AS PROCISSÕES RITUAIS DA CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA NUMA DIMENSÃO MISTAGÓGICA – O QUE É UMA PROCISSÃO
ASPECTO LITÚRGICO
Olá amigos e amigas!!
Acolho a todos(as), com alegria, para mais uma reflexão semanal da nossa Sagrada Liturgia.
Estamos refletindo sobre a MISTAGOGIA NAS PROCISSÕES RITUAIS DA CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA, e dentro disso estamos vendo o CONCEITO DE PROCISSÃO, em seu aspecto antropológico bíblico e litúrgico.
Já vimos o conceito de procissão no seu aspecto antropológico e bíblico e hoje vamos ver no aspecto LITÚRGICO.
NA HISTÓRIA DA LITURGIA
Enquanto a Igreja viveu a época da perseguição era evidente que não se pensava em procissões. Aparecem depois da paz constantiniana, ou seja, quando o Imperador Constantino decretou o cristianismo como religião oficial do Império Romano, no século IV. Primeiro ela aparece de forma sóbria e excepcional, depois tornou-se cada vez mais numerosa e em consequência disso prejudicando a qualidade.
1. PROCISSÕES QUE COMEMORAVAM OS MISTÉRIOS DE CRISTO
As mais significativas são as que se referem à História da Salvação.
1.1. A APRESENTAÇÃO DE JESUS NO TEMPLO (02 DE FEVEREIRO)
Nasceu no Oriente e depois passou para o Ocidente (Papa Sérgio I, 687-701). Enfatiza o tema da luz. No Ocidente, durante a Idade Média, tornou-se uma procissão em honra de Maria (a procissão das velas ou das candeias). Introduziu a benção das velas e limitou-se a uma caminhada dentro do recinto da Igreja.
1.2. PROCISSÃO DE RAMOS
Nasceu em Jerusalém (Oriente) e mais tarde passa para o Ocidente (Roma). Celebra a entrada de Jesus em Jerusalém. Vai de uma Igreja até outra. Ao longo dos séculos introduziu a benção de ramos.
1.3. PROCISSÃO COM O CÍRIO PASCAL NO COMEÇO DA VIGÍLIA PASCAL
O Círio é cheio de simbolismo: a luz da noite do Êxodo e da presença do Ressuscitado. Mais tarde se adota as aclamações: “A luz de Cristo”, a luz propaga-se para acender as velas dos participantes fazendo passar significativamente das trevas para a luz.
2. PROCISSÕES EXTRAORDINÁRIAS E OCASIONAIS
2.1. A TRANSLADAÇÃO DAS RELÍQUIAS
Após a morte os mártires são sepultados em sepulturas honrosas, pois viveram o Mistério Pascal de Cristo (o sangue derramado pelo Evangelho). Foram as primeiras devoções surgidas na Igreja antiga. Mais tarde foram construídas Igrejas nos locais do martírio ou em outro local e se fazia de um modo solene a transladação da relíquia: é um sinal que celebrava a Igreja do céu. O Ritual da Dedicação de Igreja e de Altar prevê por ocasião da dedicação de uma Igreja fazer a procissão com as relíquias que serão depostas sob o altar (Ritual da Dedicação de Igreja e de Atar, 61).
2.2. CORTEJO FÚNEBRE OU EXEQUIAIS
O Ritual das Exéquias prevê (onde é possível se fazer) uma procissão fúnebre com três “estações”: na casa do defunto, na Igreja e no cemitério.
2.3. OUTRAS PROCISSÕES
3. PROCISSÕES RITUAIS OU CERIMONIAIS
Quando acontece na ação litúrgica.
3.1. NA CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA
A procissão inicial (entrada do presidente e dos ministros), a procissão do Evangelho (da Mesa Eucarística à Mesa da Palavra), a procissão das oferendas (o pão e o vinho levados ao altar), a procissão da comunhão (fiéis vão para a comunhão).
3.2. AS PROCISSÕES COM O ÓLEO BENTO
Na quinta-feira santa: depois da missa do crisma (Santos óleos), na Catedral e na missa vespertina, para serem apresentados à comunidade paroquial.
3.3. A PROCISSÃO DOS “PRÉ-SANTIFICADOS”
Na Quinta-feira Santa, depois da missa da ceia do Senhor, leva-se o pão consagrado (eucaristizado) processionalmente no lugar preparado para a adoração (Transladação do Santíssimo Sacramento) e daí é retirado e transportado para o altar, durante a celebração da Paixão do Senhor, na Sexta-feira Santa para a comunhão da assembléia.
4. PROCISSÕES DEVOCIONAIS E VOTIVAS
A maneira histórica como nasceram e o modo como são celebradas nem sempre é fácil ver nelas a conexão com o mistério de salvação.
4.1. PROCISSÕES EUCARÍSTICAS (CORPUS CHRISTI)
Nascida como prolongamento da missa: “o desejo de ver a hóstia”. É momento de perceber a presença real do Cristo no pão consagrado, de abençoar as cidades e as pessoas e de adoração.
4.2. PROCISSÃO EM HONRA DE NOSSA SENHORA E DOS SANTOS
As mais antigas são a da Natividade de Nossa Senhora, da Anunciação, da Assunção e a de 02 de fevereiro. A partir da Idade Média, com o surgimento das festas patronais (Patrono), nasceram e se multiplicaram as procissões com relíquias, efígies, ou imagem de Nossa Senhora e dos Santos. O fato assumiu proporções espetaculares, sobretudo em matéria de pompa, a começar do período barroco.
Como nossa Igreja é bela! Nas procissões manifestamos publicamente a nossa fé.
Até mais...
Pe. Ocimar Francatto