“O rosto da misericórdia revelada na transfiguração de Jesus!” |
Leituras: Gênesis 15, 5-12.17-18; Salmo 26 (27); Carta de São Paulo aos Filipenses 3, 17-4,1; Lucas 9, 28-36.
COR LITÚRGICA: ROXA
Animador: Neste Domingo da transfiguração, somos convidados a subir à montanha com Jesus e fazer a experiência da sua glória. A páscoa de Cristo se manifesta na comunidade que descobre no rosto desfigurado do pobre o rosto iluminado do Cristo. Subindo à montanha, somos convidados a ouvir o que Jesus tem para nos dizer e contemplarmos sua face resplandecente.
As preocupações e consequentes ações no âmbito do saneamento básico passam a incorporar não só questões de ordem sanitária, mas também de justiça social e ambiental. É, portanto, necessária e urgente que as ações para a preservação ambiental busquem, também construir a justiça, principalmente para os pequenos e pobres.
1. Situando-nos
Neste segundo domingo da Quaresma, somos convidados a subir a montanha com Jesus e três dos seus discípulos para contemplarmos o mistério da glória de sua transfiguração. Por instantes, a eles é revelado que Jesus glorificado é o salvador esperado e que transformará nossa condição humana em realidade glorificada.
A montanha representa o lugar da proximidade com Deus e do encontro íntimo com Ele. E do alto da montanha, os discípulos ouviram a voz de Deus, que proclama Jesus seu Filho amado dizendo: “Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!” (Lc 9,35).
É como se disse, n’Ele encontra a plenitude do meu amor misericordioso, que se revelará na cruz. É importante este convite do Pai. Como discípulos de Jesus, somos chamados a ser pessoas que escutam a sua voz e as levam a sério. Para escutar Jesus, é preciso segui-lo, como faziam as multidões do Evangelho.
A visão da transfiguração de Cristo nos convida a “prestar ouvidos ao eleito Filho de Deus”, se quisermos ter forças no discernimento das ações que edificam o mundo segundo o projeto do Pai. A escuta de Jesus transforma pessoas e comunidades para que os planos de Deus se cumpram na história da humanidade.
2. Recordando a Palavra
Jesus está a caminho de Jerusalém onde concluirá sua missão. Poucos dias após anunciar sua morte e convidar ao seu seguimento, escolhe três dentre os doze e segue com eles até o alto da montanha. O evangelista cria todo um ambiente cenográfico e místico, típico da linguagem bíblica, para fazer ressoar a voz do alto: “Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!”.
A revelação foi preparada pelo diálogo de Jesus com Moisés e Elias. “A morte (êxodo) do Messias é o assunto da conversa com os representantes da antiga esperança de Israel, esperança inaugurada pelo antigo êxodo rumo à Terra Prometida (antiga aliança). Ambos, Moisés e Elias, tinham cumprido seu êxodo rumo à glória, através da tribulação e perseguição”. O novo êxodo (nova aliança) está para se realizar em Jerusalém com a morte do novo cordeiro, Jesus. Aproxima-se a hora da glorificação do Filho amado e o início de uma nova caminhada do povo de Deus conduzido pelo novo Moisés (cf. At 3,22; 7,37).
Os discípulos, que tinham adormecido e permanecido calados na cena da revelação da identidade e missão do Mestre, entram em cena sem saber direito o que dizer. Pedro sugere edificar três tendas, isto é, imagina poder “reter a glória”. Porém, antes ele deverá seguir Jesus confiando na sua Palavra. Mesmo que os vindouros fatos o escandalize. No caminho a Jerusalém impõe-se o silêncio, na espera de um novo dia, quando se poderá proclamar, sem equívocos, a verdade sobre o Filho, o Eleito de Deus (Evangelho).
A primeira leitura de hoje faz parte das chamadas “tradições patriarcais” (Gn 12-36). Os patriarcas Abraão, Isaac e Jacó nutriam sonhos e esperanças de encontrar uma terra fértil e bem irrigada, bem como possuir uma família forte e numerosa que perpetuasse a “memória” da tribo e se impusesse aos inimigos. Deus responde à expectativa de Abraão, garantindo-lhe uma descendência numerosa ”como estrelas do céu”.
Na sequência, Abraão contempla em silêncio o céu estrelado. Acredita na promessa do Senhor e, por isso, é tido como justo. Na fé, ele assume uma atitude de total confiança, de aceitação e de entrega plena aos desígnios de Deus. A segunda parte da leitura refere-se a um rito de conclusão de uma aliança, conhecido entre os povos antigos. Quem subscrevia a aliança passava entre as duas metades de animais, mas quem rompia o contrato pronunciava contra si uma espécie de maldição. Deus afirma uma aliança solene e irrevogável, gratuita e incondicional com Abraão (1ª Leitura).
Nos Salmo 26 (27), o salmista exalta a luz que o Senhor fez brilhar nas trevas da noite escura de Abraão e do povo. A aliança firmada com o antigo patriarca agora se cumprirá em Jesus Cristo. Assim, também nós hoje, podemos cantar: O Senhor é a minha luz e a minha salvação.
Na prisão, Paulo agradece aos Filipenses pela solicitude que eles têm com ele e os exorta à fidelidade, alertando-os quanto à presença dos falsos pregadores do Evangelho de Jesus. As duras palavras de Paulo resultam da sua revolta diante daqueles que, com a sua intolerância, com o seu orgulho e autossufiência, confundiam as comunidades cristãs e puseram a perder o essencial da fé: o Evangelho não é o cumprimento de ritos externos, mas adesão à proposta gratuita de salvação que Deus nos faz em Jesus (Segunda Leitura).
3. Atualizando a Palavra
Na caminhada da vida, por vezes, uma decisão importante, a realização de um acontecimento, é precedida por crises, trevas e expectativas. Jesus, como exímio Mestre, insistia que os discípulos deviam caprichar no seguimento e tomar a cruz de cada dia. Contudo, para eles, essa conversa da cruz, que ele tinha que sofrer para entrar na glória não fazia parte de seu imaginário e de sua compreensão.
As palavras do Mestre sobre a cruz implodiram as esperanças messiânicas e a decepção foi geral. A transfiguração se traduz na revelação de que caminho da glória passa pela cruz. A glória efêmera de um atleta, que no alto do “podium” recebe a medalha de ouro, é precedida por renúncias e sofrimentos alimentados pelo sonho de ser um vitorioso.
Envolvidos pela luz da glória, Jesus e os representantes da antiga aliança, Moisés e Elias, conversam sobre o seu êxodo em Jerusalém, isto é, de sua páscoa ao Pai. Enquanto isso, Pedro só tem olhos para a glória deslumbrante: “Mestre é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas...”. Deseja revestir-se definitivamente daquela luz confortadora, evitando as trevas angustiantes do calvário. Quer chegar à glória por um atalho que evite a cruz. Porém, de uma nuvem ressoa uma voz: “Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!”. Uma voz que desfaz todo o sonho ilusório. Ser discípulo implica “escutar e confiar-se ao Mestre”, também quando ele fala da cruz.
Ao discípulo não compete inventar um caminho particular que evite a hora desagradável da cruz. Cabe-lhe assumir e andar junto com o seu Mestre no mesmo itinerário. A transfiguração passa pela prova de um rosto desfigurado pela angústia para um rosto glorificado.
São Leão Magno afirma: “a principal finalidade dessa transfiguração era afastar dos discípulos o escândalo da cruz, para que a humilhação da paixão, voluntariamente suportada, não abalasse a fé daqueles a quem tinha sido revelada a excelência da dignidade oculta de Cristo” (São Leão Magno. Sermão 51, 3-4. Cf Ofício das Leituras do 2º Domingo da Quaresma).
“A mensagem messiânica de Cristo e a sua atividade entre os homens terminam com a Cruz e a Ressurreição. Se quisermos exprimir totalmente a verdade acerca da misericórdia, com aquela totalidade com que ela foi revelada na história da nossa salvação, devemos penetrar de maneira profunda nesse acontecimento final que, especialmente na linguagem conciliar, é definido como mistério pascal. (...) O mistério pascal é o ponto culminante desta revelação e atuação da misericórdia” (Papa João Paulo II, DM., n.7).
4. Ligando a Palavra com a ação eucarística
Estamos a caminho de Jerusalém, a caminho da Páscoa. E hoje, sentimo-nos com Jesus no alto do Monte Tabor, como que em clima de céu. Mas temos que ainda seguir o caminho. Caminho de Cruz, caminho de conversão, de purificação, de santificação, confiando que o “nosso coração de pedra se converterá em novo coração”.
Por isso que, depois de colocadas as oferendas de pão e vinho sobre o altar, para celebrarmos o memorial da Páscoa de Jesus e nossa, o sacerdote, em nome de toda a assembleia reza: “Ó Deus, que estas oferendas lavem os nossos pecados e nos santifiquem inteiramente para celebrarmos a Páscoa”.
Temos motivos de sobra para louvar e agradecer o nosso Deus, pois a Transfiguração de Cristo nos aponta para a glória da ressurreição, que significa desmascaramento de todo “aparente” poder que crucifica o ser humano.
Por isso, prefaciando a oração eucarística pela qual celebramos a grande vitória da paz pascal, o sacerdote, fazendo ecoar a Palavra ouvida, proclama em nome de toda assembleia: “Tendo predito aos discípulos a própria morte, Jesus lhes mostra, na montanha sagrada, todo o seu esplendor. E com o testemunho da Lei e dos Profetas, simbolizados em Moisés e Elias, nos ensina que, pela Paixão e Cruz, chegara à gloria da ressurreição” (Prefácio da Transfiguração. Missal Romano, p.188)
Na liturgia eucarística, pela qual Cristo se entrega e se oferece ao Pai por nós, e o Pai nos entrega o Cristo que, como ressuscitado, vem participar de nossa vida e missão, temos o privilégio de já vivenciar a eternidade.
Por isso, no final, depois de comungarmos o corpo e sangue do Senhor, o sacerdote expressa a gratidão de toda a assembleia rezando: “Nós comungamos, Senhor Deus, no mistério da vossa glória, e nos empenhamos em render-vos graças, porque nos concedeis, ainda na terra, já participar das coisas do céu. Por Cristo, nosso Senhor”. E toda a assembleia responde: “Amém” (Oração depois da comunhão).
E assim, fortalecidos e abençoados pelo Senhor da vida, partimos para a nossa missão cristã, como cidadãos e cidadãs, responsáveis pelo espaço onde habitamos.
PRECES DOS FIÉIS
Presidente: Irmãos e irmãs após refletirmos sobre a Transfiguração de Nosso Senhor, apresentemos a Ele nossas preces por toda a humanidade, respondendo:
Ouvi-nos, Senhor!
- Por todas as Igrejas do Ocidente e do Oriente, para que haja paz, concórdia e respeito entre elas, oremos.
- Para que todo o nosso clero diocesano, que a exemplo dos Apóstolos que contemplaram a Transfiguração de Nosso Senhor, estejam sempre atentos ao pedido do Pai, oremos:
- Para que os cristãos, motivados pelo tempo quaresmal, exercitem não somente nesse tempo, mas por toda a vida, o dom da caridade para com o próximo, oremos:
- Para que toda humanidade reconheça no Cristo o sinal de salvação, luz e unidade para os cristãos, oremos:
Presidente: Senhor, nosso Deus, que na Transfiguração de Jesus, nos convida a estarmos sempre atentos no vosso Filho, ouvi as nossas súplicas e conceda-nos o que pedimos. Por Cristo Nosso Senhor.
Todos: Amém.
III. LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente: Ó Deus, que estas oferendas lavem os nossos pecados e nos santifiquem inteiramente para celebrarmos a Páscoa. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
ORAÇÃO PÓS-COMUNHÃO:
Presidente: Nós comungamos, Senhor Deus, no mistério da vossa glória, e nos empenhamos em render-vos graças, porque nos concedeis, ainda na terra, participar das coisas do céu. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
V. RITOS FINAIS
BÊNÇÃO E DESPEDIDA:
Presidente: Deus, Pai de misericórdia, conceda a todos vocês como concedeu ao filho pródigo, a alegria do retorno a casa.
Todos: Amém.
Presidente: O Senhor Jesus Cristo, modelo de oração e de vida, os guie nesta caminhada quaresmal a uma verdadeira conversão.
Todos: Amém.
Presidente: O Espírito de sabedoria e fortaleza os sustente na luta contra o mal para poderem com Cristo celebrar a vitória da Páscoa.
Todos: Amém.
Presidente: (Dá a bênção e despede todos)
MARÇO
13/03 – Missa de Inauguração da Capela de Santa Luzia, às 19h30, em Santa Cruz da Conceição, SP.
15/03 - Investidura de novos ministros, às 19h30, no Santuário São Sebastião, em Porto Ferreira, SP.
16/03 – Benção no encontro da Pastoral Familiar, às 17h00, no CDL, em Limeira, SP.
19/03 - Missa de aniversário do seminário maior, às 17h30, em Campinas, SP.
22/03 – Missa e posse de pároco, Pe. Antônio Marcos Venezian, às 19h30, na Paróquia São Francisco de Assis, Americana, SP.
29/03 – Missa e posse de pároco, Pe. Marcos Daniel, às 19h30, na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Americana, SP.
30/03 - Missa e Crisma na Paróquia Santa Luzia, às 19h30, em Limeira, SP.
31/03 - Crisma na Paróquia Jesus Crucificado, às 09h00, em Iracemápolis, SP.