32º Domingo do Tempo Comum
Publicado em: 07/11/2018


“Esta viúva pobre deu mais que todos os outros” (Mc 12,44)

Leituras: Primeiro Livro de Reis 17, 10-16; Salmo 145 (146), 7.8-9a.9bc-10; Carta aos Hebreus 9, 24-28; Marcos 12, 38-44.

COR LÚRGICA: VERDE - (verde, glória, creio - IV semana do saltério)

Antífona da entrada

- Chegue até vós a minha súplica; inclinai vosso ouvido à minha prece

(Sl 87,3).

Oração do dia

- Deus de poder e misericórdia, afastai de nós todo obstáculo para que, inteiramente disponíveis, nos dediquemos ao vosso serviço. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Animador: A liturgia deste 32º domingo do Tempo Comum, memorial da páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, nos fala do verdadeiro culto que agrada a Deus. Para Ele não interessa grandes manifestações religiosas, e sim, atitudes permanentes de entrega ao seu plano de amor, para doar a vida em benefício dos irmãos e irmãs. Por isso, Jesus nos oferece como modelo de vida uma pobre viúva que, em clara oposição com os profissionais da religião em Israel, vive a fé como experiência de confiança em Deus e a manifesta em gestos de gratidão perante os demais. Além disso, esta mulher, também, representa o ideal do verdadeiro cristão, que é capaz de colocar em destaque o valor do pobre e o seu potencial evangelizador.

1. Situando-nos brevemente

Estamos vivenciando o 32º domingo do Tempo Comum e, assim, nos aproximando, mistagogicamente, da celebração da solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, como rei do Universo. Um longo caminho foi realizado até aqui. Nele Jesus foi instruindo seus discípulos e deixando-lhes valiosos ensinamentos. Porém, padronizados segundo esquemas puramente humanos de pensar a religião, eles sempre tiveram grande dificuldade em entender a proposta messiânica do Filho de Deus, Jesus, como humilde e obediente Servo que tem de passar pela paixão e morte de cruz, para, então, alcançar a glória da Ressurreição.

Chegando à Jerusalém, Jesus cumpre a meta estabelecida, ou seja, encontra-se no “ponto final” do caminho, local compreendido como o coração da fé israelita, pois, para a religião judaica, é onde se encontra o Templo. Além disso, para a tradição cristã, Jerusalém é o lugar onde Jesus será humilhado e morto. Neste sentido, profeticamente, Jesus está precisamente no Templo, com uma grande multidão de pessoas que ouviam seus pensamentos (cf. Mn 12, 38-44). Nós hoje, aqui reunidos, fazemos, também, parte desta multidão à escuta do nosso Mestre.

2. Recordando a Palavra

O evangelho deste domingo narra uma das muitas cenas em que Jesus entra em conflito com os chefes religiosos de Jerusalém. Entre os tantos ensinamentos, a partir de sua pessoal experiência de Deus como discreto e ativo amor, Jesus nos alerta, ainda hoje, a tomar cuidado com os “doutores da Lei” que se utilizam das ofertas dos pobres e pequenos em beneficio de si próprios e de seu egoísmo sem medidas. Em outras palavras, para ser verdadeiro discípulo e discípula do Reino de Deus é preciso superar dentro de si todo espírito de poder, ostentação, vaidade, privilégios, piedade hipócrita, exploração dos pobres, muito presente naqueles que se consideravam “puros” e “dignos de salvação”.

No tempo de Jesus e, ainda hoje, os “doutores da Lei” gostavam de andar com roupas vistosas, de serem cumprimentados nas praças públicas e, ainda, queriam sentar nas primeiras cadeiras nas sinagogas e possuírem os melhores lugares nos banquetes. Eles devoravam as casas das viúvas, fingindo fazer longas orações (cf. v. 38-40). “Por isso” – conclui Jesus – “eles receberão a pior condenação” (Cf. v.40). Em outras palavras, este espírito “impuro” não leva a nada, porque não se encaixa no projeto amoroso e desprendido do Reino de Deus.

O Evangelho deste 32º domingo Comum alude para a cena na qual sentado no Templo, Jesus observava como “a multidão” colocava suas moedas nos cofres e como “muitos ricos depositavam grandes quantias” (Cf. v. 41). Havia, ali, também, uma “pobre viúva” que depositou “duas pequenas moedas, que quase não valiam nada” (Cf. v.42). Vendo isso, então, o Mestre de Nazaré chamou os discípulos e disse-lhes: “Vou dizer uma verdade. Esta pobre viúva deu mais do que todos os outros. Todos deram do que tinham de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver” (Cf. v.43-44).

Na mesma perspectiva, olhando o relato evangélico, podemos nos lembrar da passagem que fala sobre a pobre viúva de Sarepta no templo do profeta Elias, como fora proclamado na primeira leitura (Cf. 1Rs 17,10-16). Numa época de carestia total por causa da seca, ela só dispunha de um restinho de farinha. Confiando no Deus anunciado pelo profeta, ela não teve dúvida: com aquele último bocadinho de farinha fez um pão e, com ele, saciou o profeta, ela e o filho dela “durante muito tempo”. Deste modo, a atitude de generosidade daquela pobre mulher celebrou a generosidade do próprio Deus, mostrando-nos que Deus faz justiça aos que são oprimidos, dá alimentos aos famintos, liberta os prisioneiros, abre os olhos aos cegos, ergue o caído, ama quem é justo, protege o estrangeiro, ampara a viúva e o órfão, confunde os caminhos dos maus. Tudo isso, reflete que seu Reino é para sempre, onde não há injustiças, mas, infinita misericórdia. Por isso, cantamos, hoje, o Salmo 146, cujo refrão ressoa assim, em nossos corações: “Bendize, minh’alma, bendize ao Senhor!” (Cf. v.1).

Na 2ª leitura, continuamos ouvindo a carta aos Hebreus. Os versículos de hoje, pertencem à segunda parte da carta (Cf. Hb 5,11-10,39), que apresentam Jesus Cristo como único e verdadeiro sacerdote que exerce seu ministério num santuário que não foi construído por mãos humanas. Assim, Ele se oferece, uma vez por todas, num sacrifício perfeito, como gesto de amor para o perdão dos pecados e, quando vier pela segunda vez, tornar-nos-á participantes de sua glória se, e somente se, permanecermos fiéis e perseverantes até o fim. Desse modo, podemos exclamar, com voz forte, que nosso Deus, encarnado em Jesus Cristo, é o Deus amoroso que nos dá vida e vida em abundância para todos os seus filhos e filhas.

3. Atualizando a Palavra

Jesus, ao ensinar chamar a atenção dos seus discípulos com seus ensinamentos, critica três aspectos do comportamento dos “doutores da Lei”: “em primeiro lugar, a vaidade, que é a busca de reconhecimento dos demais (Cf. v.38-39). Em segundo lugar, a hipocrisia, pela qual usam a religião para camuflar o egoísmo mais agudo, “fingindo fazer longas orações” (v.40). E, finalmente, uma conduta muito mais grave: “abusam dos pobres (v.40)”, (Cf. ROMAGUERRA, J. M. El evangelio en médio a la vida. Domingos y fiestas del ciclo B. Op. Cit., p. 172).

É importante tomarmos um exemplo prático: caso uma mulher enviuvasse, principalmente se ela não tivesse filhos que a sustentasse, sucedia que ela era induzida a passar os bens do marido para o Templo em troca de algum mínimo benefício assistencial, e olha lá! Mas, quem tirava proveito das riquezas injustas do templo? Justamente, eram as autoridades religiosas, os “doutores da Lei” criticados por Jesus! Por isso, o mestre de Nazaré é severo em sua fala: “Eles devoram as casas das viúvas” (Cf. v.40), deixando-as, portanto, literalmente “depenadas”. Através desta crítica, podemos entender, também, a especial admiração mostrada por Jesus pela “pobre viúva” do templo que, “na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver” (v. 43-44). Diferentemente dos ricaços que davam aquilo que era supérfluo, ela deu “toda sua vida”. Confiou-se, inteiramente, nas mãos de Deus. Uma atitude de grande generosidade e desprendimento do coração! Jesus mesmo se viu nela, com certeza, e nos leva a uma séria reflexão!

“A generosidade que Jesus preza é duplamente generosa. É radical, pois priva a gente do necessário. É gratuita, pois ocorre sob os olhos de Deus, com quem não é possível fazer negócios escusos. Dá-se tudo sem pedir nada de volta. ‘Loucura, a vida não é assim!’. Mas na loucura está a felicidade de amar sem restrição nem cálculo, como que para responder ao infinito amor de Deus para conosco. Generosidade gratuita é imitação de Deus (cf. Mt. 5, 45-48), como que para responder ao infinito amor de Deus para conosco. Generosidade gratuita é imitação de Deus. Mas, e o lucro é que é o ‘céu’? ‘Deus te pague’, ‘Dar ao pobre é investir no céu’. Essas maneiras de falar, examinadas à lupa, mostram ainda muito egoísmo. Não devemos ser generosos para comprar o céu. Devemos ser generosos, porque o céu já chegou até nós, porque Deus veio à nossa presença em Jesus. Em certo sentido já ganhamos o céu, porque Jesus se doou a nós. E é por isso que queremos ser generosos como a viúva da entrada do templo e a viúva do tempo de Sarepta, por gratidão”, (KONINGS, J. Liturgia dominical. Mistério de Cristo e formação dos fiéis, p.345).

A Liturgia deste 32º domingo do Tempo Comum nos faz lembrar, também, que a grande maioria de nosso povo é muito generosa. Basta avaliar a pronta resposta diante de certas calamidades provocadas por seca ou por enchentes. Multiplicam-se as toneladas de donativos. Felizmente, existem muitas “viúvas de Sarepta”, como a do evangelho, que anonimamente vivem da certeza de que “Deus abençoa quem generosamente partilha seus próprios bens”. Vivem na gratuidade. Não porque ter bens materiais seja uma coisa ruim, mas, pelo simples fato de eles, assim, cumprem sua finalidade, ou seja, de serem colocados à disposição de quem mais necessita.

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica

Que Deus nos liberte das amarras da escravidão do egoísmo e do pecado e nos ajude a vivermos a verdadeira generosidade e caridade ensinada pelo nosso Messias e Salvador, nosso Mestre Jesus de Nazaré. Por isso que, no início desta celebração, fizemos este significativo pedido: “Deus de poder e misericórdia, afastai de nós todos os obstáculos para que, inteiramente disponíveis, nos dediquemos ao vosso serviço” (Oração do dia).

Ao partir o pão nesta celebração reconhecemos presente entre nós a generosidade do nosso Salvador que se nos dá totalmente como Corpo entregue e Sangue derramado. Humilde e pobre, feito um simples pedaço de pão, é desta maneira que Ele nos vem iluminar com seu Espírito e nos fortalecer em nossa caminhada cristã. Diante desta verdade de fé, Santo Agostinho, em suas sábias palavras, afirma: “Cristo se entregou uma vez para que nós nos convertêssemos em seu corpo. Mas quis que fizéssemos desta sua entrega um sacramento cotidiano no sacrifício da Igreja, que, assim, pelo fato de ser corpo de Cristo-cabeça, aprenda a oferecer-se a si mesma nele, e assim se realiza cada vez o melhor sacrifício, ou seja, nós mesmos, cidade de Deus, quando em nossa oblação celebramos o sacramento do sacrifício” (Santo Agostinho, De Civitate Dei 10,6. Citado por José Aldazábal, A Eucaristia, p.261).

Por isso que, depois de participarmos desta generosa Ceia pascal, memorial desta entrega amorosa de Nosso Senhor Jesus Cristo, cheios de gratidão, concluímos com este pedido a Deus: “Fortificados por este alimento sagrado, nós vos damos graças, ó Deus, e imploramos a vossa clemência; fazei que perseverem na sinceridade do vosso amor aqueles que fortalecestes pela infusão do Espírito Santo” (oração pós-comunhão). Que a graça da autenticidade seja uma constante em nós que recebemos a força do Espirito de Jesus. Amém!

Oração da Assembleia

Presidente: Abramos nosso coração e de modo confiante dirijamos nossos pedidos a Deus Pai, certos que Jesus, que está junto do Pai, intercede conosco e a nosso favor.

Todos: Senhor, ajude-nos a partilhar.

1. Senhor, que tua Igreja seja no mundo sinal de acolhida, amor e generosidade, para que todos aqueles que vierem ao se encontro, possam experimentar a graça do teu amor e da tua misericórdia. Peçamos:

2. Senhor, que os governantes e seus auxiliares, cuidem do bem comum em favor de todo o povo, principalmente os mais necessitados e aqueles que sofrem injustiças. Peçamos:

3. Senhor, que os membros de nossa comunidade, através da caridade e da oração, sejam transfigurados à imagem de Cristo, o Bom Pastor. Peçamos:

4. Senhor, que tenhamos um coração generoso e fraterno, que revele o sinal de que somos teus discípulos. Peçamos:

(Outras intenções)

Presidente: Ouve, ó Pai de bondade, as preces que brotaram de nossos corações, na esperança de sermos ouvidos e atendei com amor e bondade as súplicas que vos elevamos nesta Eucaristia. Tudo isso vos pedimos, por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém

LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS

Presidente: Lançai, ó Deus, sobre o nosso sacrifício um olhar de perdão e de paz, para que, celebrando a paixão do vosso Filho, possamos viver o seu mistério. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém

ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO

Presidente: Fortificados por este alimento sagrado, nós vos damos graças, ó Deus, e imploramos a vossa clemência; fazei que perseverem na sinceridade do vosso amor aqueles que fortalecestes pela infusão do Espírito Santo. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém

BÊNÇÃO E DESPEDIDA

Presidente: O Senhor esteja convosco.

Todos: Ele está no meio de nós.

Presidente: Pela intercessão dos apóstolos Pedro e Paulo, abençoe-vos o Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo.

Todos: Amém.

Presidente: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

Todos: Graças a Deus.

Agenda de Dom Vilson para outubro-novembro/2018

Dia 08/11 - Quinta-feira: Reunião do Conselho Episcopal, às 09h00, residência episcopal, Limeira, SP. Reunião Bispo, Pe. Júlio e Pe. Edmilson às 14h00, Limeira, SP.

Dia 08/11 - Quinta-feira: missa e crisma na Paróquia N. Senhora Aparecida, às 19h30, em Porto Ferreira, SP.

Dia 09/11 - Sexta-feira: missa e crisma na Paróquia Santa Luzia, às 19h30, em Cordeirópolis, SP.

Dia 10/11 - Sábado: missa e crisma na Paróquia São Marcos, às 18h30, em Limeira, SP.

Dia 11/11 - Domingo: missa e crisma na Paróquia Menino Jesus, às 08h00, em Limeira, SP.

Dia 13/11 – Terça-feira: Missa e Crisma na Paróquia N. Sra. de Guadalupe, às 19h30, em Americana, SP.

De 16 a 18 – Encontro Estadual de Comunicação, em São Paulo, SP.

Dia 21/11 – Quarta-feira: Reunião com os Bispos da Sub-região, às 9h, em Americana, SP; Missa e Crisma na Paróquia N. Sra. do Brasil, às 19h30, em Americana, SP.

Dia 22/11 – Quinta-feira:  Missa e Crisma na Paróquia São Francisco de Assis, às 19h30, em Americana, SP.

Dia 23/11 -  Sexta-feira: Missa e Crisma na Paróquia São Domingos de Sávio, às 19h30, em Americana, SP.

Dia 24/11 – Sábado: Missa e Crisma na Paróquia Imaculada Conceição, às 18h, em Leme, SP.

Dia 25/11 – Domingo: Elevação do Santuário São Manoel, às 9h, em Leme, SP; Missa e Crisma na Paróquia São Benedito, às 18h00, em Americana, SP.

Dia 27/11 – Terça-feira: Dedicação da capela de N. Sra. das Graças, às 19h30, em Pirassununga, SP.

Dia 28/11 – Quarta-feira: Missa e Crisma na Basílica Santo Antonio, às 19h00, em Americana, SP.

Dia 29/11 – Quinta-feira: Missa e Crisma na comunidade Mãe Rainha – Q. Paróquia N. Sra. de Lourdes, às 19h30, em Araras, SP.