Solenidade da Santíssima Trindade
Publicado em: 08/06/2017


“Bendito seja Deus, Uno e Trino”

 

Leituras: Êxodo 34, 4b-6.8-9; Salmo Responsorial: Dn 3, 52.53.54.55.56; Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios 13, 11-13; João 3, 16-18.

COR LITÚRGICA: BRANCA OU DOURADA

Animador: O objeto do amor de Deus é o mundo em toda a sua criação. Agora, com imenso amor doa seu Filho, portador da vida eterna, ao mundo. Como se trata de uma relação interpessoal de amor, a receptora deste dom é a humanidade, e o dom é a vida eterna divina em Jesus. Que nesta celebração possamos louvar a Trindade Santa.

1.Situando-nos brevemente:

A grande maioria das celebrações, festas e memoriais que temos hoje na liturgia começaram através da piedade popular como veremos adiante. Mas o interessante é que, a Igreja encontrou nestas devoções uma espiritualidade e um conteúdo doutrinal na edificação na vida eclesial da Igreja. Muitas delas mal compreendidas e exageradamente celebradas focavam um lado da espiritualidade deixando por vezes a profundidade do conteúdo.

A história litúrgica da solenidade da Santíssima Trindade começa no século IX em âmbito devocional por iniciativa do monge beneditino Alcuíno de York (+8009) quando este havia organizado para o reino franco o calendário litúrgico, mas parece que se inspirou no bispo germânico Bonifácio (+704) o fundador do mosteiro de Fulda. Tal celebração encontra aceitação em algumas partes da Europa, como em Liegi (Bélgica), em 920, pelo bispo Estevão com um Ofício completo e seguido pelo seu sucessor Requiero.

No século XI se vê um incremento da festa a Santíssima Trindade pelo Concílio de Selingstadt, em 1022, e nos claustros beneditinos de Cluny com o abade Barnao de Reichenau (+1048). Sendo celebrada nas Igrejas particulares e não na universal, o Papa Alexandre II (+1073) decreta que tal festa não poderia ser aceita, porque todos os dias se faz honra e louvor à Trindade quando da recitação e canto do Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Mas a festa era difundida em várias partes como atesta o abade beneditino Ruperto de Deutz (+1130) na sua obra litúrgica De divini ufficii (De Divinis Officiis 1,12.c.1)

A festa vai se expandindo na Inglaterra com o bispo Tomás de Cantuária que a institui justamente para sua consagração episcopal em 1162. Na França, é através do Concílio de Arles com o bispo Florêncio em 1260 acrescido com Oitava (Oitava era uma forma litúrgica de se estender durante oito dias da festa celebrada, quase como a que temos ainda hoje com relação a oitava da Páscoa, que vai do Domingo da Ressurreição até o Segundo Domingo da Páscoa e a Oitava de Natal que vai do Natal até o dia 1º de Janeiro). Desde 1230, os monges cistercienses, espalhados em quase toda a Europa já era comum celebrar a Santíssima Trindade em seus mosteiros. O humanista e bispo francês, Guilherme Durando de Mende (+1296), em sua célebre obra Tationale divinorum officiorum, afirma que na maioria das Igrejas latinas já celebravam esta festa com variações de datas durante o amo litúrgico. Isto ocorria em Narbona, Le Mans e Auxerre.

É o Papa João XXII (1334) que, reconhecendo a universalidade desta festa, estabelece-a para a toda a Igreja (Prosper Gueranger, L’anno itúrgico. Disponível em: http:/www.unavoce-ve.it/pg-trinita.htm).

2. Recordando a Palavra

O mistério trinitário antes de ter sido manifestado por Jesus na sua mensagem da Boa-Nova do Reino aos seus discípulos, ele foi revelado primeiro a Maria de Nazaré segundo Lc 1,30-35. Foi à Mãe do Senhor a primeira responsável na transmissão a Jesus, como homem, da sua filiação divina, desta revelação grandiosa em parceria com José, o justo de Israel (Mt 1,19).

Como não recordar na primeira leitura da festa da Santíssima Trindade os versículos do Ex 34, 4b-6, que possuem certa semelhança como o teto de Lc 1, 39-40: Moisés sobe o monte Sinai com as Tábuas da Lei e Maria vai às montanhas de Judá com Jesus Cristo em seu ventre; em Ex 34,5 o Senhor desce na nuvem e em Lc 1, 35 Maria é coberta sob a “sombra do Altíssimo”; em Ex 8,9 Moisés é o representante do povo em súplica e, em Lc 1,54, Maria é a agraciada, representante do povo fiel, agraciado pela benevolência de Deus.

Assim, como Moisés confessa a Deus que se revela no perdão, se humilha e reconhecendo os pecados da comunidade, Maria evoca no seu canto (Lc 1,48) esta mesma característica. Maria é cantora da misericórdia do Senhor não só sobre ela, mas sobre todo o seu povo.

3. Atualizando a Palavra

O mistério trinitário celebrado pela Igreja hoje nos oferece em modo urgente o sentido da comunhão plena uns com os outros. O conhecimento e a interação das pessoas trinitárias envolvem por sua misericórdia a humanidade. Maria como a primeira no discipulado do Senhor, portador do Espírito Santo (Lc 1,26; At 1,14), nos convida a se unir à obra da salvação, e o cristão como nos ensina a segunda leitura com a saudação do amor e da fraternidade tão carentes nos nossos dias.

Maria chegando às pressas à casa de Isabel, saudando-a com o Slalom hebraico leva a sua parente mais necessidade da paz desejada, Isabel, depois de um período de humilhação de sua esterilidade, a alegria do agradecimento e do estupor das maravilhas de Deus em sua miséria.

Paulo, no Texto de 2 Cor 13, 11-13, aponta as características que norteia a santidade da comunidade: “propensos a perfeição”, “estimuladores na coragem uns dos outros”, e “unânimes no mesmo sentimento de concórdia”, pois só assim Deus estará no meio deles. Ora, Isabel reconhece esta realidade quando da visita de Maria, chamando-a de a “Mãe do meu Senhor”. Em Maria é presente com perfeita harmonia “a perfeição, a coragem e a paz”.

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica

O Evangelho nos aponta, através do diálogo de Jesus com Nicodemos, um novo caminho de salvação. Pela fé em Jesus, se supõe atitudes de caminho de perfeição e, por isso, de salvação.

O filho de Maria não se coloca nas vestes de juiz, mas sim de salvador como o próprio anjo revela a ela pelo nome do menino, de onde ele veio, a sua filiação divina e a sua missão.

A Eucaristia, celebração da ação de graças, é ao mesmo tempo esta presença real de Cristo no meio da comunidade em festa não para julgar, mas sim restaurar as forças dos fracos, na medida de sua fé. A comunidade eucarística é a antecipação da vida trinitária que todos já possuímos na promessa pelo Batismo, assumido no Crisma e realizados na vida sacramental da Igreja.

Na vida eclesial com a festa da Santíssima Trindade se descobre importantes fatores vivenciados na fé e no amor de Deus.

Oração da Assembleia

Presidente: Deus se manifesta como família de amor. Rezemos ao Pai como grande família de Deus.

1. Senhor, que o amor, a concórdia e a paz estejam sempre presentes na vida da Igreja e ela possa assim estar sempre aberta para acolher novos filhos. Peçamos:

Todos: Trindade Santa, atendei-nos! 

2. Senhor, que os governantes olhem para todas as pessoas com mais carinho, amor e compreensão. Peçamos:

3. Senhor, cuida com carinho de todos nós, que professamos nossa fé na Trindade Santa. Peçamos:

4. Senhor, que nunca esqueçamos de louvar e agradecer a tua presença amorosa em todos os momentos de nossa vida. Peçamos:

(Outras intenções)

Presidente: Senhor, atende as preces que teus filhos e filhas apresentam, para que nossa fé seja vivida sob a proteção de teu amor. Por Cristo, nosso Senhor.

T.: Amém.

III. LITURGIA EUCARÍSTICA

Oração sobre as oferendas:

Presidente: Senhor nosso Deus, pela invocação do vosso nome, santificai as oferendas de vossos servos e servas, fazendo de nós uma oferenda eterna. Por Cristo, nosso Senhor.

T.: Amém.

Oração depois da comunhão

Presidente: Ó possa valer-nos, Senhor nosso Deus, a comunhão no vosso sacramento, ao proclamarmos nossa fé na Trindade eterna e santa e na sua indivisível Unidade. Por Cristo, nosso Senhor.

T.: Amém.

ATIVIDADES DO BISPO DIOCESANO

Dia 09 de junho – sexta-feira: Atendimento residência episcopal – 09h00 até 11h00; Crisma – Santuário Senhor Bom Jesus dos Aflitos – 19h30min – Pirassununga, SP.

Dia 10 de junho – sábado: Participação no encontro da 3ª etapa do ECC – sub-regional – comunidade são Sebastião da paróquia Nossa Senhora das Dores em Artur Nogueira – 09h30min – padre Marcos Daniel - São Benedito – responsável pelo evento (virá buscar o bispo na residência); Casamento Fábio e Marina – Itu – 15h30min.

Dia 11 de junho – domingo: Crisma –Nossa Senhora Aparecida – Limeira – 09h00 – Padre Amauri DE Castro; Crisma – Santa Rita de Cássia – Artur Nogueira – 19h00 – Padre Lázaro.

Dia 13 de junho – terça-feira: Missa – Basílica Santo Antônio de Pádua, Americana – Padre Pedro Leandro - 10h00; Atendimento na residência episcopal – 15h30min e 16h00.

Dia 15 de junho – quinta-feira: Missa – Corpus Christi – 08h30min – Estádio do Pradão, Limeira, SP.

Dia 17 de junho – sábado: Missa – São Manoel – Leme – 10h00 – Padre Eduardo da Silva; Crisma – Nossa Senhora de Guadalupe – 18h00 – Padre José Avelino, Americana, SP.

Dia 18 de junho – domingo: Crisma –Santa Teresinha do Menino Jesus – 10h00 – padre Marcos Neves, Araras, SP.

Dia 20 de junho – terça-feira: Reunião do Conselho Episcopal – 08h30min – residência episcopal

BÊNÇÃO E DESPEDIDA

Presidente: O Senhor esteja convosco.

Todos: Ele está no meio de nós.

Presidente: Pai da graça, Trindade Santa, olhai por todos os teus filhos e filhas, que consagrados pelo batismo, tornem-se templos vivos a vós dedicados.

Todos: Amém

Presidente: A benção de Deus todo-poderoso Pai e Filho + e Espírito Santo desça sobre vós e permaneça para sempre.

Todos: Amém.

Presidente: Vamos em paz e o Senhor vos acompanhar.

Todos: Graças a Deus.