No Iraque, Papa Francisco vai testemunhar o que está na Fratelli Tutti
Publicado em: 04/03/2021


CNBB


“De coração aberto, o Papa Francisco com a sua simplicidade, com seu ardor missionário, vai testemunhar o que está na sua carta encíclica Fratelli Tutti, ensinando que as diferenças não são barreiras para se construir a amizade social”. Assim comentou o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, sobre a visita do Papa Francisco ao Iraque, que terá início nessa sexta-feira, 5 de março.

Para dom Walmor, a missão do Papa Francisco no Iraque é rica de lições para o mundo, especialmente no que se refere ao diálogo inter-religioso e ao compromisso cristão de se promover a paz. Com o lema “Sois todos irmãos”, Francisco se propõe a uma “viagem de fraternidade” aberta a todos, na qual deseja mostrar sua proximidade especialmente às comunidades cristãs perseguidas, com as visitas a Mosul, Qaraqosh e Erbil, no Curdistão iraquiano.

“O Papa Francisco visita um país que sofre com a guerra, em que a população está em permanente estado de medo, uma nação de maioria muçulmana”, recorda dom Walmor, ao comentar que Francisco vai “de coração aberto” testemunhar o que está na sua carta encíclica Fratelli Tutti, sobre a fraternidade e a amizade social.

“Quando as diferenças são trabalhadas e administradas no amor e no compromisso fraterno do diálogo, elas se tornam riquezas. Cada cristão possa inspirar-se no exemplo do Papa Francisco testemunhando a fé não apenas com palavras, mas com disponibilidade para dialogar, para ouvir, cultivando proximidade”, deseja dom Walmor.

 

De acordo com informações divulgadas pela Santa Sé, um dos pontos altos da viagem será a visita a Ur, terra de Abraão, local símbolo para as três religiões monoteístas, onde será realizado o encontro inter-religioso que pretende reunir representantes de todas as religiões presentes no Iraque: cristãos de diversas denominações, muçulmanos xiitas e sunitas, judeus, yazidis, zoroastristas, entre outros.

Dom Walmor considera essa “presença afetuosa, sincera”, como forte testemunho do Evangelho: “inspira pessoas, transforma culturas”.

“Permaneço em comunhão com o Papa Francisco e, em minhas orações, suplico a Deus que o ilumine de modo ainda mais especial nessa sua importante missão no Iraque. Deus seja louvado por sua coragem, por seu coração aberto, por sua exemplaridade fraterna. É o que o mundo mais precisa”.

Peregrino penitente

O Papa Francisco enviou uma mensagem ao povo iraquiano antes de sua viagem. O pontífice se apresenta como “peregrino de paz e de esperança”. E recordando o pai Abraão, que “confiando em Deus, deu vida a uma descendência tão numerosa quanto as estrelas do céu”, convidou a todos os irmãos e irmãs: “caminhem com esperança e nunca deixem de olhar para as estrelas. Ali está a nossa promessa”.

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