
Neste domingo, 16 de novembro,, a Igreja Católica celebrará em todo o mundo o Dia Mundial dos Pobres, iniciativa instituída em 2017 pelo Papa Francisco e que neste ano tem como tema “Tu és a minha esperança” (cf. Salmo 71,5). A data, criada para incentivar a Igreja a dedicar-se de modo concreto aos pobres e às diversas formas de pobreza, ganha em 2025 um significado especial por ocorrer no contexto do Jubileu, tempo de reflexão e reconciliação proposto pelo Vaticano.
Na sua mensagem para o Dia Mundial dos Pobres, o Papa Leo XIV afirma que os empobrecidos não são destinatários passivos de caridade, mas protagonistas da esperança. Ele recorda que ajudar os pobres é, antes de tudo, uma questão de justiça, e não apenas de generosidade. O pontífice convida os fiéis a reconhecerem que a pobreza não se resume à falta de recursos materiais, mas reflete também carências espirituais, afetivas e relacionais que exigem respostas humanas e comunitárias. A esperança, explica o Papa, não é um otimismo vazio, mas a confiança firme na promessa de Deus: “Em ti, Senhor, tenho esperança; nunca serei confundido”.
A celebração deste ano destaca que a pobreza tem causas estruturais e que é dever da sociedade e da Igreja identificá-las e enfrentá-las. Segundo o Papa, as pessoas em situação de vulnerabilidade oferecem à Igreja um contato direto com o Evangelho, pois em suas histórias e rostos se manifesta a presença viva de Cristo. O convite, portanto, é para que cada comunidade transforme a caridade em compromisso social e político, capaz de gerar mudanças reais e duradouras.
Em dioceses de todo o mundo, diversas ações estão sendo organizadas para marcar a data. Nos Estados Unidos, por exemplo, haverá coletas de fundos para programas de combate à pobreza, como a Catholic Campaign for Human Development. No Brasil, paróquias e comunidades planejam cafés comunitários, mutirões de solidariedade, celebrações litúrgicas e atividades culturais com pessoas em situação de rua, reforçando o chamado à fraternidade e à responsabilidade social.
Para a Igreja no Brasil, o Dia Mundial dos Pobres é também uma oportunidade de reafirmar a opção preferencial pelos pobres, princípio que há décadas orienta a ação pastoral e social católica. Num país de profundas desigualdades, a mensagem de “esperança ativa” proposta pelo Papa ganha especial relevância. Mais do que um gesto de doação, o convite é para uma conversão que questione estruturas injustas e promova dignidade, inclusão e participação.
O Dia Mundial dos Pobres de 2025, portanto, convida todos fiéis, comunidades e instituições a olhar para os que vivem à margem não como um problema a ser resolvido, mas como voz e sinal de esperança. É um chamado a transformar gestos de caridade em processos de justiça, para que, como dizia Santo Agostinho, “não haja mais quem precise dar pão ao faminto, porque já não haverá famintos”.
Marco Erbeta
Assessoria de Imprensa
Diocese de Limeira