“Patris Corde” – Carta Apostólica do Papa sobre São José - Parte IX
Publicado em: 18/06/2021


Assessoria de Imprensa - Diocese de Limeira


Vamos continuar refletindo sobre São José na CARTA APOSTÓLICA: “PATRIS CORDE” – COM O CORAÇÃO DE PAI DO PAPA FRANCISCO. Hoje faremos a PARTE IX.

Na Carta Apostólica, Francisco fala sobre São José a partir de sete aspectos; “pai amado, na ternura, na obediência, no acolhimento, com coragem criativa, trabalhador e pai na sombra”.

Já refletimos sobre o pai amado, o pai na ternura, o pai na obediência, o pai no acolhimento, o pai com coragem criativa e o pai trabalhador. Vamos continuar refletindo a Carta Apostólica do Papa Francisco.

PAI NA SOMBRA

Em sua Carta Apostólica sobre São José, o Papa Francisco encerra sua reflexão sobre São José “como pai”, fazendo uma reflexão de São José com “pai na sombra”.

Vejam que reflexão maravilhosa do Papa Francisco:

“Não se nasce pai, torna-se tal... E não se torna pai, apenas porque se colocou no mundo um filho, mas porque se cuida respeitosamente dele. Sempre que alguém assume a responsabilidade pela vida de outrem, em certo sentido exercita a paternidade a seu respeito”.

“Ser pai significa introduzir o filho na experiência da vida, na realidade. Não segurá-lo nem prendê-lo, nem subjugá-lo, mas torna-lo capaz de opções, de liberdade, de partir. Talvez seja por isso que a tradição, referindo-se a José, ao lado do apelido de pai colocou também o de ‘castíssimo’. Não se trata duma indicação meramente afetiva, mas é a síntese duma atitude que exprime o contrário da posse. A castidade é a liberdade da posse em todos os campos da vida. Um amor só é verdadeiramente tal, quando é casto. O amor que quer possuir, acaba sempre por se tornar perigoso: prende, sufoca, torna infeliz. O próprio Deus amou o homem com amor casto, deixando-o livre inclusive de errar e opor-se a Ele. A lógica do amor é sempre uma lógica de liberdade, e José soube amar de maneira extraordinariamente livre. Nunca se colocou a si mesmo no centro; soube descentralizar-se, colocar Maria e Jesus no centro da sua vida”.

“A paternidade, que renuncia à tentação de decidir a vida dos filhos, sempre abre espaços para o inédito. Cada filho traz sempre consigo um mistério, algo de inédito que só pode ser revelado com a ajuda dum pai que respeite a sua liberdade. Um pai sente que completou a sua ação educativa e viveu plenamente a paternidade, apenas quando se tornou ‘inútil’, quando vê que o filho torna autônomo e caminha sozinho pelas sendas da vida, quando se coloca na situação de José, que sempre soube que aquele Menino não era seu: fora simplesmente confiado aos seus cuidados. No fundo, é isto mesmo que se dá a atender quando Jesus afirma: ‘Na terra, a ninguém chameis ‘Pai’, porque um só é o vosso ‘Pai’, aquele que está no Céu (Mt 23,9)” .

“Todas as vez que nós encontramos na condição de exercitar a paternidade, devemos lembrar-nos que nunca é exercício de posse, mas ‘sinal’ que remete para uma paternidade mais alta. Em certo sentido, estamos sempre todos na condição de José: sombra do único Pai celeste, que ‘faz com que o sol se levante sobre os bons e os maus, e faz cair a chuva sobre os justos e os pecadores’ (Mt 5,45); e sombra que acompanha o Filho”.

Que belas palavras do Papa Francisco!

Que maravilhosa reflexão sobre a paternidade!

Peçamos a São José que ajudem os pais a viverem esta verdadeira paternidade.

Pe. Ocimar Francatto