Catequese Litúrgica: Como celebrar a Oração Eucarística de modo mistagógico - Parte I
Publicado em: 04/03/2021


Assessoria de Imprensa - Diocese de Limeira


Não basta celebrar a liturgia somente de modo pleno, consciente e ativo (Sacrosanctum Concilium, 14) é preciso celebrá-la de modo mistagógico. 

A mistagogia (mystagogia) é inserida na celebração litúrgica como forma de tornar real e visível o mistério que representa. Mistagogia é uma maneira de penetrar no coração do mistério que celebramos, é mergulhar no mistério celebrado. 

Os sinais mistagógicos (sinais, símbolos, palavras, gestos...) que fazemos tornam o mistério mais vivo e presente no culto litúrgico, nos remetem ao mistério que celebramos e leva a comunidade a vivê-los de forma mais plena e verdadeira.

Vamos colocar algumas sugestões que poderão ajudar a realizar a Oração Eucarística, dentro desta dimensão mistagógica:

  • Preparar a Oração Eucarística antes da celebração;

  • O presidente e a equipe de canto procurarem estar bem entrosados para que, assim, não haja vazios entre a parte do presidente e as aclamações da assembleia;

  • Não usar o folheto durante a Oração Eucarística (Ordo Lectionum Missae – Elenco das leituras da Missa, 37) pois, o mistério acontece no altar e é para lá que voltamos nosso olhar e nosso coração. “O povo, por sua vez, se associe ao sacerdote na fé e em silêncio” (Instrução Geral sobre o Missal Romano, 147). Aqui se trata daquela escuta ativa: nosso ouvido material ouve, mas é nossa boca que teologicamente fala. Sem falar que ouvir também é um grande meio de participação. Participo ouvindo e deixando que a palavra caia em meu coração para produzir frutos em minha vida e na vida do irmão. “Assim como a chuva e a neve que caem do céu para lá não voltam sem antes molhar a terra e fazê-la germinar e brotar, a fim de produzir semente para quem planta e alimento para quem come, assim também acontece com minha palavra; ela sai da minha boca e para mim não volta sem produzir seu resultado, sem fazer aquilo que planejei, sem cumprir com sucesso a sua missão” (Isaías 55 , 10-11);

  • As respostas da aclamação podem ser cantadas pelo cantor (equipe de canto) e toda a assembleia poderá completar ou repetir;

  • Durante a Oração Eucarística não cabe fundo musical, porque toda nossa atenção deverá estar voltada para a própria ação Eucarística. (IGMR 147);

  • “A Oração Eucarística exige que todos a ouçam respeitosamente e em silêncio” (IGMR 78);

  • Não cabem cânticos ou aclamações eucarísticas devocionais, por exemplo: “Deus está aqui”, ou “Bendito, louvado seja, o Santíssimo Sacramento" que venham interromper a Oração Eucarística. Lembrem-se que cantamos a missa e não na missa, ou seja, cantar somente as aclamações que fazem parte da Oração Eucarística e se encaixam no sentido desta oração-ação;

  • Que o presidente não fique folheando o Missal enquanto se canta o “Santo”, para encontrar a Oração Eucarística. Deixe tudo já marcado, antes da celebração;

  • O “Santo” é para ser cantado por todos, inclusive o padre que preside (IGMR 79b);

  • O “Amém” da Doxologia é o final da Oração Eucarística, é o ponto alto. Que seja vibrante, contagiante, de preferência cantado;

  • Ficar com o Pão e o Vinho consagrados elevados durante a Doxologia, até terminar o canto do “Amém”;

  • Na escolha da Oração Eucarística, evitar o critério da pressa e da pregressa litúrgica. Muitos escolhem a Oração Eucarística II, não porque é bonita, mas porque é a mais breve.