28º Domingo do Tempo Comum
Publicado em: 10/10/2018


“Vende tudo o que tens e segue-me” (Mc 10,20)

Leituras: Livro da Sabedoria 7, 7-11; Salmo 90 (89), 12-13.14-15.16-17; Carta aos Hebreus 4, 12-13; Marcos 10,17-30 (mais longo) ou Marcos 10,17-27 (mais breve).

COR LITÚRGICA: VERDE

Animador: Nesta Eucaristia, memorial da páscoa do Senhor, somos convidados a construir uma reflexão acerca das escolhas que fazemos diante daquilo que nós é proposto. Assim, ao escolhermos o Evangelho, somos chamados a renunciar certos valores perecíveis, para alcançarmos os valores eternos e que dão vida em plenitude. A riqueza de bens que é um valor terreno, na maior parte das vezes, faz-nos pensar somente em nós mesmos e em nossos próprios problemas, limitando-nos no cumprimento do serviço aos irmãos. Porém, com a liturgia de hoje, podemos perceber que Jesus nos convida ao desprendimento, a renunciar ao acúmulo e pensar mais nos irmãos e irmãs.

ANTÍFONA DE ENTRADA: Se tiverdes em conta as nossas faltas, Senhor, quem poderá salvar-se? Mas em Vós está o perdão, Senhor Deus de Israel.

ORAÇÃO DO DIA: Nós Vos pedimos, Senhor, que a vossa graça preceda e acompanhe sempre as nossas ações e nos torne cada vez mais atentos à prática das boas obras. Por Nosso Senhor…

1. Situando-nos brevemente

Quando nos reunimos em assembleia de batizados, formamos o corpo místico de Cristo, sendo Ele próprio a cabeça e, nós, cada um desempenhando seu ministério e carisma, os membros deste corpo. Isso significa, numa compreensão mais ampla, que Cristo é conosco e nós somos com Ele: formamos, juntos, um só corpo eclesial, povo de Deus reunido em torno de seu mistério. Por isso, sua presença é atuante, é intensa, é plena, em cada um de nós e de nosso ser. O mais interessante é que, ao falar conosco, Jesus encontra-se bem próximo, em outras palavras, faz-se presente ao pé do nosso ouvido e do nosso coração. Acabamos de ouvi-lo, por meio da Palavra de Deus proclamada. Mas, precisamos nos perguntar: será que deu para sentir que era Ele mesmo que estava nos falando?

Com esta Santa Liturgia, podemos dizer, desde já, que a Palavra proclamada foi bem provocativa: com sabedoria, as leituras dispostas para este 28º domingo do Tempo Comum, nos mostra que, se queremos mesmo ser discípulos do grande Mestre Jesus, devemos optar pelo seu projeto de amor, pois, diante de seu chamado interpelador, não existe neutralidade. Que bom que Ele vem nos provocar, para que nossa opção cristã seja cada vez mais amadurecida. Por isso, vale a pena, ainda, meditarmos um pouco sobre o que acabamos de ouvir da “boca” de Deus.

2. Recordando a Palavra

Jesus é um ser humano fantástico. Ele fascina pelos seus ensinamentos e entusiasma muitas pessoas que o escutam e o acompanham na longa jornada. Durante seu ministério itinerante, um jovem, possuidor de muitos bens e cumpridor fiel da “antiga” lei mosaica, é um desses que, provavelmente, se entusiasmaram pela figura de Jesus, o que o leva, numa atitude de busca de salvação e santidade, a aproximar-se do “mestre” de Nazaré. Apressa-se então em dirigir ao Mestre uma pergunta de interesse pessoal: “Que devo fazer para ganhar a vida eterna?” (v.17).

Neste relato evangélico, vemos que há uma busca ansiosa pela vida eterna da parte do rico, ilustrada por sua forma de vir ao encontro de Jesus: “correndo e ajoelhando-se diante dele” (v.17) e por seu comportamento exemplar: “tudo isso tenho observado desde minha juventude” (v.20), mostrando boa intenção por parte daquele que corria “sedento” ao encontro de Jesus. Mas, diante desta pergunta, Jesus lança um desafio que toca e estremece a raiz das opções e dos valores humanos: fita-o com amor e pede a opção radical pelo Reino de Deus.

A proposta audaciosa de Jesus exigia, do jovem, dar um passo a mais na caminhada discipular: “Só te falta uma coisa; vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me” (v.21). Este era o pedido de Jesus – um pedido que requer, de cada um de nós, despojamento e serviço aos irmãos e irmãs. Assim, a centralidade da mensagem de Jesus estava no chamado para o jovem deixar de lado suas seguranças humanas e abrir-se ao novo, que está na opção pelo projeto do Reino. Mas, na verdade, o moço ainda estava apegado ao “seu poder” na observância da lei – ao seu ego! – e não à gratuidade de Deus.

Jesus, então, “olhando” ao redor, e vendo cada um de seus discípulos admirados com o que dizia, asseverou-lhes ser praticamente impossível aos “ricos” entrarem no Reino de Deus. Tomados de espanto, concluíram então com esta pergunta: “Quem então poderá salvar-se?” (v.26). E Jesus, de novo “olhando” para eles, afirmou com convicção: Dentro dos limitados padrões da mente humana isso é impossível. No pensamento de Deus, sim, tudo é possível (cf.v.27). Os discípulos não deixaram tudo, por amarem o sofrimento e a pobreza, mas por terem optado por algo maior, que garantia a realização plena da vida humana e os tornavam mais semelhantes à Deus, revelado em Jesus Cristo, seu filho muito amado. Neste sentido, pode-se, assim, aludir à dimensão vocacional dos textos de hoje, mostrando que, nosso chamado e vocação, enquanto batizados e membros do Corpo Místico de Cristo, é instaurar o Reino de justiça, amor e fraternidade, deixando de lado nosso egoísmo e abrindo-se para nossos irmãos e irmãs.

3. Atualizando a Palavra

“Que se deve fazer para receber a vida eterna?” Eis uma pergunta que cada um de nós também deve fazer, na intimidade do coração, com estas ou outras palavras semelhantes. Por isso, esta Santa Liturgia nos faz lembrar que “o Reino de Deus não é propriamente o que costumamos chamar de ‘Céu’; é o modo de viver que Jesus veio instaurar, o reino de amor, de justiça e de paz, onde é feita a vontade de nosso Pai Celeste. O rico não consegue entregar-se a essa nova realidade” (KONINGS, J. Liturgia dominical. Mistérios de Cristo e formação dos fiéis. Op., cit., p.334).

Neste sentido, mediante toda “provocação” causada pela escuta da Palavra de hoje, um grande ensinamento deve ecoar na nossa vivência diária: “O rico não deve pensar que vai conseguir a herança eterna com base em suas posses, poder, capacidade intelectual ou coisa semelhante. Tem de pedir a Deus, como graça, algo que não está incluído no pacote do poder: a capacidade de participar do Reino. Também não deve estar exclusivamente preocupado com ‘salvar sua alma’ quando tudo lhe for tirado, mas peça, desde hoje, a graça do desapego para participar desse Reino, que já começou no mundo daqueles que seguem Jesus. Na alegria do servir encontrará a garantia da ‘herança eterna’” (ibidem).

Além desta dimensão anteriormente colocada, outro ensinamento surge da liturgia de hoje e deve permanecer dentro de nós: “se um rico participa ativamente do Reino, não será por causa de sua riqueza, mas apesar dela, tendo bens, transforme-as em instrumentos de comunhão fraterna” (ibidem). Este é o grande chamado do Mestre Jesus: renunciar tudo o que é passageiro para segui-lo plenamente e de coração aberto. Isso vale para todos nós, pois, todos nós temos a nossa mente “poluída” de apegos. Temos, ainda, dentro de nós, uma mentalidade de “rico” e, falta-nos, atitudes que revelam uma pobreza de espírito, para que, assim, sejamos realmente discípulos-missionários de Jesus.

4. Ligando a Palavra com a ação litúrgica

Iluminados pela Palavra proclamada faz sentido quando rezamos no início de nossa celebração Eucarística, com a oração da coleta: “Ó Deus sempre nos precede e acompanhe a vossa graça para que estejamos sempre atentos ao bem que devemos fazer”. De fato, além do bem praticado em consequência à obediência e da prática dos mandamentos (cf. Mc 10, 19-20), é preciso partilhar, desapegar-se, renunciar ao egoísmo, “dar aos pobres” (v.21), vivendo um espírito de comunhão fraterna.

Reunimo-nos para celebrar a Eucaristia, porque somos congregados pelo Espírito Santo que colocou, em nosso coração, a esperança, a fé e a caridade. No meio das provações apresentadas no caminho, a Palavra e a partilha suscitam, em nós, um novo sentido de viver a fé e a missão cristã. Neste mundo sem coração, há muitos “homens ricos” que, angustiados e em busca de novo sentido à vida, acorrem para a celebração na esperança de receberem uma palavra consoladora e criadora.

Pela participação na Celebração Eucarística, memorial solene da Páscoa de Jesus, o Senhor nos acolhe, transfigura, salva e nos envia a comunicar a todos as razões de nossa fé e de nossa esperança. Em outras palavras, somos chamados à missionareidade. Neste sentido, a missão visa realizar, no mundo, o projeto de Deus, em virtude do qual toda semente de verdade e de graça presente entre os povos, longe de se perder, é purificada e restituída a seu autor, isto é, a Cristo (cf. AG, n.9).

Celebrar a Eucaristia pressupõe, antes de tudo, uma atitude de querer partilhar, solidariamente, tempo, esforço, bens, conhecimentos, para fazer avançar o projeto do Reino. A partilha solidária nos conduz a celebrar autenticamente a Eucaristia. Esta, bem celebrada e vivida nos pequenos detalhes de nossa experiência diária, nos impulsiona à compaixão e à solidariedade, tendo como modelo o próprio mestre Jesus.

Oração dos fiéis:

Presidente: Após ouvirmos e meditarmos a Palavra de Deus, deixemos que sua luz nos ilumine, para que possamos caminhar nos seus caminhos, desapegado dos bens materiais e optando pelo projeto do Reino de Deus. Por isso, elevemos, confiantes, nossa oração.

Todos: Senhor, da messe, ouvi nosso clamor.

1. Senhor, conduza e ilumine todos os ministros ordenados, para que, consagrados ao chamado divino, possam doar, sem limites, suas vidas pelo bem do Reino de Deus e dos irmãos e irmãs. Peçamos:

2. Senhor, que os governantes olhem com mais carinho pelos que sofrem injustiças e que coloquem em prática políticas públicas para diminuir as desigualdades sociais. Peçamos:

3. Senhor, voltai vosso olhar para aqueles que sofrem privações materiais, para que nunca percam a esperança na vida. Peçamos:

4. Senhor, que nossa comunidade aprenda cada vez mais o valor da partilha e viva pautada pelos valores do Evangelho. Peçamos:

(Outras intenções)

Presidente: Deus de bondade, ajudai-nos a viver como seguidores da justiça e praticantes da verdade, para sermos tuas testemunhas diante do mundo. Por Cristo, nosso Senhor. Todos: Amém.

LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS

Presidente: Acolhei, ó Deus, com estas oferendas, as preces dos vossos fiéis, para que o nosso culto filial nos leve à glória do céu. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO

Presidente: Ó Deus todo-poderoso, nós vos pedimos humildemente que, alimentando-nos com o Corpo e o Sangue de Cristo, possamos participar da vossa vida. Por Cristo, nosso Senhor. Todos: Amém.

BÊNÇÃO E DESPEDIDA

Presidente: O Senhor esteja convosco.

Todos: Ele está no meio de nós.

Presidente: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo.

Todos: Amém.

Presidente: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

Todos: Graças a Deus.

Agenda de Dom Vilson para outubro/2018

Dia 10/10: Quarta-feira: Reunião dos Bispos da Província, às 11h00, na Diocese de Piracicaba, SP.

Dia 12/10: Sexta-feira - Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil: Missa na Paróquia N. Sra. Aparecida, às 09h00, em Limeira, SP. Missa de elevação da Paróquia N. Sra. Aparecida e posse de pároco do Pe. Antônio, às 17h00, em Pirassununga, SP.

Dia 13/10: Sábado: Missa e Crisma na Paróquia São Benedito, às 19h30, em Cosmópolis, SP.

Dia 14/10: Domingo: Missa e Crisma na Paróquia N. Sra. das Dores, às 09h00, em Nova Odessa, SP; Missa e Crisma na Paróquia N. Sra. Auxiliadora, às 19h00, em Americana, SP.

Dias 15 a 18 de outubro: Atualização do clero da Diocese de Limeira. LOCAL: Seminário Santo Antônio – Alto da Serra, São Pedro, SP.

Dias 19 a 21 de outubro: Assembleia das Igrejas do Regional Sul 1 da CNBB, em Itaici, município de Indaiatuba, SP.

Dias 20 e 21 de outubro: visita do Sr. Núncio Apostólico, Dom Giovanni, na Diocese de Limeira, SP (programação já enviada a todos).