As procissões rituais da Cel. Eucarística numa dimensão mistagógica – Int.
Publicado em: 31/01/2019


Olá amigos e amigas!

Sejam todos(as) bem vindos(as) a mais uma reflexão semanal da nossa Sagrada Liturgia.

Gostaria de usar este espaço para refletirmos sobre as nossas procissões rituais que acontecem durante a Celebração Eucarística. Vamos conhecer o que a Igreja diz sobre elas e tentar celebrá-las de maneira mistagógica.

Desta maneira vamos refletir sobre: AS PROCCISSÕES RITUAIS DA CELEBRAÇÃO EUCARISTICA NUMA DIMENSÃO MISTAGÓGICA. Hoje faremos uma pequena INTRODUÇÃO do assunto.

“O homem é um ser sacramental; no nível religioso, exprime suas relações com Deus num conjunto de sinais e símbolos; Deus igualmente, os utiliza quando se comunica com os homens” (Puebla 920).

A liturgia, como a Igreja, é uma realidade humana e divina, por isso devemos valorizar os gestos que acompanham toda a celebração litúrgica.

O gesto litúrgico deve-me levar a uma experiência “holística”, ou seja, uma experiência globalizante, que envolve a pessoa como um todo, nas suas três dimensões: corporal (corporeidade), racional (racionalidade, mente, psicologia, vontade), afetiva (afetividade, coração). Assim toda ação litúrgica possue três dimensões: o gesto corporal (corpo), o sentido teológico-litúrgico (mente) e a espiritualidade (coração).

Temos que ir em busca de uma teologia do gesto litúrgico. Muitas pessoas podem dizer que é inútil nos esforçarmos, já que os gestos são sempre os mesmos. O problema não está no gesto (rito), mas na maneira como é feito. Pode ser feito de uma forma ritual ou de uma forma ritualista.

A ritualidade é feita com o coração, por isso expressa a vida, o mistério que está no gesto, ou no rito; enquanto que o ritualismo é o gesto ou o rito esvaziado de sua alma e de seu entendimento.

A ritualidade deve levar a uma experiência litúrgica, uma vez que a experiência litúrgica é uma experiência ritual, é um mergulho no mistério celebrado no rito.

Não se trata de criar novos ritos, mas de fazê-los de maneira nova, de uma forma mistagógica. A mistagogia é inserida na celebração como forma de tornar real e visível o mistério que representa. Mistagogia é uma maneira de penetrar no coração do mistério que celebramos. Os sinais mistagógicos tornam o mistério mais vivo e presente no culto litúrgico, nos remetem ao mistério que celebramos e leva a comunidade a vivê-los de forma mais plena e verdadeira.

Não basta apenas realizar o gesto litúrgico é preciso uma formação para a compreensão de tal gesto para que exista uma verdadeira experiência litúrgico-ritual, a fim de haver maior participação da assembléia celebrante e que possam colher deste gesto muitos frutos em suas vidas (cf. Sacrosanctum Concilium, 11).

Nesta reflexão iremos analisar as procissões rituais da Eucaristia, dentro desta dimensão mistagógica, pois o Missal Romano nos diz que elas precisam ser “realizadas com dignidade” (Instrução Geral sobre o Missal Romano, 44).

Esperamos que depois destas reflexões possamos realizar as procissões rituais da Celebração Eucarística com mais alegria, entendendo e experimentando todo o seu conteúdo, ou seja, que possamos vivê-la numa dimensão verdadeiramente mistagógica.

Até mais...

 

Pe. Ocimar Francatto