se fazer, por vezes a bênção e aspersão da água em recordação do batismo” (Instrução Geral sobre o Missal Romano, 51).

A CNBB em seus “Roteiros Homiléticos” dá uma sugestão para que esta bênção e aspersão da água possam ser feita “DURANTE TODO O TEMPO PASCAL”, como um grande prolongamento da Vigília Pascal, a grande noite batismal, uma vez que “os cinquenta dias entre o domingo da Ressurreição e o domingo de Pentecostes sejam celebrados com alegria e exultação, como se fossem um só dia de festa, ou melhor, como um grande domingo” (Normas Universais do Ano Litúrgico, 22).

Se nós queremos celebrar este momento penitencial, como uma verdadeira mística litúrgica, seria muito importante que fizéssemos este gesto com a água.

Tem um significado batismal e pascal, por ser relacionado à solene bênção da água batismal e do Batismo na Vigília Pascal. Tem um sentido anamético, ou memorial do batismo e da Páscoa de onde brota seu simbolismo de invocação a uma permanente purificação, como se exige o Batismo, primeira páscoa do cristão. Esta tríplice dimensão batismal-pascal-penitencial faz com que a aspersão encontre seu lugar adequado como ato penitencial da missa, dia batismal e páscoa por excelência.

É um gesto pedagógico, alternativo, do ato penitencial, que nos ajuda a começar a celebração eucaristia dos domingos, o dia da páscoa semanal, o dia do batismo. Renovamos a consciência de ser povo eleito de Deus, povo sacerdotal, povo de batizados. Este gesto tem sua intenção de purificação e penitencial, não tanto de renovar nossas promessas batismais, mas para pedirmos a Deus que renove a nossa graça batismal, que já nos concedeu no dia do batismo, e que necessitamos renovar em nossa vida cristã. Desta forma, nada melhor que seja feito aos domingos.

Cada domingo constitui uma pequena festa da Páscoa, em que comemoramos a ressurreição de Cristo e a nossa, e renovamos a aliança batismal pela eucaristia.

Até mais...